A imprensa brasileira, o golpe civil-militar de 1964 e a Comissão Nacional da Verdade

Autores

  • Carmen Regina Abreu Gonçalves Universidade Federal do Pampa - Unipampa
  • Elisa Lübeck Universidade Federal do Pampa.

DOI:

https://doi.org/10.19132/1807-8583202152.94798

Palavras-chave:

Comissão Nacional da Verdade, Ditadura civil-militar, Golpe de 1964, Jornalismo

Resumo

Neste texto, discutimos a participação da imprensa na deposição do presidente João Goulart, golpe de 1964, e a cobertura sobre o trabalho da Comissão Nacional da Verdade realizada pelos jornais Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e O Globo. Nosso objetivo foi destacar os principais sentidos que circularam, se destacaram, foram silenciados e/ou apagados sobre a ditadura civil-militar brasileira e a Comissão Nacional da Verdade no discurso dos jornais. Nesta cobertura, a CNV é desqualificada, deslegitimada e são colocados sob suspeição sua finalidade, objetivos e resultados. Acreditamos que o cenário histórico, político, social, cultural e econômico que o Brasil enfrenta tem origem, principalmente, em seu passado mal resolvido.

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Biografia do Autor

Carmen Regina Abreu Gonçalves, Universidade Federal do Pampa - Unipampa

Mestre em Comunicação e Informação pela UFRGS, doutora em Ciências da Comunicação pela Unisinos e docente na Unipampa.

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Publicado

2021-08-23

Como Citar

Gonçalves, C. R. A., e E. Lübeck. “A Imprensa Brasileira, O Golpe Civil-Militar De 1964 E a Comissão Nacional Da Verdade”. Intexto, nº 52, agosto de 2021, p. 94798, doi:10.19132/1807-8583202152.94798.

Edição

Seção

Artigos