SOBRE O VATE E O SATÍRICO
DUAS TEMPORALIDADES NA OBRA DE GONÇALVES DE MAGALHÃES
DOI:
https://doi.org/10.22456/2594-8962.126310Resumo
O presente artigo pretende apresentar um percurso que marcou o contato e os usos que fez Gonçalves de Magalhães da Frenologia. Esta pseudociência estava na moda no período em que Magalhães esteve na Europa e teve papel importante na sociedade de historiadores que ele fez parte. Para livrar-se da contradição entre o materialismo da Frenologia e o espiritualismo cristão que era adepto e entre o tempo linear voltado para o futuro do vate e do tempo da coexistência do primitivo com o desenvolvido dos frenólogos, Magalhães usa a Frenologia em uma obra que não assina. Ele produz uma sátira na qual se libera dos compromissos com o sublime. Seu uso ocorreu em uma situação específica, contra um inimigo, e Magalhães não se torna adepto da Frenologia, chegando a escrever duas obras contra essa pseudociência em sua maturidade.