O invisível no plano cinematográfico: rastros de Benjamin e Bergson

Autores

  • Suzana Kilpp UNISINOS
  • Ricardo Weschenfelder Universidade do Vale do Rio dos Sinos

DOI:

https://doi.org/10.19132/1807-8583201635.27-40

Palavras-chave:

Cinema. Plano cinematográfico. Eclipse de visualidade. Rastros. Memória.

Resumo

Neste artigo exploramos formas de presença e ausência nos enquadramentos e na percepção do espectador a partir de cenas e quadros do filme O Eclipse (1962) de Michelangelo Antonioni. Constatamos a intenção do cineasta em realizar, nesse filme, o que denominamos de ‘eclipse de visualidade’, isto é, rastros entre o visível e o invisível na montagem dos planos cinematográficos. O tempo intrínseco da montagem faz com que os quadros retornem de outra maneira, remetam a outros quadros e, sobretudo, deixem rastros na passagem das imagens e dos sons em movimento. Nesta discussão sobre rastros do invisível e a memória do visível, aprofundamos os conceitos especulares de rastro e aura em Benjamin e os cotejamos com os conceitos de tempo e memória de Bergson.

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Biografia do Autor

Suzana Kilpp, UNISINOS

Professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da UNISINOS.

Ricardo Weschenfelder, Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Doutorando em Ciências da Comunicação

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Publicado

2016-04-29

Como Citar

Kilpp, S., e R. Weschenfelder. “O invisível No Plano cinematográfico: Rastros De Benjamin E Bergson”. Intexto, nº 35, abril de 2016, p. 27-40, doi:10.19132/1807-8583201635.27-40.

Edição

Seção

Artigos