A ruptura historicista de Vilém Flusser na autobiografia filosófica Bodenlos

Autores

  • Bruno Garcia e Souza IELT-FCSH/ Universidade Nova de Lisboa
  • Juliana Tillmann Escola de Comunicação - Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.19132/1807-8583202051.27-45

Palavras-chave:

Autobiografia. Historicismo. Pós-história. Vilém Flusser. Bondenlos.

Resumo

O artigo propõe uma análise da ruptura com o regime de tempo historicista em Bodenlos, uma autobiografia filosófica, de Vilém Flusser. A forma não linear e não cronológica da narrativa autobiográfica de Flusser reflete um dos argumentos principais do autor: a ruptura com a percepção de tempo historicista. Demonstramos como Vilém Flusser constrói em Bodenlos uma autobiografia filosófica uma estrutura narrativa que definimos como metalinguagem filosófica porque reflete o próprio conteúdo de sua obra que quebra com a linearidade cronológica do tempo historicista.

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Biografia do Autor

Bruno Garcia e Souza, IELT-FCSH/ Universidade Nova de Lisboa

Pesquisador Pós-Doc no Instituto de Estudos de Literatura e Tradição, Universidade Nova de Lisboa. Pesquisador da Revista de História da Biblioteca Nacional de setembro de 2011 a fevereiro de 2015. Possui graduação em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2007), mestrado em Ciência Política - ênfase em Politicas Européias - pela Masarykova Univerzita em Brno, República Tcheca (2009) e doutorado pelo Programa Social da Cultura da PUC-Rio (2017).

Juliana Tillmann, Escola de Comunicação - Universidade Federal do Rio de Janeiro

Historiadora, roteirista e atriz. Nascida no Rio de Janeiro, doutoranda no Programa de Pós-graduação em Comunicação e Cultura da UFRJ, na linha de pesquisa Mídias e Mediações Socioculturais. Tem mestrado em História Social da Cultura e graduação em História, ambos pela PUC-Rio, e cursou dois anos do curso de graduação em Artes Cênicas na Unirio. É pesquisadora associada do Núcleo de Estudos e Projetos em Comunicação (Nepcom/ECO-UFRJ), integrante do Obitel (Observatório Ibero-Americano da Ficção Televisiva) e da rede de pesquisa interinstitucional Historicidade dos Processos Comunicacionais (UFRJ, UFMG, UFBA,UERJ, UFOP, FIOCRUZ, UFPI, UFRB). É pesquisadora no Acervo Roberto Marinho, Rede Globo, desde 2014, tendo realizado pesquisas para livros, premiações, como o Emmy Internacional, e entrevistas para o projeto de memória oral. Foi responsável pelo acervo histórico do teatro O Tablado, de 2012 a 2014. Idealizou o site da escola e teatro O Tablado, tendo sido responsável por pesquisa e texto. O site disponibiliza a revista Cadernos de Teatro, além de fotografias e ficha técnica de todos os espetáculos que estiveram em cartaz. Escreveu, em parceria com Sílvio Guindane, a peça Ele ainda está aqui, em turnê em 2018 e 2019. Realizou pesquisas para livros, exposições, sites, séries de TV e roteiros cinematográficos, destacando-se a produção em desenvolvimento do diretor Sérgio Rezende. Frequenta regularmente cursos e seminários nas áreas de roteiro, interpretação, acervo, memória e conservação fotográfica.

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Publicado

2020-12-21

Como Citar

Souza, B. G. e, e J. Tillmann. “A Ruptura Historicista De Vilém Flusser Na Autobiografia filosófica Bodenlos”. Intexto, nº 51, dezembro de 2020, p. 27-45, doi:10.19132/1807-8583202051.27-45.

Edição

Seção

Dossiê Flusser: 100 anos