A família Fabaceae no Morro Santana, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil: aspectos taxonômicos e ecológicos
Palavras-chave:
morro granítico, levantamento florístico, características ecológicasResumo
Os morros graníticos de Porto Alegre ocupam cerca de 24% da área do município e abrigam remanescentes significativos da vegetação original, dentre os quais o Morro Santana apresenta-se como área prioritária para a conservação. O presente trabalho objetivou o levantamento da Família Fabaceae deste morro, a elaboração de uma lista de espécies acrescida de chaves para a identificação dos táxons confirmados, características diagnósticas e informações sobre Habitat, épocas de floração e de frutificação, além da comparação florística com outros morros graníticos de Porto Alegre. Para tanto, realizaram-se 35 expedições de campo para o levantamento florístico, revisão bibliográfica das características das espécies e uma análise de similaridade florística. Foram confirmadas 62 espécies, distribuídas nas subfamílias Faboideae (46 spp.), Mimosoideae (11 spp.) e Caesalpinioideae (5 spp.), dentre as quais o hábito predominante foi o herbáceo. As tribos melhor representadas foram Phaseoleae e Dalbergieae (Faboideae) que juntas somaram 50% do total das espécies inventariadas. Os quatro gêneros com maior representatividade foram: Desmodium Desv. e Zornia J.F. Gmel. (ambos com 5 spp. cada), além de Galactia P. Browne e Mimosa L. (com 4 spp.). A análise de similaridade florística mostrou que a composição de espécies de leguminosas entre o Morro Santana e os morros da Polícia, do Osso e Parque Estadual de Itapuã é distinta, porém, similar à do Morro São Pedro. Do ponto de vista de riqueza florística, o Morro Santana detém o maior número de espécies em comparação ao Parque Estadual de Itapuã (59 spp.), Morro São Pedro (47 spp.), Morro da Polícia (36 spp.) e Morro do Osso (25 spp.).