A COMUNICAÇÃO DA MORTE EM TEMPOS DE PANDEMIA POR COVID-19: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores

  • Simone Lysakowski Universidade federal de ciencias da saúde de Porto Alegre Universidade Feevale https://orcid.org/0000-0003-3959-956X
  • Kelen Patrícia Mayer Machado Enfermeira da Organização de Procura de Órgãos da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. https://orcid.org/0000-0001-9111-2355
  • Cintia Wyzykowski Docente Universidade Feevale, doutoranda do programa de pós-gradução em pediatria pela universidade federal de ciências da Saúde de porto Alegre. https://orcid.org/0000-0002-5593-4391

DOI:

https://doi.org/10.54909/sp.v4i2.108467

Resumo

A comunicação com familiares e enfermos internados em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) apresenta-se como essencial no processo de cuidado, empatia e acolhimento. Este texto teve como objetivo relatar a experiência de enfermeiras que atuam em uma Organização de Procura de Órgãos (OPO) no Estado do Rio Grande do Sul, frente ao acolhimento de familiares que recebem a comunicação de situação crítica e morte, durante o primeiro semestre de 2020, em hospitais de abrangência dessa OPO. Este período compreendeu a chegada da COVID-19 no Estado e consequentemente mudanças nas rotinas de assistência aos parentes internados e na comunicação com seus familiares. Foi possível observar que no período analisado, houve muitas mudanças, como visitas suspensas ou realizadas via web, notícias concedidas por telefone e, velórios sendo suspensos ou com limitação de tempo e pessoas, resultando em angústia e desespero por parte dos familiares por não conseguirem se despedir do seu ente querido. Neste contexto, os profissionais de saúde têm papel fundamental no amparo e acolhimento dessas famílias.

Palavras-chaves: Humanização. COVID-19. Barreiras de comunicação. Comunicação em saúde.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Simone Lysakowski, Universidade federal de ciencias da saúde de Porto Alegre Universidade Feevale

Doutorado em Pediatria pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre-UFCSPA (em andamento), Mestre em Ensino na Saúde pela UFCSPA (2016), Especialização em Docência no Ensino Superior pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul-PUCRS (2018), Especialização em Doação e Transplantes pelo Centro Universitário São Camilo (2013), Especialização em Oncologia pelo Centro Universitário São Camilo (2011). Atuou como enfermeira na Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (ISCMPA) / Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA) em Unidade de Internação e no Centro Cirúrgico. Atuou como enfermeira da Organização de Procura de Órgãos (OPO 2) no Hospital São Lucas da PUCRS. Atuou como professora no curso de graduação em enfermagem do Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter/Laureate). Atua como enfermeira da Organização de Procura de Órgãos (OPO 1) da ISCMPA / Hospital Dom Vicente Scherer (HDVS) e como docente na Instituição de Ensino Superior Anhanguera.

 

Kelen Patrícia Mayer Machado, Enfermeira da Organização de Procura de Órgãos da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.

Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (2019). Especialista em Coordenação Hospitalar de Transplantes pela Organização Nacional de Transplantes da Espanha - ONT, Master Alianza (2019). Especialista em Docência no Ensino Superior (2018). Especialista Lato Senso em Doação e Transplantes (2013). Membro do grupo de Pesquisa NUPESQ. Graduada em Enfermagem pela Universidade Luterana do Brasil (2010). Atuou como Enfermeira no Centro Cirúrgico de Transplantes do Hospital Dom Vicente Scherer da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre - ISCMPA, desenvolvendo atividades no pré, trans e pós-operatório de cirurgias de transplante, doação de múltiplos órgãos e treinamentos para as equipes multiprofissionais. Atuou como Enfermeira na Equipe de captação de órgãos do Estado do RS, responsável pela cirurgias de remoção, acondicionamento e transporte de órgãos para transplante. Atualmente é Enfermeira da Coordenadoria Hospitalar de Transplantes da ISCMPA e da Organização de Procura de Órgãos - OPO1, responsável pela identificação dos pacientes em morte encefálica,acompanhamento do diagnostico, realização de acolhimento e entrevista familiare para a doação de órgãos, manutenção do doador, consultas de enfermagem a pacientes em lista de espera para transplantes, capacitações e treinamentos referentes ao processo de doação e transplantes. Atua como voluntária em projetos sociais de incentivo a doação de órgãos e tecidos no Estado do RS.

 

Cintia Wyzykowski, Docente Universidade Feevale, doutoranda do programa de pós-gradução em pediatria pela universidade federal de ciências da Saúde de porto Alegre.

