Ir para o menu de navegação principal Ir para o conteúdo principal Ir para o rodapé

Artigos

v. 2 n. 2 (2020)

A rua é nossa: as intervenções urbanas do coletivo lesbiano Velcro Choque (Brasil) e as subjetividades libertárias

DOI
https://doi.org/10.22456/2596-0911.104571
Enviado
June 21, 2020
Publicado
2020-11-10

Resumo

O presente artigo investiga as intervenções urbanas – pertencentes a um grupo composto por muitas manifestações artísticas realizadas no espaço público – que dialogam com a cidade. Compreendidas como práticas artísticas e socioespaciais, as intervenções urbanas do coletivo lesbiano Velcro Choque (Brasil) são analisadas a partir das potências que surgem com a ocupação das ruas da cidade e da esfera pública, já que tal ato coloca em cheque normas e narrativas históricas, que serão apontadas a partir do viés da crítica feminista da cultura. Conforme mostra a prática do coletivo, o artivismo associado aos feminismos e às dissidências sexuais e de gênero podem oportunizar a criação de subjetividades libertárias e formas de existência e resistência através das produções coletivas nas artes visuais.

Palavras-chave: Cidade. Intervenção Urbana. Feminismos. Artivismo.

 

Abstract

This paper investigates urban interventions – belonging to a group composed of many artistic manifestations carried out in the public space – that dialogue with the city. Understanding the urban interventions as an artistic and socio-spatial practice, the production of the lesbian collective Velcro Choque (Brazil) will be analyzed based on the potency that emerges with the occupation of the streets and the public sphere, since this act can put in check historical norms and narratives, which will be pointed out from the bias of the feminist critic of the culture. As the practice of the collective shows, artivism associated with feminism, sexual and gender dissidences can create opportunities for the creation of libertarian subjectivities and forms of existence and resistance through collective productions in the visual arts.

Keywords: City. Urban Interventions. Feminisms. Artivism.

