Ir para o menu de navegação principal Ir para o conteúdo principal Ir para o rodapé

Artigos

v. 1 n. 2 (2019)

Anotações sobre a centralidade do artista na história da arte

DOI
https://doi.org/10.22456/2596-0911.93030
Enviado
May 20, 2019
Publicado
2019-10-01

Resumo

Este artigo discute alguns aspectos historiográficos acerca da importância dos artistas, como foco para a construção da narrativa sobre arte no tempo. Nas origens da historiografia da arte, com Giorgio Vasari, as biografias de artistas constituíram o fio condutor do texto. Porém, já se considerava o artista como parte de um sistema do qual faziam parte o ateliê, os mecenas, personagens e contextos sociais que transcendiam à individualidade do artista criador. O texto vasariano foi um modelo a ser seguido e um esquema a ser superado durante os séculos XVII e XVIII, observando os escritos de Bellori ou de Luigi Lanzi. As biografias de artistas foram sendo, portanto, adaptadas aos conceitos de estilo, escola e gênero. A criação do gênero monográfico no final do século XIX, por Carl Justi, permitiu a biografia de um único artista, em lugar do conjunto de vidas. Se, contudo, no início do século XX, pareceu possível construir uma história da arte que ofuscasse o papel do artista, em nome da obra de arte entendida como um objeto em sua pura visibilidade, por autores como Wölfflin; iniciou-se, em contrapartida, uma reconstrução historiográfica na qual o artista voltava a ocupar um papel central na narrativa, porém agora como parte de uma categoria social, em obras como as de Wackernagel, Baxandall ou Warnke.

Palavras-chave: Historiografia da arte. História social da arte. Artista. Biografia

Referências

  1. ALBERTI, Leon Baptista. A Arte de Construir. Tratado de Arquitetura e Urbanismo. São Paulo: Hedra, 2012.
  2. BAXANDALL, Michael. O olhar renascente, pintura e experiência social na Itália da Renascença. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1991.
  3. BELTING, Hans. O Fim da História da Arte. São Paulo: Cosac & Naif, 2012.
  4. BURCKHARDT, Jacob. Rubens. Pref. Emil Maurer. Trad. e note Anna Bovero. Torino: Einaudi, 1967
  5. CELLINI, Benvenuto. Vita. Testo critico con introduzione e note storiche. Firenze: Sansoni, 1901. P. 3 Disponível em https://archive.org/details/vitadibenvenutoc00cell_0 Acesso em 12 de março de 2019.
  6. CHASTEL, André. Arte y Humanismo. Madrid: Cátedra, 1982.
  7. FAILLA, Maria Beatrice. Il governo della vista e il primato dell’invenzione (1590-1640) in PINELLI, O. R. (org.) Storie della Storia dell’Arte.Torino: Einaudi, 2014.
  8. FAILLA, Maria Beatrice. L’ingano dell’occhio e l’artificio barocco (1640-1680) in PINELLI, O. R. (org.) Storie della Storia dell’Arte.Torino: Einaudi, 2014.
  9. FERNANDES, Cássio da Silva. Martin Wackernagel: o "espaço de vida" dos artistas no Renascimento florentino. Ghrebh, v. 2, p. 16, 2010. Disponível em http://revista.cisc.org.br/ghrebh/ Acesso em 15 de fevereiro de 2019.
  10. FRANCASTEL, Pierre. Pintura e sociedade. São Paulo, Martins Fontes, 1990.
  11. JUSTI, Carl. Diego Velazquez und sein Jahrhundert. 2 Bände, Bonn, Cohen, 1888.
  12. JUSTI, Carl. Murillo. Leipzig, E. A. Seemann, 1892
  13. PEVSNER, Niclolaus. Academias de Arte: passado e presente. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
  14. PINELLI, Orietta Rossi. Le arti del disegno. In PINELLI, O. R. (org.) Storie della Storia dell’Arte.Torino: Einaudi, 2014.
  15. PIVA, Chiara. La Repubblica delle Lettere e il dibattito sul metodo storico (1681-1814). in PINELLI, O. R. (org.) Storie della Storia dell’Arte.Torino: Einaudi, 2014.
  16. SERRÃO, Vítor. História da Arte em Portugal. Lisboa: Editorial Presença, 2001.
  17. SERRÃO, Vitor. O Maneirismo e o Estatuto Social dos Pintores Portugeses. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1983.
  18. SETTIS, Salvatori. Artisti e Comitenti tra Quatro e Cinquecent. Torino, Einaudi, 2010.
  19. VASARI, Giorgio. A Vida dos Artistas. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
  20. WACKERNAGEL, Martim. Il Mondo delgi artisti nel Rinascimento Fioretino: commitenti, botteghe e mercato dell’arte. Roma: Carocci, 1994.
  21. WARNKE, Martin. O Artista da Corte. Os antecedentes dos artistas modernos. São Paulo: Edusp, 2001.

Downloads

Não há dados estatísticos.