Padre Matria (Meu inimigo, o ícone)

Autores

  • Luis Camnitzer State University of New York — SUNY, New York, Estados Unidos da América

DOI:

https://doi.org/10.22456/2357-9854.92909

Palavras-chave:

Padre Matria. Ícone. Meme. Arte e meme ativo.

Resumo

O artigo aborda, pela perspectiva dos estudos decoloniais, a transformação, pela arte, do ícone linguístico “madre patria” – que se refere à Espanha em relação aos países colonizados pelos espanhóis. Considerando que a linguagem sempre serve ao colonizador, o texto mostra que esse termo dissimula a situação política de submissão do colonizado, ao ressaltar um aspecto positivo, qual seja, um lugar acolhedor para onde sempre se pode retornar. Em “Padre Matria”, num jogo de palavras, o ícone “madre patria” é desconstruído, desnudando a metáfora original e eliminando a hipocrisia da benevolência do colonizador. O texto reflete sobre a transformação de um ícone em unidade cultural: o que faz um objeto ser arte? Afirma que o consumo acrítico de ícones e memes passivos é uma porta aberta aos processos de colonização. Ao contrário, como em “Padre Matria”, estratégias de sincretismo, mudanças de contextos, atribuição de novos significados às coisas e a interatividade com memes contemporâneos são alguns dos passos que fazem parte da história da resistência anticolonial. E isso deve estar no ensino da arte nas escolas.

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Biografia do Autor

Luis Camnitzer, State University of New York — SUNY, New York, Estados Unidos da América

Nascido na Alemanha (1937) e naturalizado uruguaio, é artista, crítico, curador e professor. Formou-se em arquitetura e escultura no Uruguai e estudou escultura e gravura na Alemanha. É professor emérito da State University of New York College/ Old Westbury (EUA). Desde a década de 1960 participa de numerosas exposições individuais e coletivas na América Latina, Estados Unidos e Europa. Foi curador pedagógico da 6ª Bienal do Mercosul. Trabalhou nas coleções permanentes de museus de Nova York: MoMA, Metropolitan, Whitney, Solomon R. Guggenheim e de museus de Buenos Aires, Houston, Londres, Madri e Zurique. Autor de livros e artigos sobre arte e política, explorando temas como identidade, linguagem, liberdade, ética, tragédia histórica, entre outros.

Referências

BÁEZ, Fernando. A universal history of the destruction of books. New York: Atlas & Co., 2008.

MAGRITTE, René. El Arte Puro: Defensa de la estética. Escritos. Madrid: Editorial Síntesis, 2003. p. 13-27.

PRECHT, Ângela. El gran triunfo del neoliberalismo ha sido convencernos de que no hay alternativa. La Tercera, Santiago de Chile, 27/11/2017. Disponible en: <http://culto.latercera.com/2017/11/18/naomi-klein-gran-triunfo-del-neoliberalismo-ha-sido-convencernos-alternativa/> Accedido em: 05/11/2018.

Publicado

2019-07-05

Como Citar

CAMNITZER, L. Padre Matria (Meu inimigo, o ícone). Revista GEARTE, [S. l.], v. 6, n. 2, 2019. DOI: 10.22456/2357-9854.92909. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/gearte/article/view/92909. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Ensino/Aprendizagem das Artes na América Latina: colonialismo e questões de gênero