Tempo midiático e ficção literária

Autores

  • Márcio Serelle PUC/MG

Palavras-chave:

Cultura das mídias. Tempo. Literatura.

Resumo

Este artigo busca analisar, na contemporaneidade, o influxo da cultura das mídias sobre textos da literatura brasileira, cujo movimento mimético em face dos dispositivos de enunciação dos aparatos midiáticos revela-se não mais apelo filoneísta – como em narrativas da modernidade – mas antiutopia da cultura da rapidez e do acúmulo. O trabalho investiga, em textos principalmente de Moacir Scliar, Luiz Ruffato e Michel Melamed, registros de um tempo caracterizado pelo imediatismo, simultaneidade e ilusão do programável, que permite aos narradores e outros sujeitos textuais constantes avanços e recuos temporais, sintomas de obsessão mnêmica e de ansiedade pelo porvir. Tensionado em formas literárias híbridas e breves – nas quais rapidez e concisão resultam de uma busca por construção intensa e memorável –, o tempo real e presente das mídias eletrônicas e digitais é desvelado como estratégia técnico-mercantil, em que a vida vertiginosa torna-se processo de substituição anestesiante.

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Biografia do Autor

Márcio Serelle, PUC/MG

Professor doutor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da PUC Minas. Organizador, juntamente com Julio Pinto, do livro Interações Midiáticas (Belo Horizonte, Editora Autêntica, 2006). Este texto foi apresentado no GT “Cultura das Mídias”, do XVI Encontro da Compôs, na UTP, em Curitiba, PR, em junho de 2007.

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Como Citar

Serelle, M. “Tempo midiático E ficção literária”. Intexto, nº 17, dezembro de 2008, https://seer.ufrgs.br/index.php/intexto/article/view/3455.

Edição

Seção

Artigos