Censores em transe: análise do processo de censura do filme Terra em transe
DOI:
https://doi.org/10.19132/1807-8583202050.90-110Palavras-chave:
Cinema. Censura. Ditadura civil-militar. Arquivo. Liberdade.Resumo
O artigo investiga o desempenho da Censura Federal, no Brasil, desde a época da Colônia até a década de 1960, durante a vigência da ditadura civil-militar de 1964, especificamente com relação à proibição e liberação do filme Terra em transe (1967), de Glauber Rocha. São analisados os documentos que a Censura produziu, a partir dos pareceres dos censores, para atuar como guardiã da ditadura, da Igreja Católica, dos poderes constituídos e da moral vigente. Durante essa época, a atuação da Censura se estendeu ao controle político, preocupando-se, igualmente, com a manutenção da ordem política e da segurança nacional, sistematizando o trabalho da repressão. O acesso aos acontecimentos em questão se deu a partir dos arquivos da própria Censura; não obstante, se os arquivos são instituições de memória cultural, também são lugares de memória investidos de uma aura simbólica que ultrapassa sua mera aparência material e sua funcionalidade, cujos documentos refletem as atividades que lhes deram origem. Portanto, é preciso compreender e analisar as contradições, o velamento e o desvelamento desses arquivos, pois foram produzidos na vigência de regimes de exceção, caracterizados pela hipertrofia documental, fraudando as práticas funcionais do Estado, porquanto suas práticas de vigilância e de controle agenciam um minucioso trabalho de documentação. Após a análise dos documentos da Censura foi possível concluir que o trabalho dos censores era atuar como guardiões da ditadura civil-militar de 1964, da Igreja Católica, dos poderes constituídos e da moral vigente. Entretanto, tal contexto repressivo e autoritário abriu perspectivas para os novos pensadores e idealizadores da liberdade de expressão.
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