A influência genética sobre a memória humana: uma revisão
Palavras-chave:
cognição, polimorfismos genéticos, sistema nervoso, envelhecimento e herança multifatorialResumo
A aquisição, armazenamento e evocação de informações são processos importantes para a formação da memória. O déficit de memória associado ao envelhecimento foi descrito em 1986 pelo National Institute of Mental Health, e potenciais fatores de risco têm sido investigados, tanto ambientais como genéticos. Assim, o número de trabalhos investigando a influência genética sobre déficit de memória vem crescendo nos últimos anos, com publicações indicando a influência de uma série de genes. Portanto, foi realizada uma revisão sistemática de artigos que investigaram a associação de variantes genéticas e escores de memória. Foram incluídos resultados de todos os artigos encontrados na base de dados Pubmed desde o ano de 2000. A literatura demonstra que genes relacionados ao transporte de lipídios no sistema nervoso (APOE e APOC1), à serotonina (HTR2A e 5-HTTLRP), à dopamina (DRD1, DRD3, DRD4, COMT e DAT) e a outras funções relacionadas à neurobiologia (BDNF e ECA) foram associados a algum prejuízo na memória. Uma vez determinado o perfil genético da população, é de grande importância verificar a interação entre os genes estudados, bem como entre estes genes e fatores ambientais diversos na suscetibilidade ao déficit de memória, possibilitando estratégias de intervenção personalizadas para cada situação, atenuando os efeitos destas variáveis sobre a saúde mental
.