Como chegamos aqui? Medo e ressentimento na sociedade pré-Gilead
DOI:
https://doi.org/10.22456/2236-6385.101076Palavras-chave:
fascismo, populismo, literatura, Margaret Atwood.Resumo
A segunda década do século XXI evidenciou uma virada populista no cenário político mundial, articulando uma retórica de construção de povo e, em alguns casos, um antipovo. A literatura não se isenta dessas preocupações, elaborando-as através de suas próprias estratégias narrativas, produzindo novos contextos especulativos que ensejam explorar as inúmeras possibilidades que o presente apenas sugere. O presente artigo busca refletir sobre como as narrativas Os Testamentos (2019) e O Conto da Aia (2017) apresentam a emergência de um regime fascista dentro de uma democracia considerada sólida. Para isso, procura-se reconstruir o contexto prévio à emergência do regime, procurando-se compreender as operações retóricas utilizadas para traduzir medo e frustração em ressentimento e vitimização.
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