Da agulha ao chip: brevíssima revisão dos estudos de recepção

Autores

  • Nilda Aparecida Jacks UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.19132/1807-8583201534.236-254

Palavras-chave:

Estudos de recepção. Teoria da comunicação. Estudos Culturais.

Resumo

Este texto retoma a passos largos a trajetória dos estudos de recepção para apontar o caráter sempre narrativo das teorias, dependendo do ponto de vista de quem narra. São vinculações teóricas e ideológicas que resultam em modos diferentes de conceber a história do campo, com inclusões e exclusões diferenciadas de teorias e correntes, que variam de autor para autor ao longo do tempo. São indicadas nomenclaturas que entraram em vigor no campo desde que este inaugurou suas atividades nos anos iniciais do século passado, fator crítico neste momento de transição do estatuto do receptor, que em muitos momentos torna-se produtor, um receptor-produtor. Algumas críticas sobre o alcance dos estudos de recepção para entender os processos comunicacionais contemporâneos, que atingem um alto grau de complexidade, são apresentadas. O estudo é concluído com algumas possibilidades de enfrentamento analítico que surgem a partir da própria tradição dos estudos de recepção ancorados nos estudos culturais, com possíveis arranjos com os estudos ciberculturais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Nilda Aparecida Jacks, UFRGS

Professora e pesquisadora do PPGCOM/UFRGS

Referências

ALSINA, Miquel Rodrigo. Los modelos de la comunicación. Madrid: Tecnos, 1995.

ANDERSON, Chris. A cauda longa: do mercado de massa para o mercado de nicho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

AQUINO, Maria Clara. Convergência entre televisão e web: proposta de categorização analítica. 2012. Tese (Doutorado em Comunicação e Informação) - Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012.

CALETTI, Sergio. La recepción ya no alcanza. In: CORTÉS, Carlos Luna; SOLIS, Beatriz; NUÑEZ, Luis (Org.). Generación de conocimientos y formación de comunicadores. Colômbia: FELAFACS, 1992.

CLOUTIER, Jean. A era de emirec ou a comunicação áudio- scripto-visual na hora dos self-media. 2. ed. Lisboa: Ministério da Educação e Investigação Científica, Instituto de Tecnologia Educativa, 1975.

ESCOSTEGUY, Ana Carolina. Anotações para pensar o sujeito nos estudos culturais. Animus, Santa Maria, v. 2, n. 1, p. 69-79, 2003.

ESCOSTEGUY, Ana Carolina. Quando a recepção já não alcança: os sentidos circulam entre a produção e a recepção. E-COMPÓS, Brasília, v. 12, n.1, jan./abr. 2009.

FAUSTO NETO, Antonio. As bordas da circulação. ALCEU, Rio de Janeiro, v. 10, n. 20, p. 55-69. jan./jun. 2010.

GOMES, Itania Maria Mota. Efeito e recepção: a interpretação do processo receptivo e duas tradições de investigação sobre os media. Rio de Janeiro: E-Papers, 2004.

GRIMSON, Alejandro; VARELA, Mirta. Audiencias, cultura y poder: estudios sobre televisión. Buenos Aires: EUDEBA, 1999.

HERRÁN, Claudia. Un salto no dado: de las mediaciones al sentido. In: OROZCO, Guillermo. Televidencia: perspectivas para el análisis de los procesos de recepción televisiva (Org.). Ciudad de México: Universidad Iberoamericana, 1994. (Cuadernos de comunicación y prácticas sociales, n. 6).

JACKS, Nilda; ESCOSTEGUY, Ana Carolina. Comunicação e recepção. São Paulo: Hacker, 2005.

JENKINS, Henry. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2008.

JENSEN, Klaus Bruhn; ROSENGREN, Karl. Five traditions in search of the audience. European Journal of Communication, v. 5, n. 2/3, p. 207-38, 1990.

JENSEN, Klaus Bruhn. La Semiótica Social de la Comunicación de Masas. Barcelona: Bosch, 1997.

LOPES, Maria Immacolata Vassalo de. Pesquisa em Comunicação. Formulação de um modelo metodológico. São Paulo: Loyola, 1990.

LOPES, Maria Immacolata; OROZCO, Guillermo (Org.). Convergências e transmidiação da ficção televisiva: OBITEL 2010. São Paulo: Globo, 2010

LOPES, Maria Immacolata. Qualidade na ficção televisiva e participação transmidiática das audiências: OBITEL 2011. São Paulo: Globo, 2011.

