Pragmatismo e teoria do ator-rede no estudo de controvérsias tecnocientíficas: refletindo sobre potencialidades e desafios
Resumo
O presente artigo objetiva discutir as potencialidades e desafios da sociologia pragmática de Bruno Latour e Michel Callon e, de forma complementar, da perspectiva da pragmática das transformações de Francis Chateauraynaud, para a análise de controvérsias tecnocientíficas. Indica-se a potencialidade de superação de perspectivas dicotômicas de sociedade/natureza e sujeito/objeto nas ciências sociais, uma vez que se passa a considerar a capacidade de humanos e não humanos produzirem mudanças dentro de uma rede. Além disto, destaca-se a ênfase conferida pelos autores ao caráter de construção coletiva e contingencial dos saberes científicos. Por outro lado, pontua-se a pertinência das contribuições de autores como Star, Singleton e Michael, Law e Mol, no que se refere à necessidade de problematizar nos estudos de controvérsias tecnocientíficas o modo como ocorrem estabilizações, assim como a ambiguidade e multiplicidade de identidades e posições dos atores humanos. O que leva, em última instância, ao desafio de, seguindo os atores, considerar-se a existência de topologias diversas para as redes, que deem conta de assimetrias mais ou menos contingenciais. Como exercício de reflexão teórico-empírica, apresentam-se alguns apontamentos iniciais sobre um estudo acerca de uma controvérsia tecnocientífica envolvendo as atividades de mineração de nióbio e a qualidade das águas na cidade de Araxá, Minas Gerais.Palavras-Chave: Pragmatismo; Teoria do Ator-Rede; Controvérsias tecnocientíficas.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Em caso de aprovação do artigo, os autores cedem automaticamente seus direitos de autoria à Revista Contraponto, a qual passa a deter a posse dos direitos referentes aos trabalhos publicados, mantendo o autor, contudo, os direitos morais sobre os mesmos, a exemplo de sua identificação como autor sempre que houver publicação de seu texto. Também é possível, desde que formalmente solicitado pelo(s) autor(es), obter a autorização para publicar o trabalho em forma de capitulo de livro, somente exigindo-se que a publicação obedeça os dados iniciais de publicação no periódico. O(s) autor(es) podem, ainda, copiar e distribuir livremente seu texto em meio eletrônico, sendo vedada, no entanto, a revenda dos mesmos.