EXECUTIVOS JOVENS E SENIORES NO TOPO DA CARREIRA: CONFLITOS E COMPLEMENTARIDADES

Autores

  • Gustavo Simão Lima Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Belo Horizonte, MG / Brasil
  • Antônio Carvalho Neto Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Belo Horizonte, MG / Brasil
  • Betania Tanure Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Belo Horizonte, MG / Brasil

Palavras-chave:

carreira executiva, executivos jovens e seniores, trabalho e família, conflitos de gerações, preconceitos

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar a percepção de executivos jovens e seniores sobre as formas de cada um deles lidar com os impactos das mudanças no atual ambiente de negócios. Como objetivos específicos, esta percepção é analisada em relação a: empregabilidade; remuneração
variável; perspectiva da carreira; equilíbrio entre a vida pessoal e profissional; preconceitos relativos ao “jovem” e ao “velho”. A pesquisa descritiva que originou este trabalho é rara na literatura, tanto em nível de abrangência quanto de profundidade. A opção metodológica recaiu sobre o método misto quantitativo-qualitativo. A pesquisa quantitativa contou com 959 respondentes, 492 jovens (até 40 anos) e 467 seniores. A pesquisa qualitativa contou com 263 respondentes em 10 grandes empresas de vários setores da economia. O referencial teórico explora as demandas de uma carreira exigente, onde jovens e seniores enfrentam os desafios da lógica da empregabilidade, e buscam um difícil equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Os resultados mostram que os jovens estão chegando mais cedo ao topo da carreira. Isso traz tensões: o sênior teme não conseguir sua recolocação no mercado em alguma  eventualidade e se sente ameaçado pelo jovem; o jovem se sente  inseguro quanto à sua competência, pressionado pelo aumento  substancial de expectativas em relação à sua capacidade. As tensões provocadas pela difícil conciliação do trabalho com a família e pelas  restrições às perspectivas de crescimento na carreira devido ao  enxugamento das estruturas organizacionais, somam-se àquelas  relacionadas a valores de gerações diferentes. Este quadro gera, por um lado, conflitos e preconceitos de parte a parte e, por outro, oportunidades de complementaridade. Os executivos jovens estão ainda mais  insatisfeitos que os seniores com: remuneração, sobrecarga de trabalho, nível de estresse, nível de cobrança por resultados e a saúde em geral. A maior cobrança familiar que sofre o executivo jovem com filhos pequenos
pressiona-o a pelo menos pensar em equilibrar melhor vida profissional e pessoal, enquanto o sênior, muitas vezes com os filhos crescidos, não sofre esta mesma pressão. Os jovens experimentam maiores preconceitos por causa da idade, associada a falta de competência. O
conflito é ainda maior em empresas passando por significativas mudanças organizacionais, que são mais da metade das 344 empresas  pesquisadas. Os executivos mais velhos se consideram mais leais à empresa comparando-se aos mais jovens. Estes, por sua vez, enxergam os primeiros como mais resistentes às mudanças e mais arraigados a práticas de gestão consideradas por estes como ultrapassadas.

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Publicado

2012-04-01

Como Citar

Simão Lima, G., Carvalho Neto, A., & Tanure, B. (2012). EXECUTIVOS JOVENS E SENIORES NO TOPO DA CARREIRA: CONFLITOS E COMPLEMENTARIDADES. Revista Eletrônica De Administração, 18(1), 63–96. Recuperado de https://seer.ufrgs.br/index.php/read/article/view/38457