Política do Vivente

Resenha de: MBEMBE, Achille. Políticas da inimizade. Tradução de Sebastião Nascimento. São Paulo: N-1 Edições, 2020a. 216 p.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/18070337-116758

Palavras-chave:

políticas da inimizade, colonialismo, Frantz Fanon, descolonização, política do vivente

Resumo

Em seu ensaio, Achille Mbembe disserta acerca do modo em que as políticas da inimizade se tornaram a versão mais sofisticada do exercício do poder e da dominação gestados pelo projeto moderno do Ocidente, exacerbando-se nas novas tecnologias da guerra, na fragmentação digital dos extrativismos contemporâneos, na desumanização em favor da instrumentalização de todas as relações, nos genocídios e hostilidades raciais e étnicas, na devastação do mundo – um processo histórico que se impôs em escala global através do colonialismo e do racismo, aspectos dissimulados da narrativa do humanismo iluminista. Na trilha de pensadores como Edouard Glissant e Frantz Fanon, bem como nas dobras e entranhas da história crítica da modernidade, Mbembe propõe um pensamento de Todo-o-Mundo, uma política do vivente que reorganize as relações em torno do em-comum.

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Biografia do Autor

Kaciano Barbosa Gadelha, Universidade Federal do Rio Grande

(in memoriam)

Kaciano Barbosa Gadelha era Doutor em Sociologia pela Freie Universität Berlin (FUB), Alemanha, professor adjunto de Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande e coordenador do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi-FURG).

Francisco Rômulo do Nascimento Silva, Universidade Estadual do Ceará

Mestre em Sociologia (PPGS/UECE) e doutorando pelo mesmo programa, pesquisador do Laboratório de Estudos sobre a Conflitualidade e Violência (COVIO-UECE) e pesquisador-colaborador do Laboratório de Arte Contemporânea (LAC-UFC).

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Publicado

2022-08-29

Como Citar

GADELHA, K. B.; DO NASCIMENTO SILVA, F. R. Política do Vivente: Resenha de: MBEMBE, Achille. Políticas da inimizade. Tradução de Sebastião Nascimento. São Paulo: N-1 Edições, 2020a. 216 p. Sociologias, [S. l.], v. 24, n. 60, 2022. DOI: 10.1590/18070337-116758. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/sociologias/article/view/116758. Acesso em: 18 abr. 2024.