O uso de plantas em rituais de rezas e benzeduras: um olhar sobre esta prática no estado da Paraíba

Autores

  • Érica Caldas Silva de Oliveira
  • Dilma Maria de Brito Melo Trovão

Palavras-chave:

Rezador, benzedor, etnobotânica, rituais de cura, plantas de rezas

Resumo

Este trabalho vem sendo desenvolvido com rezadores/benzedores que habitam mesorregiões do estado da Paraíba, nordeste do Brasil. O presente estudo teve como objetivos identificar espécies vegetais utilizadas em rituais de rezas e benzeduras avaliando o valor de importância (IVs) das mesmas. Para tanto, realizaram-se 22 entrevistas livres, com aplicação de questionários, a rezadores/benzedores (especialistas locais), com a finalidade também de estudar o conhecimento e a percepção destes especialistas locais relativos ao uso de plantas em seus rituais de cura, prática comum em comunidades que residem em municípios do estado da Paraíba. Buscou-se entender ainda as origens do saber das rezas. Os resultados preliminares obtidos evidenciam que os rezadores fazem uso de plantas em suas práticas de rezas e benzimentos, atribuindo as mesmas poderes de afastar “mal olhado ou quebrantos”, dores diversas, “espinhela caída”, entre outros males. Os entrevistados citaram 15 espécies pertencentes a 12 famílias botânicas, com destaque para as Lamiaceae e Euphorbiaceae, com maior número de espécies. Dentre as espécies mencionadas pelos rezadores/benzedores, destacam-se: Ruta graveolens L. (arruda) e Jatropha gossypifolia L. (pinhão-roxo), ambas com valores de importância de 0,5. Os rezadores são pessoas que desenvolveram o dom da cura no seio de suas comunidades e adquiriram seus conhecimentos principalmente através dos familiares. Observa-se que, através de práticas de cura, por intermédio de rezas e benzeduras, a figura do rezador é muito presente nas comunidades estudadas, mantendo-se viva ao longo do tempo.

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Biografia do Autor

Érica Caldas Silva de Oliveira

Professora do Departamento de Biologia da Universidade Estadual da Paraíba, Graduada em Ciências Biológicas pela UFPB, mestre em Botânica pela UFPE e aluna do doutorado em Recursos Naturais da UFCG - PB. Vinculada ao Núcleo de Etnoecologia, Gestão e Educação Ambiental da UEPB.

Dilma Maria de Brito Melo Trovão

Professora do Departamento de Biologia da Universidade Estadual da Paraíba, Graduada em Agronomia pela UFPB, mestre em Engenharia Agrícola pela UFCG e Doutora em Recursos Naturais pela UFCG - PB. Vinculada ao Núcleo de Etnoecologia, Gestão e Educação Ambiental da UEPB.

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Publicado

2009-09-30

Como Citar

Oliveira, Érica C. S. de, & Trovão, D. M. de B. M. (2009). O uso de plantas em rituais de rezas e benzeduras: um olhar sobre esta prática no estado da Paraíba. Revista Brasileira De Biociências, 7(3). Recuperado de https://seer.ufrgs.br/index.php/rbrasbioci/article/view/114874

Edição

Seção

Artigos