Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas (Literatura Brasileira) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Licenciada em Letras - Português/Literaturas pela mesma instituição. Atualmente é Técnica-Administrativa em Educação na Universidade Federal Fluminense (UFF).
A saga “Campo Geral”, a primeira de Corpo de Baile (2016), fornece-nos relatos de atitudes diante da morte. Este trabalho versará especificamente sobre um ponto de vista recorrente na obra de Guimarães Rosa: o infantil. Para tanto, Miguilim e Dito, as crianças-poetas, nos proporcionarão ensinamentos que transcendem as dicotomias dos homens velhos, ilustrando o potencial poético da experiência da morte, seja a própria ou de outrem. Recorreremos aos estudos rosianos de Melo e Souza (2008) e a diversos pensadores da morte, como Michel de Montaigne (2016) e Philippe Ariès (2017), além de pensadores da vida, como Miguel de Unamuno (2013), para analisar a experiência da morte não mais como um nefasto acontecimento, mas como parte essencial da vida que não cessa de brotar.
ARIÈS, Philippe. História da morte no Ocidente: da Idade Média aos nossos dias. Trad. Priscila Viana de Siqueira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017.
BACHELARD, Gaston. A Poética do Devaneio. Trad. Antonio de Pádua Danesi. 1a. ed. São Paulo: Martins fontes, 1996.
CÍCERO, Marco Túlio. Saber envelhecer e A amizade. Trad. Paulo Neves. Porto Alegre: L&PM: 2015.
COLLOT, Michel. Poética e filosofia da paisagem. Rio de Janeiro: Oficina Raquel, 2013.
MONTAIGNE, Michel de. Ensaios. Trad. Sérgio Milliet. São Paulo: Editora 34, 2016.
NIETZSCHE, Friedrich. A gaia ciência. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
ROSA, João Guimarães. “Campo Geral”. In: ROSA, João Guimarães. Manuelzão e Miguilim: Corpo de Baile. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016.
SOUZA, Ronaldes de Melo e. A saga rosiana do sertão. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2008.
UNAMUNO, Miguel de. Do sentimento trágico da vida. Trad. John O’Kuinghttons. São Paulo: Hedra, 2013.