O PROFESSOR DIRETOR DE TURMA ENTRE PORTUGAL E O BRASIL: DO CONTEXTO DE INFLUÊNCIA AO CONTEXTO DA PRÁTICA
DOI:
https://doi.org/10.21573/vol35n22019.91461Palavras-chave:
Ciclo contínuo de políticas, Diretor de turma, Modo de funcionamento díptico da escolaResumo
O presente texto apresenta um recorte de um estudo mais amplo desenvolvido no âmbito da pesquisa de doutorado defendida no final de 2017 no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) - Brasil. O estudo teve como objetivo analisar a forma como os atores da organização educativa − gestores, professores, alunos e pais −, apropriaram-se das significações do cargo do professor diretor de turma, no contexto da escola pública estadual regular cearense, no período de 2011 a 2014. Na pesquisa, foi levado em consideração que o cargo de diretor de turma instituído no Ceará-Brasil se inspira no cargo homônimo, criado no sistema educativo português na década de 60 do século XX. Nesse sentido, a investigação compreendeu dois estudos de caso, um no contexto cearense, e outro, no norte de Portugal. Adotou-se como modelo de análise o ciclo contínuo de políticas formulado por Richard Bowe, Stephen Ball e Anne Gold (1992); Ball (1994, 2011), articulando-o com a proposta teórica para o estudo da escola como organização educativa desenvolvida por Licínio Lima (1992, 1998, 2001). Assim, o referencial teórico procurou articular a abordagem do ciclo das políticas, com as contribuições da sociologia das organizações educativas, a partir das perspectivas de Ball (1992, 1994, 2011), Lima (1986, 1998, 2001), Sá (1997). Concluiu-se que os atores para os quais a política Projeto Professor Diretor de Turma (PPDT) é destinada revelaram uma certa acomodação, conformismo e por vezes admiração, mostrando-se convencidos da importância desta política educativa para a educação dos estudantes na escola cearense, ainda que se tenham observado algumas resistências, sobretudo, quanto à carga burocrática associada ao cargo de diretor de turma.
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