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Ensaios Visuais

v. 2 n. 2 (2020)

Dobrar para desconhecer

DOI
https://doi.org/10.22456/2596-0911.104600
Enviado
June 21, 2020
Publicado
2020-11-10

Resumo

Este ensaio visual desdobra-se de uma pesquisa poética de mestrado na qual o corpo da pesquisadora-artista é tornado objeto de si em experimentação. Essa experimentação se dá a partir da produção de uma série de fotodobragens intitulada Mulher dobrada (2016-2019), realizada em um ambiente rural de origem. Com isso, busca pensar os processos de subjetivação do feminino. O conceito filosófico de dobra, presente nos estudos de filosofia de Michel Foucault e Gilles Deleuze é aberto ao ato físico de dobrar e redobrar o corpo ao meio. Um corpo definido em múltiplas formas, que pertence, mas, por vezes, destoa de seu ambiente. Um corpo que nasce nos diferentes ambientes, aos quais sempre volta, como os ciclos das plantas e a persistência de suas paisagens. Um corpo que, em uma poética, pode criar novas relações e voltar diferente. Fechado em si, protege-se do que é externo. Ao mesmo tempo, seu exercício particular é exposto ao outro, espectador. De dentro e para fora do próprio corpo, através da imagem, o gesto repetido de dobrar-se ao meio testa sua resistência. Entre a ductilidade e a quebra, movimento e inoperância, entre continuidade e ruptura, pertencimento e estranheza, no entre, visa desafiar a anatomia e o olhar identificador do corpo de mulher conhecido, através de uma mulher que olha para si.

Referências

  1. DELEUZE, Gilles. A dobra: Leibniz e o barroco. Trad. Luiz B. L. Orlandi. 6ª Ed. Campinas: Papirus, 2012.
  2. DELEUZE, Gilles. Conversações. Trad. Peter Pál Pelbart. São Paulo: Ed.34, 1992.
  3. FOUCAULT, Michel. A escrita de si. In: Ética, sexualidade, política. Coleção Ditos e escritos, v.5. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010, pp. 144-162.

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