Referências

  1. ARENDT, Hannah. A condição Humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2016.
  2. ARFUCH, Leonor. Cronotopías de la intimidad. In: ARFUCH, Leonor et al. Pensar ese tiempo: espacios, afectos, pertenencias. Buenos Aires: Paidós, 2005, p. 238-298.
  3. CHALFANT, Henry; COOPER, Martha. Subway Art. Londres: Thames & Hudson, 1984.
  4. COLLING, Leandro. A emergência dos artivismos das dissidências sexuais e de gêneros no Brasil da atualidade. Sala Preta, São Paulo, v. 18, n.1, p. 152-167, 2018.
  5. DEUTSCHE, Rosalyn. Evictions: art and spatial politics. Massachusetts: MIT Press, 1996.
  6. DEUTSCHE, Rosalyn. A arte de ser testemunha na esfera pública dos tempos de guerra. Concinnitas, Rio de Janeiro, ano 10, v. 2, p.175-183, 2009.
  7. FEDERICI, Silvia. Calibã e a Bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Elefante, 2017.
  8. FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
  9. FOUCAULT, Michel. Outros espaços. In: FOUCAULT, Michel. Ditos e escritos. Estética: Literatura e Pintura, Música e Cinema. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003. v. 3, p. 411-422.
  10. GABLIK, Suzi. Connective Aesthetics: Art after Individualism. In: LACY, Suzanne et al. Mapping the terrain: New Genre Public Art. Seatle: Bay Press, 1995, p. 74-87.
  11. HALL, Stuart. A Identidade Cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
  12. HARVEY, David. The Condition of Postmodernity: An Enquiry into the Origins of Cultural Change. Cambridge: Blackwell Publishers, 1989.
  13. JAMESON, Fredric. Postmodernism, or, The Cultural Logic of Late Capitalism. Durhan: Duke University Press, 1991.
  14. KRAUSS, Rosalind. Sculpture in the expanded field. October, Cambridge, n. 8, p. 31-44, Spring 1979.
  15. LACY, Suzanne et al. Mapping the terrain: New Genre Public Art. Seatle: Bay Press, 1995.
  16. LEFEBVRE, Henri. La producción del espacio. Madrid: Capitán Swing Libros, 2013.
  17. LORDE, Audre. Irmã Outsider. São Paulo: Grupo Autêntica, 2019.
  18. LUGONES, María. Rumo ao feminismo descolonial. Revista de Estudos Feministas, Florianópolis, v.22, n. 3, p. 935-952, set./dec. 2014.
  19. LUGONES, María. Heterossexualism and the Colonial/Modern Gender System. Hypatia, v. 22, n. 1, p. 86-209, Winter 2007.
  20. MESQUITA, André Luiz. Insurgências Poéticas: arte ativista e ação coletiva (1990-2000). 2008. Dissertação (Mestrado em História Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.
  21. MOTTER, Juliana. @VELCROCHOQUE: E se a cidade for sapatona? In: ENECULT: Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura, XV, 2019, Salvador. Anais [...]. Salvador: CULT v.1, 2019, p. 1-11. Disponível em: http://www.enecult.ufba.br/modulos/submissao/Upload-484/111638.pdf. Acesso em: 28 ago. 2020.
  22. MUSSI, Joana Zatz. O espaço como obra: ações, coletivos artísticos e cidade. 2012. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.
  23. PEÑA Julia Antivilo; MAYER, Mónica Mayer; ROSA, María Laura. Arte feminista e ‘artivismo’ na América Latina: um diálogo de três vozes. In: Catálogo Mulheres radicais: arte latino-americana 1960-1985, São Paulo: Pinacoteca de São Paulo, 2018, p. 37-41.
  24. POLESSO, Natália Borges. Amora. Porto Alegre: Não Editora, 2015.
  25. RAGO, Margareth. Inventar outros espaços, criar subjetividades libertárias. São Paulo: Escola da Cidade, 2016.
  26. RAPOSO, Paulo. “Artivismo”: articulando dissidências, criando insurgências. Cadernos de Arte e Antropologia, Salvador, v. 4, n. 2, p. 3-12, 2015.
  27. RICH, Adrienne. Heterossexualidade Compulsória e Outros Ensaios, Rio de Janeiro: A bola, 2019.
  28. ROSA, María Laura. Entre el malestar y el placer. Mujeres Públicas, ¿cuestiones privadas? Labrys, Estudos feministas, Brasília, n.17, 2010. Disponível em: https://www.labrys.net.br/labrys17/arte/marialaura.htm. Acesso em: 28 ago. 2020.
  29. RUBIN, Gayle. O tráfico de mulheres: notas sobre política econômica do sexo. In: RUBIN, Gayle. Políticas do sexo. São Paulo: UBU Editora, 2017, p. 9-62.
  30. SAFFIOTI, Heleieth. A Mulher na sociedade de classes: mito e realidade. São Paulo: Expressão Popular, 2013.
  31. SCHECHNER, Richard. Essays on performance theory. Nova York: Drama Books Specialists, 1977.
  32. SPIVAK, Gayatri. Crítica de la razón poscolonial. Madrid: Ediciones Akal, 2010.
  33. SWAIN, Tânia Navarro. Feminismo e lesbianismo: a identidade em questão. Cadernos Pagu, Campinas, n. 12, p.109-120, 1999.
  34. VISINI, Débora. A cidade é o suporte: arte urbana, mercado e subversão. 2017. Dissertação (Mestrado em Artes Visuais) – Centro de Comunicação, Turismo e Arte, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa 2017.
  35. WACLAWEK, Anna. Graffiti and Street Art. Londres: Thames & Hudson, 2011.
  36. WITTIG, Monique. O corpo lésbico. Rio de Janeiro: A Bolha, 2019. Press, 2005.

Downloads

Não há dados estatísticos.