Possui graduação em Enfermagem pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Su - Unijuí (2001), especialização em enfermagem pediátrica-ULBRA (2003) e mestrado em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio de janeiro - Escola de enfermagem Anna Nery (2006). Atualmente é professora nivel superior da Universidade Feevale. Ministra aulas teóricas e práticas de saúde da criança. Na pós-graduação de urgências e emergências, ministra a disciplina de urgências e emergências pediátricas. Doutoranda do programa de pós graduação em pediatria da universidade federal de ciências da Saúde de Porto Alegre.

Referências

ABRAHAM, J. et al. Comparative evaluation of the content and structure of communication using two handoff tools: implications for patient safety. J. Crit. Care, [s. l.], v. 29, n. 2, p. 311.e1-7, 2014. DOI: 10.1016/j.jcrc.2013.11.014

ALONSO-OVIES, A. et al. Expectativas de los familiares de pacientes críticos respecto a la información médica. Estudio de investigación cualitativa. Rev. Calidad Asistencial, [s. l.], v. 29, n. 6, p. 325-333, 2014. DOI: 10.1016/j.cali.2014.11.004

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização. Formação e intervenção. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_humanizaSUS.pdf. Acessado em: 10 maio 2020.

BUCKMAN, R. Breakingbad news: whyis it still so difficult? British Medical Journal, [s. l.], v. 288, n. 6430, p. 1597-1599, 1984. DOI: 10.1136/bmj.288.6430.1597

HOSPITAL MOINHOS DE VENTO. Hospital Moinhos de Vento utiliza telemedicina para humanizar atendimento a pacientes na UTI adulto. Disponível em: https://www.hospitalmoinhos.org.br/noticia/hospital-moinhos-de-vento-utiliza-telemedicina-para-humanizar-atendimento-pacientes-na-uti-adulto/. Acesso em: 27 jul. 2020.

LA CALLE, G. H.; MARTIN, M. C.; NIN, N. Buscando humanizar los cuidados intensivos. Rev. Bras. Ter. Intensiva, São Paulo, v. 29, n. 1, p. 9-13, 2017. DOI: 10.5935/0103-507X.20170003

LYSAKOWSKI, S.; MENIN, G. E. Utilização de simulação clínica no ensino sobre terminalidade da vida na Enfermagem: relato de experiência. Rev. Docência Ens. Sup., Belo Horizonte, v. 9, p. e002559, 2019. DOI: https://doi.org/10.35699/2237-5864.2019.2559

MACHADO, E. R.; SOARES, N. V. Humanização em UTI: sentidos e significados sob a ótica da equipe de saúde. Revista de Enfermagem do Centro Oeste Mineiro, [s. l.], v. 6, n. 3, p. 2342-2348, 2016. DOI: 10.19175/recom.v6i3.1011

OLIVEIRA, A. C.; LUCAS, T. C.; IQUIAPAZA, R. A. O que a pandemia da Covid-19 tem nos ensinado sobre adoção de medidas de precaução? Texto & Contexto Enfermagem, [s. l.], v. 29, e20200106, 2020. DOI: DOI https://doi.org/10.1590/1980-265X-TCE-2020-0106. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-07072020000100201&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 11 dez. 2020.

PORTAL HOSPITAIS BRASIL. Hospitais usam tecnologia para promover encontro on-line entre familiares e pacientes internados por Covid-19. Disponível em: https://portalhospitaisbrasil.com.br/hospitais-usam-tecnologia-para-promover-encontro-on-line-entre-familiares-e-pacientes-internados-por-covid-19/. Acesso em: 10 dez. 2020.

PROENÇA, V. et al. Humanização aos familiares de paciente em cuidados intensivos. Revista Uningá, [s. l.], v. 53, n. 1, p. 39-44, jul./set. 2017. Disponível em: http://revista.uninga.br/index.php/uninga/article/view/1415. Acesso em: 10 dez. 2020.

SAÚDE DEBATE. Pacientes da UTI de hospitais de Curitiba recebem vídeos de familiares durante restrição de visitas devido ao Covid-19. Disponível em: http://saudedebate.com.br/noticias/pacientes-da-uti-de-hospitais-de-curitiba-recebem-videos-de-familiares-durante-restricao-de-visitas-devido-ao-covid-19. Acesso em: 10 dez. 2020.

Downloads

Publicado

2020-12-28

Como Citar

LYSAKOWSKI, S.; MAYER MACHADO, K. P.; WYZYKOWSKI, C. A COMUNICAÇÃO DA MORTE EM TEMPOS DE PANDEMIA POR COVID-19: RELATO DE EXPERIÊNCIA. Saberes Plurais Educação na Saúde, [S. l.], v. 4, n. 2, p. 71–77, 2020. DOI: 10.54909/sp.v4i2.108467. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/saberesplurais/article/view/108467. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Ensaios e debates