A precariedade está por toda parte: um estudo das origens e consequências da precariedade do trabalho no mundo globalizado
DOI:
https://doi.org/10.22456/0104-6594.62845Palavras-chave:
Direito do Trabalho, Precariedade, Marginalização, Pós-Fordismo, Direitos Humanos, GlobalizaçãoResumo
O processo globalizante intensificado nos anos 90 pela industrialização e pela modernização generalizadas, aliado a fatores como o fim do Estado do Bem-Estar Social, o surgimento das transnacionais e a eclosão do Pós-Fordismo, abalou profundamente o primado do trabalho e emprego, resultando no fenômeno conhecido como “desemprego estrutural”, levando à precarização do emprego. As transnacionais, empresas “flexíveis”, exploram a insegurança criada por elas mesmas. Ao colocar o trabalhador permanentemente em risco de perder seu trabalho, ela baixa seus custos sem oposição, promovendo o fenômeno da “flexploração”. Ao mesmo tempo, o novo modelo produtivo Pós-Fordista contribuiu para instaurar uma outra marginalização social, em que o trabalhador precarizado é difundido e não se vê como um sujeito coletivo capaz de exigir o direito e a dignidade e o trabalhador das empresas principais se vê dependente e incapaz de sustentar seus pleitos trabalhistas.
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