Britannia: violência, poder e contato
DOI:
https://doi.org/10.22456/1983-201X.78311Palavras-chave:
Britannia, Rebelião, Violência, Poder, ContatoResumo
Este artigo tem por intuito demonstrar – por meio de fontes escritas de autores antigos, como as obras de Tácito (Anais e A vida de agrícola) e a de Dião Cássio (História de Roma) – como é descrita a violência da ocupação da província da Britannia, uma vez que a imposição do poder romano trouxe consequências para a vida da comunidade nativa dessa região. As rebeliões em destaque são a de Carataco e, principalmente, a de Boudica, dando maior ênfase na questão da violação das filhas da rainha dos iceni. Tal passagem corrobora os comentários acerca do ponto de vista de estudiosos da atualidade em relação a esse tema e a questão sobre o motivo pelo qual esses escritores da Antiguidade o apresentaram com tal veemência. As implicações do processo de invasão romana e a tomada da província vieram de resultados posteriores, que são demonstrados neste trabalho através da cultura material representada por epitáfios, pelos quais são conhecidas as vidas das mulheres nativas que se juntaram aos romanos, formando uma heterogeneidade cultural.
Downloads
Referências
ALDHOUSE-GREEN, M. Boudica Britannia. London: Pearson Longman, 2006.
ALLASON-JONES, L. Women in Roman Britain. York: Council for British Archaeology, 2005.
______. Women in Roman Britain. In: James, L. S.; Dillon, S. (Ed.). A companion to women in the Ancient world. Oxford: Blackwell Publishing, 2012.
BÉLO, T. P. Estudo tecnológico e das cadeias operatórias da cultura material lítica e cerâmica, coletada nos anos de 1995, 1996 e 2000, no sítio Água Limpa, município de Monte Alto, SP. 2007. 190 f. Dissertação (Mestrado em Arqueologia)–Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.
______. Boudica e as facetas femininas ao longo do tempo: nacionalismo, feminismo, memória e poder. 2014. 261 f. Tese (Doutorado em História)–Departamento de História, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2014.
BOURDIEU, P. Outline of a theory of practice. Cambridge: Cambridge University Press, 1977.
CAESAR, C. I. De bello Gallico. Texto latino revisado por Manuel A. Gámez. Barcelona: Bosh, 1988.
CAHILL, A. J. Rethinking rape. Ithaca; London: Cornell University Press, 2001.
CASSIUS DIO. Roman History. Translated by Ernest Cary. London: W. Heinemann, 1914-1927. 9 v.
CUCHE, D. A noção de cultura nas ciências sociais. Bauru: Edusc, 1999.
DAVIES, J.; ROBINSON, B. Boudica: her life, times and legacy. Cromer: Poppyland Publishing, 2009.
DOBRES, M. A.; ROBB, J. E. Agency in Archaeology. Oxford: Blackwell, 2000.
DWORKIN, A. Pornography: men possessing women. New York: E. P. Dutton, 1989.
FIELDS, N. Boudicca’s rebellion AD 60-61: the Britons rise up against Rome. Oxford: Osprey Publishing, 2011.
FUNARI, P. P. A.; GARRAFONI, R. S. História Antiga na Sala de Aula. Textos Didáticos, Campinas, n. 51, jul. 2004. ISSN 1676-7055.
GARCIA, M. L. Las mujeres en la Gallaecia antigua. Gallaecia, Corunha, n. 16, p. 159-172, 1997.
HINGLEY, R. Resistance and domination: social change in Roman Britain. In: MATTINGLY D. (Ed.). Dialogues in Roman Imperialism: power, discourse and discrepant experience in the Roman empire. Cambridge: Cambridge University Press, 1997. p. 81-100. (Journal of Roman Archaeology Supplementary Series, v. 23).
______. O imperialismo romano: novas perspectivas a partir da Bretanha. Tradução de Luciano César Garcia Pinto. São Paulo: Annablume, 2010.
HINGLEY, R.; UNWIN, C. Boudica: Iron Age warrior queen. London: Hambledon Continuum, 2005.
HODDER, I. Symbols in action: ethnoarchaeological studies of material culture. Cambridge: Cambridge University Press, 2009.
JOHNSON, M. H. Conceptions of agency in archaeological interpretation. Journal of Anthropological Archaeology, Amsterdam, v. 8, n. 2, p. 189-211, 1989.
JOHNSON, M. Boudicca. London: Bristol Classical Press, 2012.
JONES, S. The archaeology of ethnicity. London: Routledge, 1997.
MATTINGLY, D. Being Roman: expressing identity in a provincial setting. Journal of Roman Archaeology, Cambridge, v. 17, p. 5-25, 2004.
MCCOSKEY, D. E. Gender at the crossroads of empire: locating women in Strabo’s Geography. In: DUECK, D.; LINDSAY, H.; POTHECARY, S. (Ed.). Strabo’s cultural geography: The Making of a Kolossourgia. Cambridge: Cambridge University Press, 2005. p. 56-72.
MORGAN, R. Going too far: the personal chronicle of a feminist. New York: Random House, 1977.
PINTO, R. Duas rainhas, um príncipe e um eunuco: gênero, sexualidade e as ideologias do masculino e do feminino nos estudos sobre a Bretanha Romana. 2011. 254 f. Tese (Doutorado)–Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, 2011.
REVELL, L. Ways of being roman: discourses of identity in the roman west. Oxford; Philadelphia: Oxbow Books, 2016.
SAAVEDRA, T. Women as focalizers of barbarism in conquest texts. Echos du Monde Classique: Cassical Views, Canada, v. 43, n.s. 18, p. 59-77, 1999.
SALWAY, P. The Oxford illustrated history of Roman Britain. Oxford: OUP, 1993.
SEALEY, P. R. The Boudican revolt against Rome. Oxford: Shire Publications, 1997.
STRABO. The Geography. Translated by H. L. Jones. Loeb Classical Library: Harvard University Press, 1917-1932. 8 v. Disponível em: http://penelope.uchicago.edu/Thayer/e/roman/texts/strabo/home.html. Acesso em: 14 jul. 2017.
TACITUS, P. C. Agricola. Tradução de W. Peterson. Londres: William Hinemann LTC; Cambrigde, MA: Harvard University Press, 1914.
______. The Annals and The Histories. Translated by A. J. Church and W. J. Brodribb. Great Britain: Penguin Classics, 1952.
______. The Germania. Translated by Alfred John Church and William Jackson Brodribb. London; New York: The Macmillan Company, 1877.
WHITTAKER, C. R. Frontiers of the Roman Empire: a social and economic study. London: Johns Hopkins University, 1994.