HbA1C, Glicemia de Jejum e Teste Oral de Tolerância à Glicose no Diagnóstico de Diabetes: Que Teste Usar?
Palavras-chave:
diabetes, testes diagnósticos, hemoglobina glicadaResumo
Introdução: Tradicionalmente, a glicemia de jejum (GJ) e o teste oral de tolerância à glicose (TOTG), têm sido recomendados para o diagnóstico do diabetes melito (DM). Recentemente, a hemoglobina glicada/HbA1c (A1C) foi recomendada como nova ferramenta diagnóstica e seu uso isolado está sendo preconizado.
Objetivo: Analisar a concordância diagnóstica entre GJ, TOTG e A1C no diagnóstico de DM.
Métodos: Indivíduos atendidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre para a realização de TOTG foram incluídos no estudo. A1C, GJ, glicemia 2h após a ingestão de 75 g de glicose, perfil lipídico e história clínica foram analisados. Testes T-Student, qui-quadrado, Mann-Whitney U e coeficiente kappa foram utilizados conforme o caso.
Resultados: No total, 498 indivíduos participaram do estudo. Pelos critérios baseados na glicemia, 115 indivíduos foram diagnosticados com DM (26 pela GJ, 53 pelo TOTG e 36 por ambos os testes). Pelos valores de A1C, apenas 56 indivíduos apresentaram valor de A1C ³6,5% e foram diagnosticados com DM (27 pela A1C isolada e 29 pela A1C e também pela GJ e/ou TOTG). A concordância diagnóstica entre os critérios baseados na glicemia e A1C é fraca (kappa = 0,217; p<0,001). Pacientes diagnosticados pelo critério A1C ³6,5% isolado possuem perfil cardiovascular desfavorável quando comparados com os indíviduos que são classificados pelos critérios baseados na glicemia.
Conclusão: Os diferentes testes diagnósticos identificam diferentes indivíduos com risco de diabetes. A utilização de algoritmos empregando os testes GJ, TOTG e/ou A1C parece ser mais adequada para garantir a correta classificação dos indivíduos com DM.
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