MAIGRET, Éric. Sociología de la comunicación y de los medios. Bogotá: Fondo de Cultura Económica, 2005

MARTÍN-BARBERO, Jesús. De los medios a las mediaciones: comunicación, cultura y hegemonía. México: Gustavo Gilli, 1987.

MARTINO, Luis Mauro Sá. Teoria da Comunicação: idéias, conceitos e métodos. Petrópolis: Vozes, 2009.

MORAGAS, Miguel de. Teorías de la comunicación. Barcelona: Gustavo Gilli, 1981.

O`REILLY, Tim. What is web 2.0: design patterns and business models for the next generation of software. 2005. Disponível em: <http://www.oreillynet.com/lpt/a/6228>. Acesso em: 22 fev. 2010.

OROZCO, Guillermo. Televisión y audiencias: un enfoque cualitativo. Madrid: Ediciones de la Torre, 1996.

OROZCO, Guillermo. Comunicação social e mudança tecnológica: um cenário de múltiplos desordenamentos. In: MORAES, Dênis de. (org.). Sociedade Midiatizada. Rio de Janeiro: Mauad, 2006.

OROZCO, Guillermo. Televisión y producción de interacciones comunicativas. In: Comunicación y Sociedad, Guadalajara, n. 18, p. 39-54, jul./dic. 2012.

OROZCO, Guillermo. La condición comunicacional contemporánea. Desafíos latinoamericanos de la investigación de las interacciones en la sociedad red. In: JACKS, Nilda et al. Análisis de recepción en América Latina: un recuento histórico con perspectivas al futuro. Quito: CIESPAL, 2011.

PRIMO, Alex. O aspecto relacional das interações na Web 2.0. E-Compós, Brasília, v. 9, p. 1-21, 2007.

PRIMO, Alex. A cobertura e o debate público sobre os casos Madeleine e Isabella: encadeamento midiático de blogs, Twitter e mídia massiva. Galáxia, São Paulo, v. 16, 2008.

RINCÓN, Omar. No más audiencias, todos devenimos productores. Comunicar: revista científica iberoamericana de comunicación y educación, Andalucía, v. 15, n. 30, mar. 2008.

SAINTOUT, Florencia, FERRANTE, Natália. La recepción no alcanzó: aportes para pensar una nueva agenda de comunicación. In: JACKS, Nilda et al. (Org.). Análisis de recepción en América Latina: un recuento histórico con perspectivas al futuro. Quito: Quipus, CIESPAL, 2011.

SANTAELLA, Lucia. Linguagens líquidas na era da mobilidade. São Paulo: Paulus, 2007.

SCHRØDER, Kim C. Audiences are inherently cross-media: audiences studies and the cross-media challenge. Centar za usmeravanje komunikacija. n.18. 2011.

SHANNON, Claude; WEAVER, Warren. The mathematical theory of communication. Urbana: University of Illinois, 1949.

SOUSA, Mauro Wilton de. A recepção sendo reinterpretada. Novos Olhares: revista de estudos sobre práticas de recepção a produtos mediáticos, v. 1, n. 1, 1998.

TILBURG, João Luis van. Televisão e audiência. In: FAUSTO NETO, Antonio; BRAGA, José Luis; PORTO, Sérgio. Brasil: comunicação, cultura e política. Rio de Janeiro: Diadorim, 1994.

TOALDO, Mariângela; JACKS, Nilda. Consumo midiático: uma especificidade do consumo cultural, uma antessala para os estudos de recepção. In: ENCONTRO ANUAL DA COMPÓS, 22., Salvador, 2013. Anais... Salvador: Universidade Federal da Bahia, 2013. Disponível em: <http://www.compos.org.br/data/biblioteca_2115.pdf>. Acesso em: 21 ago. 2015.

TOFFLER, Alvin. A terceira onda. São Paulo: Record, 2007.

WOLF, Mauro. Los efectos sociales de los media. Barcelona: Paidós Ibérica, 1994.

WOLF, Mauro. Teorias da comunicação. Lisboa: Editorial Presença, 1987.

Downloads

Publicado

2015-12-17

Como Citar

Jacks, N. A. “Da Agulha Ao Chip: Brevíssima revisão Dos Estudos De recepção”. Intexto, nº 34, dezembro de 2015, p. 236-54, doi:10.19132/1807-8583201534.236-254.