SOBRE A MUSICALIDADE EM PROSA: MADAME BOVARY DE GUSTAVE FLAUBERT

Autores

  • Elena Gallorini Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.22456/2236-6385.92545

Palavras-chave:

Madame Bovary, Prosa musical, Tempo e espaço, Ritmo narrativo.

Resumo

Este artigo propõe uma análise do ritmo narrativo a partir do romance Madame Bovary, de Gustave Flaubert. Percorrendo a correspondência do autor, evidencia-se que Flaubert manifesta a intenção de revolucionar a linguagem do romance, atribuindo à prosa a musicalidade do verso. Para tal fim, o escritor trabalha febrilmente, escrevendo e reescrevendo as frases até soarem perfeitamente, o que é verificado através da prova do “gueuloir”, ou seja a declamação em voz alta. Após destacar as caraterísticas principais do ritmo narrativo dessa obra flaubertiana, examina-se de maneira mais detalhada o capítulo cinco da segunda parte do livro, para determinar quais elementos estilísticos permitem à essa obra, definida pelo mesmo Flaubert como romance de costumes, transformar-se em uma espécie de poema narrativo.

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Biografia do Autor

Elena Gallorini, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutoranda no programa de pos-graduação em Letras da  Universidade Federal do Rio Grande so Sul (UFRGS).

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Publicado

2019-10-15

Como Citar

GALLORINI, E. SOBRE A MUSICALIDADE EM PROSA: MADAME BOVARY DE GUSTAVE FLAUBERT. Cadernos do IL, [S. l.], n. 58, p. 177–190, 2019. DOI: 10.22456/2236-6385.92545. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/cadernosdoil/article/view/92545. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos de estudos literários