Trabalho informal, gênero e família

uma hermenêutica dos relatos de si de revendedoras de cosméticos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.19132/1807-8583202253.121391

Palavras-chave:

trabalho informal, venda direta, revendedoras de cosméticos, hermenêutica, comunicação e gênero

Resumo

Buscando explorar o potencial metodológico de uma abordagem hermenêutica para os estudos de comunicação no contexto do trabalho informal, a proposta deste artigo consiste em analisar os relatos de si de trabalhadoras de venda direta no ramo de cosméticos como forma de compreender a produção de sentidos em torno das relações trabalhistas com as organizações do setor. Contextualizado na pandemia da Covid-19 (SARS-CoV-2), esse estudo parte da proposição de Raúl Díaz, baseada na hermenêutica de Paul Ricoeur, cujo objetivo é desenvolver uma análise comparada de categorias identificadas em diferentes interlocutores. Trata-se de uma reflexão crítica acerca dos sentidos de trabalho produzidos pelas organizações em sua comunicação, mas tomando como objeto de análise sua força de trabalho: as revendedoras de cosméticos. Os resultados apontam para a existência de significativas contradições nos discursos de empresas de venda direta, que promovem um ideal de autonomia empreendedora que não se efetiva na prática. Essas tensões se estendem aos relatos das trabalhadoras, cujos discursos são perturbados por racionalidades políticas, econômicas e culturais específicas.

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Biografia do Autor

Emanuelle Gonçalves Brandão Rodrigues, Universidade Federal de Alagoas

Doutora em Comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco. Professora substituta de Relações Públicas da Universidade Federal de Alagoas.

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Publicado

2022-10-31

Como Citar

Rodrigues, E. G. B. “Trabalho Informal, Gênero E família: Uma Hermenêutica Dos Relatos De Si De Revendedoras De cosméticos”. Intexto, nº 53, outubro de 2022, p. 121391, doi:10.19132/1807-8583202253.121391.

Edição

Seção

Artigos