Dos Espaços de Jogo aos Mundos Jogáveis

Autores

  • Olli Tapio Leino City University of Hong Kong

DOI:

https://doi.org/10.19132/1807-8583201946.149-165

Palavras-chave:

Espacialidade. Mundo do Jogo. Experiência de Jogo.

Resumo

Este artigo examina criticamente os fundamentos fenomenológicos daquilo que podemos chamar de “paradigma da espacialidade” no estudo dos videogames – o projeto de se utilizar metáforas e terminologias espaciais para compreender a atividade de jogo. Apoiando-me na tradição (pós)fenomenológica, argumento que, embora essa terminologia seja útil para projetos analíticos que busquem elucidar a estrutura e forma do artefato de jogo, bem como os processos que facilitam, noções espaciais não necessariamente se adequam ao aspecto de primeira-pessoa que constitui a experiência de se jogar um videogame – especialmente nos casos de jogos que não se sustentam em locomoção e propriocepção simuladas em espaços tridimensionais. Além disso, debato que as diferenças entre jogos para um jogador e jogos multiplayer – ou seja, que jogos para um jogador podem ser descritos, usando o enquadramento de relações de intencionalidade de Ihde, como situados em “relações de alteridade”, e jogos multiplayer em “relações de mediação” – complicam ainda mais a questão da espacialidade nos videogames. Dadas essas observações, sugiro que, se noções espaciais parecem problemáticas para a descrição da experiência em primeira-pessoa de se jogar videogames para um jogador, a noção de ‘mundo de jogo’ parece mais precisa para designar aquilo com o que os jogadores se envolvem.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Olli Tapio Leino, City University of Hong Kong

Associate Professor, School of Creative Media

Referências

AARSETH, E.. Allegories of Space: The Question of Spatiality in Computer Game. In: ESKELINEN, M.; KOSKIMAA, R. (Ed.). Cybertext Yearbook 2000. [s.l]: University Of Jyväskylä, 2000. p. 152-171.

AARSETH, E.. Playing Research: Methodological approaches to game analysis. Fine Art Forum, [s.l], v. 17, n. 8, 2003.

AARSETH, E.; SMEDSTAD, S.; SUNNANA, L.. Multi-Dimensional Typology of Games. In: DIGRA. 2003, [s.l]. Proceedings... . [s.l]: 2003.

ADAMS, E. The Construction of Ludic Space. In: DIGRA. 2003, [s.l]. Proceedings... . [s.l]: 2003.

BAYLISS, P.. Videogames, Interfaces, and the Body: The importance of embodied phenomena to the experience of videogame play. 2010. Tese (Doutorado), School Of Media And Communication, Rmit University, [s.l], 2010.

CALLEJA, G. Digital Games as Designed Experience: Reframing the Concept of Immersion. 2007. Tese (Doutorado), Victoria University of Wellington, [s.l], 2007.

FRIEDMAN, T.. Civilization and Its Discontents: Simulation, Subjectivity, and Space. In: SMITH, G. (Ed.). Discovering discs: Transforming Space and Genre on CD-ROM. New York: NYUP, 1999.

GALLAGHER, S.; ZAHAVI, D. The Phenomenological Mind: An introduction to philosophy of mind and cognitive science. Londres e New York: Routledge, 2008.

GÜNZEL, S.. The Spatial Turn in Computer Game Studies. In: FUTURE AND REALITY OF GAMING, 2008, [s.l]. Proceedings... . [s.l]: 2008.

IHDE, D. Technology and the lifeworld: from garden to earth. [s.l]: Indiana UP, 1990.

JENKINS, H.. Game Design as Narrative Architecture. In: WARDIP-FRUIN, N.; HARRIGAN, P. (Ed.). First Person: New Media as a Story, Performance and Game. Cambridge: Mit Press, 2004.

JUUL, J. Introduction to Game Time. In: WARDIP-FRUIN, N.; HARRIGAN, P. (Ed.). First Person: New Media as a Story, Performance and Game. Cambridge: Mit Press, 2004.

KLEVJER, R. What is the Avatar? Fiction and Embodiment in Avatar-Based Singleplayer Computer Games. Tese (Doutorado), University of Bergen, [s.l], 2006.

LEINO, O.. Understanding Games as Played: Sketch for a first-person perspective for computer game analysis. In: THE PHILOSOPHY OF COMPUTER GAMES CONFERENCE, 2009, [s.l]. Proceedings... . [s.l]: 2009.

LEINO, O. Playability and its Absence: A post-ludological critique. In: DiGRA, 2013. Proceedings… . [s.l]: 2013.

MANOVICH, L. The Language of New Media. Cambridge, MA: MIT Press. 2003.

MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da Percepção. São Paulo: Martins Fontes. 1999.

MÖRING, S. The Marriage: Love at sight, fear at play. In: GAMES, COGNITION & EMOTION, 12., 2013, Hamburgo. Proceedings... . Hamburgo: 2013.

PODLESCHNY, N. Games for change and transformative learning: An ethnographic case study. Tese (Doutorado), Queensland University of Technology, [s.l], 2012.

SARTRE, Jean-paul. Existentialism Is Humanism. In: KAUFMAN, Walter (Ed.). Existentialism from Dostoyevsky to Sartre.[s.l]: Meridian Publishing Company, 1989.

SARTRE, Jean-Paul O Ser e o Nada: ensaio de ontologia fenomenológica. Rio de Janeiro: Vozes, 2007

WARK, M. Gamer Theory. [s.l]: Harvard UP, 2007

VERBEEK, P-P. Cyborg intentionality: Rethinking the phenomenology of human technology relations. Phenom Cogn Sci, n 7. 2008. p. 387-395.

WOODS, S.. Playing with An Other: Ethics in The Magic Circle. In: UNIVERSITY OF JYVÄSKYLÄ. Cybertext Yearbook 2007. [s.l]: University Of Jyväskylä, 2007.

Referências ludográficas

Valve Corporation, HALF-LIFE 2, PC, 2004.

Riot Games, LEAGUE OF LEGENDS, PC, 2009.

Key, E. and Kanaga, D., PROTEUS, PC, 2013.

Firaxis Games/2K Games, SID MEIER’S RAILROADS!, PC, 2006.

Blizzard/Vivendi, WORLD OF WARCRAFT, PC, 2004.

Downloads

Publicado

2019-07-24

Como Citar

Leino, O. T. “Dos Espaços De Jogo Aos Mundos Jogáveis”. Intexto, nº 46, julho de 2019, p. 149-65, doi:10.19132/1807-8583201946.149-165.