A gula de Flusser e o futuro ultratecnológico da comida: entre a ficção científica e a ciência ficcional
DOI:
https://doi.org/10.19132/1807-8583202051.280-299Palavras-chave:
Comunicação. Discurso científico. Ficção filosófica. Tecnologia. Natureza.Resumo
O artigo discute representações midiáticas da tecnologia enquanto elemento estruturante da sociedade do consumo neoliberal contemporânea à luz do pensamento flusseriano. Toma, por ponto de partida, a análise do texto Da gula, publicado originalmente pelo autor no jornal O Estado de São Paulo, em 1963. O objeto empírico escolhido para esse percurso é o imaginário social sobre o futuro da comida, no âmbito do qual a tecnologia assume diferentes perspectivas, que vão desde a denúncia do seu papel na exaustão dos recursos naturais e do comprometimento da sobrevivência humana, até a superação das mazelas do capitalismo industrial pela reinvenção laboratorial de novos alimentos. O corpus é composto por matérias jornalísticas que foram capas de revista de diferentes gêneros no ano de 2019, das quais os excertos extraídos são analisados com o suporte teórico-metodológico da análise do discurso. Explorando visões da tecnociência como dispositivo autônomo e irrefreável de produção do desenvolvimento, segundo suas próprias dinâmicas e racionalidades, o artigo problematiza as possibilidades de regulação social do progresso tecnológico no âmbito de uma ética tecnológica para o futuro.
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