Agências de mulheres nas independências
das lutas bolivarianas aos levantes brasileiros
DOI:
https://doi.org/10.1590/18070337-119773Palavras-chave:
patriarcado, androcentrismo, historiografia, gêneroResumo
Focamos na agência de mulheres em movimentos de independência do colonialismo ibérico. Na trajetória política de Manuela Sáenz, buscamos recuperar a diversidade de papéis desempenhados por mulheres na independência da coroa espanhola. No caso brasileiro, as contribuições de Bárbara de Alencar à revolução de Pernambuco, de Maria Quitéria de Jesus Alves e de Maria Felipa de Oliveira à libertação da Bahia. Embora essas trajetórias se diferenciem temporalmente, a subordinação que lhes é atribuída na historiografia é comum, daí a relevância do debate articulado de suas agências. A apropriação de saberes proibidos aponta para os esforços individualizados pelo deslocamento das condições de subordinação patriarcal. Sua ação, contudo, foi restringida pelos padrões patriarcais, obrigando-as a travestir-se ou relegando sua relevância histórica a personagens masculinos de suas relações.
Downloads
Referências
ARRAES, Jarid. Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis. São Paulo: Pólen, 2017.
ABREU, Frederico. Capoeiras. Bahia, século XIX: imaginário e documentação. Salvador: Vogal, 2005.
ARAÚJO, Ariadne. Bárbara de Alencar. Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha, 2017. Vol. 14.
ANSALDI, Waldo; GIORDANO, Verónica. Historia de América Latina: una perspectiva sociológico-histórica 1880-2006. Madri: Dastin, 2006.
BAETA, María. Misoginia en el mundo científico: cultura androcentrista. Revista Estudios Culturales, v. 8, n 15, p. 71-83, 2015.
BETHELL, Leslie. O Brasil e a ideia de “América Latina” em perspectiva histórica. Estudos Históricos, v. 22, n. 44, p. 289-321, 2009. https://doi.org/10.1590/S0103-21862009000200001
CAROSIO, Alba. Perspectivas feministas para ampliar horizontes del pensamiento crítico latinoamericano. In: SAGOT, M. Feminismos, pensamiento crítico y propuestas alternativas en América Latina. Buenos Aires: CLACSO, 2017. p. 17-42.
CHIRINOS, Juan Carlos. Manuela, la «amable loca». In: HOYOS, F. M. Heroínas incomodas. La mujer en la independencia de Hispanoamérica. Barcelona: Rubeo, 2012. p. 177-207.
DINIZ, Dilma. O conceito de América Latina: uma visão francesa. Caligrama, v. 12, p. 129-148, 2007. http://dx.doi.org/10.17851/2238-3824.12.0.129-148
ELERS, Damaris. Mujeres en las Guerras de Independencia: siempre a las órdenes de la querida patria. In: LANIER, O.; CASTILLO, D. Emergiendo del silencio: mujeres negras en la Historia de Cuba. La Habana: Editorial de Ciencias Sociales, 2016. p. 205-222.
FARIAS, Eny. Maria Felipa de Oliveira: heroína da Independência da Bahia. Salvador: Quarteto, 2010.
FERES JÚNIOR, João. A consolidação dos Latin American Studies sob o imperativo da modernização. In: FERES, João. A história do conceito de “Latin America” nos Estados Unidos. Bauru: EDUSC, 2004. p. 79-131.
FIGUERÔA, Katiuscia; MORAES, Marcelo. Impressões femininas sobre a presença da mulher na capoeira. The Journal of the Latin American Socio-cultural Studies of Sport, v. 4, n. 2, p. 16-31, 2014. http://dx.doi.org/10.5380/alesde.v4i2.37220
GALENO, Henriqueta. Maria Quitéria de Jesus, Heroína Brasileira. Revista da academia cearense de letras, p. 135-147, 1954.
GIDDENS, Anthony. The constitution of society. Berkeley: University of California Press, 1984.
GONZÁLEZ, Judith. Reimaginando y reinterpretando a las mujeres en la independencia: historiografía colombiana y género. Procesos Históricos, n. 17, p. 2-17, 2010.
HENNES, Heather. Los “diarios perdidos” de Manuela Sáenz y la formación de un icono cultural. Kipus: revista andina de letras, v. 26, n. 2. p. 109-132, 2009.
HOYOS, Francisco M. Las mujeres en la independencia peruana. In: HOYOS, F. Heroínas incomodas. La mujer en la independencia de Hispanoamérica. Barcelona: Rubeo. 2012. p. 125-153.
LIMA, Nádia. As mulheres nas ciências: o desafio de uma passagem. A passagem do privado para o público. In: COSTA, A.; SARDENBERG, C. Feminismo, ciência e tecnologia. Salvador: REDOR/NEIM-FFCH/UFBA, 2002. p. 51-66.
LONDOÑO, Jenny. Manuela Sáenz: “mi patria es el continente de la América”. Cuadernos Americanos, n. 125, p. 67-85, 2008.
