Ir para o menu de navegação principal Ir para o conteúdo principal Ir para o rodapé

Dossiê Temático | Artigos

v. 3 n. 1 (2021)

Culturas indígenas e a ideia de nação brasileira | Indigenous cultures and the idea of a Brazilian nation

DOI
https://doi.org/10.22456/2596-0911.112894
Enviado
April 9, 2021
Publicado
2021-06-02

Resumo

Resumo

O Estado brasileiro buscou apagar a diversidade de povos e culturas que caracterizam o país por meio da imposição da ideia de uma "brasilidade homogênea". Para a historiografia “nacional” que surgia após a Independência, o início da história do Brasil significava o fim dos povos indígenas, que “foram excluídos enquanto atores históricos” e “invisibilizados pelos discursos políticos e intelectuais” até a década de 1980, momento em que emergem “como sujeitos de sua história”. Partindo do diálogo entre a historiografia indígena e a antropologia, nosso objetivo é refletir sobre o tema das culturas indígenas e a ideia de nacionalidade brasileira construída pelas elites brancas depois da Independência.

Palavras-chave: Culturas indígenas. História indígena. Nação brasileira.

 

Abstract

The Brazilian State intended to "dissolve" the diversity of people and cultures that characterize the country through the imposition of the idea of "homogeneous Brazilianness". For the “national” historiography that emerged after Independence “the beginning of the history of Brazil meant the end of the Indians, who “were excluded as historical actors” and “made invisible by political and intellectual discourses” until the decade 1980, when they emerge “as subjects of their history”. Based on the dialogue between indigenous historiography and anthropology, our aim is to reflect on the theme of indigenous cultures and the idea of Brazilian nationality built by white elites after Independence.

Key words: Indigenous cultures. indigenous history. Brazilian nation.

Referências

  1. ALBERT, Bruce. Cosmologias do contato no Norte-Amazônico. In: ALBERT, Bruce; RAMOS, Alcida Rita. Pacificando o branco: cosmologias do contato no norte-amazônico. São Paulo: Editora UNESP: Imprensa Oficial do Estado, 2002.
  2. ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Os índios na história do Brasil no século XIX: da invisibilidade ao protagonismo. Revista História Hoje, São Paulo, v. 1, n. 2, p. 21-39, 2012.
  3. ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. A atuação dos indígenas na história do Brasil: revisões historiográficas. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 37, n. 75, p. 17-38, 2017.
  4. CHALHOUB, Sidney, O problema do tráfico africano de escravos na Independência e formação do Estado (Brasil, décadas de 1820 a 1840). Iberoamericana, Stockholm, v. 40, n. 1-2, p. 45–71, 2011.
  5. CLASTRES, Pierre. Arqueologia da violência pesquisas de antropologia política. São Paulo: Cosac & Naify, 2004.
  6. COHN, Clarice. Culturas em transformação: os índios e a civilização. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 15, n. 2, p. 36-42, 2001.
  7. CUNHA, Manuela Carneiro da. Apresentação. In: ALBERT, Bruce; RAMOS, Alcida Rita. Pacificando o branco: cosmologias do contato no norte-amazônico. São Paulo: Editora UNESP: Imprensa Oficial do Estado, 2002.
  8. FERNANDES, Florestan. Circuito fechado: quatro ensaios sobre o “poder institucional”. São Paulo: Global editora, 2010.
  9. FERNANDES, Florestan. A investigação etnológica no Brasil. São Paulo: Globo, 2009.
  10. FREYRE, Gilberto. Casa-grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 48. ed. rev. São Paulo: Global, 2003.
  11. GALVÃO, Eduardo. Estudos sobre a aculturação dos grupos índigenas do Brasil. Revista de Antropologia, São Paulo, v. 5, n. 1, p. 67-74, 1957.
  12. MONTEIRO, John Manuel. Tupi, tapuias e historiadores: estudos de história indígena e do indigenismo. 2001. 233 f. Tese (Concurso de Livre Docência) − Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP.
  13. QUIJANO, Aníbal. Notas sobre a questão da identidade e nação no Peru. Estudos Avançados, São Paulo, v. 6, n. 16, p.73-80, 1992.
  14. RAMOS, Alcida Rita. Convivência interétnica no Brasil: os índios e a nação brasileira. Série Antropológica, Brasília, n. 221, 1997.
  15. RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
  16. SILVA, Edson. Povos indígenas no Nordeste: mobilizações sociopolíticas, afirmações étnicas e conquistas de direitos. Crítica e Sociedade: revista de cultura política, Uberlândia, v. 7, n. 1, 2017.
  17. SILVEIRA, Maria de Fátima Souza da. Os Tupinambá e uma nova interpretação da conquista na antropologia de Florestan Fernandes. Estudos de Sociologia, Recife, v. 2, n. 26, 2020.
  18. SCHWARCZ, Lilia M. Gilberto Freyre: adaptação, mestiçagem, trópicos e privacidade em novo mundo nos trópicos. Philia&Filia, Porto Alegre, v. 2, n. 2, p. 85-116, 2011.
  19. SOARES, Eliane Veras; MUTZENBERG, Remo; PORTELA JÚNIOR, Aristeu. Identidades em disputa: democracia racial, pensamento social e movimentos sociais negros ontem e hoje. Estudos de Sociologia, Recife, v. 1 n. 26, 2020.
  20. SZTUTMAN, Renato. Apresentação. In: VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo; SZTUTMAN, Renato (Org.). Eduardo Viveiros de Castro. Rio de Janeiro: Azougue, 2008. p. 18.
  21. VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 'Transformação' na antropologia, transformação da 'antropologia'. Mana, Rio de Janeiro, v. 18, p. 151-171, 2012.
  22. VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Sobre a noção de etnocídio, com especial atenção ao caso brasileiro. Disponível em: https://www.academia.edu/25782893/Sobre_a_no%C3%A7%C3%A3o_de_etnoc%C3%ADdio_com_especial_aten%C3%A7%C3%A3o_ao_caso_brasileiro. 2016. Acesso em: fev. 2021.
  23. VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo; SZTUTMAN, Renato (Org.). Eduardo Viveiros de Castro. Rio de Janeiro: Azougue, 2008.

Downloads

Não há dados estatísticos.