AS RAIZES HISTÓRICAS DA DESIGUALDADE SOCIOAMBIENTAL NO EXTREMO SUL DO BRASIL: UM OLHAR SOBRE O SURGIMENTO DA CIDADE DO RIO GRANDE 1737
Palavras-chave:
história, história ambiental, educação ambiental, conflitos, desigualdade.Resumo
Fronteiras sempre foram regiões de intensas disputas e constantes conflitos. No extremo sul do Brasil não foi diferente, principalmente no período que tange o século XVIII, quando Portugal e Espanha viveram diversas disputas territoriais. Nessa região conflituosa, onde já circulavam índios, contrabandistas de gado vacum e mercadores, foi fundado em 1737 o Presídio Jesus-Maria-José que deu origem a primeira cidade do estado do Rio Grande do Sul e que hoje é conhecida como cidade do Rio Grande. Porém, em geral, a figura do pobre, do negro e do indígena nesta localidade é renegada por parte da historiografia. Portando, mais do que um estudo do período da ocupação, ignorado ou exposto nos espaços de ensino a partir da perspectiva portuguesa, temos por objetivo problematizar a versão mantida de que os brancos portugueses foram os únicos e verdadeiros desbravadores e construtores da cidade do Rio Grande, quando o espanhol é tido, nesta perspectiva, como o inimigo, e o indígena, o negro e o pobre como selvagens, animais e incultos, justificando as ações dos brancos sobre estes.Downloads
Referências
ACSELRAD, Henri; MELLO, Cecilia Campelo do Amaral; BEZERRA, Gustavo das Neves. O que é justiça ambiental. Rio de Janeiro: Garamond, 2009.
ALVES, Francisco das Neves; TORRES, Luiz Henrique. Visões do Rio Grande: a vila/cidade na óptica europeia (1809-1887). Rio Grande: Fundação Universidade Federal do Rio Grande, 2008.
ALVES, Francisco das Neves. Os dragões no Rio Grande do Sul na visão de um historiador militar. Rio Grande: BIBLOS, 14, pp. 39-46, 2002.
CESAR, Guilhermino. Primeiros cronistas do Rio Grande do Sul 1605-1801: estudo de fontes primárias da história rio-grandense acompanhado de vários textos. 2ª.ed.Porto Alegre:EDURGS,1981.
________. O contrabando no sul do Brasil. Caxias do Sul: Universidade Caxias do Sul; Porto Alegre, Escola Superior de Teologia São Lourenço de Brindes, 1978.
CIPRIANO, Diego e MACHADO, Carlos RS. Auguste de Saint-hillaire e a natureza: Relatos do rio Grande, 1820. Mimeo.
GUTFREIND, Ieda. Historiografia sul-riograndense e o positivismo comtiano. Estudos Leopoldenses, vol.30, n.137, 1994, p.69-78.
LAYRARGUES, Philippe Pomier. Educação ambiental com compromisso social: o desafio da superação das desigualdades. In.: LOUREIRO, Carlos Frederico Bernardo; LAYRARGUES, Philippe pomier; CASTRO, Ronaldo Souza de; (Orgs). Repensar a educação ambiental: um olhar crítico. São Paulo: Cortez,2009.
LANDER, Edgardo. Ciencias sociales:saberes coloniales y eurocêntricos. In.: LANDER, Edgardo. (Org). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO, 2000.
MAESTRI FILHO, Mário J. “O escravo africano no rio grande do Sul”. In: DACANAL, José Hidelbrando & GONZAGA, Sergius. RS: economia e política. Porto Alegre. Mercado Aberto,1979.
MIRCO, Carmen Helena Braz. Textos para o estudo da História do Município do Rio Grande, XVI – XVIII. – Rio Grande: FURG, 1987.
OSÓRIO, Helen. O império português no sul da América: estancieiros, lavradores e comerciantes. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007.
PILETTI, Felipe. História do Rio Grande do Sul: história regional, 4º e 5º ano: volume único. São Paulo: Ática, 2011.
QUEIROZ, Maria Luiza Bertuline. A vila do Rio Grande de São Pedro, 1737-1822. Rio Grande: FURG, 1987.
TORRES, Luis Henrique. A cidade do Rio Grande: escravidão e presença negra. Rio Grande: Salisgraf, 2008.
TORRES, Luis Henrique. a colonização açoriana no rio grande do sul (1752 – 1763). Rio Grande, Salisfraf, 2004.