LUGONES, María. Colonialidad y género: hacia un feminismo descolonial. In: MIGNOLO, W. et. Al. (org.). Género y descolonialidad. Buenos Aires: Del Signo, 2014. p 13-42.
MAIA, Helder. Transgressões canônicas: queerizando as donzelas-guerreiras. Cadernos de Literatura Comparada, n. 39, p. 91-108, 2018. https://doi.org/10.21747/21832242/litcomp39a6
MACÊDO, Lília. O grito de independência das mulheres latino-americanas. Cadernos de Estudos Sociais e Políticos: Clássicas, v. 6, n. 11, p. 80-89, 2017. https://doi.org/10.12957/cesp.2017.32870
MATOS, Marlise; PARADIS, Clarisse. Desafios à despatriarcalização do Estado brasileiro. Cadernos Pagu, n. 43, p. 57-118, 2014.
MONTENEGRO, João. Bárbara de Alencar. Revista do Instituto do Ceará, v. CIX, p. 135-149, 1995.
MOREIRA, Neuracy. Maria Quiteria. Resgate da Memória, n. 2, p. 34-36, 2014.
OLIVEIRA, Emanuella; MARTINS, Mônica. Atuação de Manuela Sáenz na Guerra de Libertação da Grã-Colômbia no Século XIX. Revista Brasileira de Estudos de Defesa, v. 3, n.1, p. 153-173, 2016. https://doi.org/10.26792/rbed.v3n1.2016.61830
PERDÍA, Amor. Mujeres visibles e invisibles en la historia de la Independencia. In: HOYOS, F. M. Heroínas incomodas. La mujer en la independencia de Hispanoamérica. Barcelona: Rubeo, 2012. p. 226-261.
PRADO, Maria L.; FRANCO, Stella. A participação das mulheres na independência da Nova Granada: gênero e construção de memórias nacionais. In: PAMPLONA, M.; MADER, M. E. (org.). Revoluções de independências e nacionalismos nas Américas? Nova Granada, Venezuela e Cuba. 1. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2009. Vol. 3, p. 171-236.
QUINTERO, Inés. Las mujeres de la independencia: ¿Heroínas o Trasgresoras? El caso de Manuelita Sáenz. In: POTTHAST, B.; SCARZANELLA, E.. Mujeres y Naciones en América Latina. Problemas de inclusión o exclusión. Barcelona: Vervuert Iberoamericana, 2001. p. 57-76.
RAMIREZ, María. Las mujeres en los procesos de la independencia de la Nueva Granada. In: HOYOS, F. M. Heroínas incomodas. La mujer en la independencia de Hispanoamérica. Barcelona: Rubeo, 2012. p. 76-102.
REIS JUNIOR, Manuel P. Maria Quitéria. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1953.
RODRIGUES, Amanda. As mulheres e as guerras de independência na América Latina no século XIX: invisíveis ou inexistentes? Ameríndia-História, cultura e outros combates, v. 2, n. 2, p. 1-10, 2007.
RICH, Adrienne. Compulsory heterosexuality and lesbian existence. In: PARKER, Richard; AGGLETON, P. (ed.). Culture, society and sexuality. Londres: Routledge, 2007. p. 225-252.
SAFFIOTI, Heleieth. Woman in class society. Nova York: Monthly Review Press, 1978.
SÁNCHEZ, Dolores. Androcentrismo en la ciencia. Una perspectiva desde el análisis crítico del discurso. In: BARRAL, M. J. et al. Interacciones ciencia y género: discursos y prácticas científicas de mujeres. Barcelona: Icaria. 1999. p. 161-184.
SANTOS, Lucas. Maria Felipa de Oliveira. Resgate da Memória, n. 2, p. 30-34, 2014.
SANTOS, Miriam. As mulheres nas lutas da independência do Brasil: contestando a história oficial. In: GUARDIA, S. Las mujeres en la independencia de América Latina. Lima: CEMHAL. 2010. p. 105-110.
SANTOS, Raquel. O impacto do projeto do Pacto ABC nas relações Brasil-Argentina durante o segundo Governo Vargas. OPSIS, v. 14, p. 38-59, 2014. http://dx.doi.org/10.5216/o.v14iEspecial.29893
SELZNICK, Philip. The moral commonwealth: social theory and the promise of community. Berkeley: University of California Press, 1992.
SOUZA, Bernardino. Heroínas bahianas. Rio de Janeiro: Livraria José Olímpio, 1936.
VALDÉS, Eduardo. Los temas de las mujeres: inferioridad y expresión. In: VALDÉS, E. Del Ariel de Rodó a la Cepal 1900-1950 [El Pensamiento Latinoamericano en el siglo XX entre la modernización y la identidad]. Buenos Aires: Biblos. 2000. Vol. 1, p. 243-252.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Elizabeth Ruano Ibarra, Viviane Resende

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.