Feminismo, comunismo e expectativa democrática no Brasil: disputas em torno da construção de uma Frente Única de Mulheres (1945-1949)

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DOI:

https://doi.org/10.22456/1983-201X.109808

Palavras-chave:

feminismo, comunismo, Segunda Guerra Mundial, Guerra Fria

Resumo

Neste artigo analiso o processo de institucionalização do movimento feminista de orientação
comunista no Brasil entre 1945 e 1949, momento de caminhos bifurcados entre democracia e autoritarismo. Em 1945, o final da Segunda Guerra Mundial favoreceu o aparecimento e a rearticulação de diversos grupos feministas nem sempre ideologicamente convergentes. No processo, o Instituto Feminino de Serviço Construtivo (IFSC), fundado em 1946, se destacou pela capacidade organizativa e de articulação nacional e internacional. Aqui, a finalidade é investigar as disputas e tensões que envolveram a construção de uma frente nacional feminista que desaguou, em 1949, na criação da Federação de Mulheres do Brasil (FMB).

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Biografia do Autor

Iracélli da Cruz Alves, Instituto Federal da Bahia (IFBA)

Doutora em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mestra em história pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), graduada em Licenciatura Plena em História pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Atualmente é professora substituta do Instituto Federal da Bahia (IFBA), Campus Ilhéus.

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Publicado

2022-11-25

Como Citar

Alves, I. da C. (2022). Feminismo, comunismo e expectativa democrática no Brasil: disputas em torno da construção de uma Frente Única de Mulheres (1945-1949). Anos 90, 29, 1–19. https://doi.org/10.22456/1983-201X.109808

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Artigos