CRISTÃOS, MUÇULMANOS E JUDEUS NA MEDIEVALÍSTICA ALEMÃ:
REFLEXÕES “PARA UM NOVO CONCEITO DE IDADE MÉDIA”

 

Aline Dias da Silveira 1

 

Resumo: Este texto propõe uma reflexão sobre a tendência temática e metodológica na medievalística alemã nos últimos anos, que aborda as relações entre cristãos, muçulmanos e judeus na Idade Média. A reflexão aqui apresentada critica a ideia de que as “raízes medievais da Europa” estão fundamentadas unicamente na cultura carolíngia, na ascensão do cristianismo e no estabelecimento dos reinos “bárbaros”, pois, como recentes trabalhos da historiografia alemã têm ressaltado, devemos falar de “culturas” medievais e não de “uma” cultura medieval, a considerar as profundas trocas culturais (em alemão Kulturaustausch) entre cristãos, judeus e muçulmanos na Idade Média.

Palavras-chave:Medievalística alemã. Trocas culturais. Relações entre cristão, muçulmanos e judeus na Idade Média.

Com a formação da União Europeia e o grande movimento de imigração na Europa, o “antigo” continente vivencia o crescimento da diversidade de forma tão arrebatadora que não é mais possível tentar “encobri-la com o véu de uma sedutora uniformidade”. (BORGOLTE, 2005, p. 163). As consequências destes encontros, desencontros e reencontros culturais são perceptíveis no dia-a-dia e apresentam-se, muitas vezes, sob a forma de resistência, repulsão e conflito, também denominados pela mídia de “choques culturais”, ou ainda “choque de civilizações” 2, quando a imigração oriunda dos países muçulmanos é referida. A intensidade destes acontecimentos conduz, inevitavelmente, à busca da diferenciação em relação ao “outro”, ou seja, à busca da afirmação da própria identidade, pois é grande o receio da perda de referencial frente às eminentes mudanças de costumes e massificação da cultura. No entanto, as influências recíprocas, as trocas culturais e as mudanças são inevitáveis. Diante de discursos conservadores da política europeia, intelectuais preparam-se e respondem com trabalhos e projetos que colocam as seguintes questões: Como se formou a identidade cultural da Europa? Quais são os valores culturais da Europa? Qual é o centro e qual é a periferia da Europa?
Proponho no texto a seguir uma reflexão sobre as novas tendências temáticas e metodológicas da medievalística europeia e o contexto de seus discursos. Esta reflexão também pode ser considerada como um ensaio para a crítica à ideia de que as “raízes medievais da Europa” (para mais uma vez parafrasear respeitosamente o grande medievalista francês Jacques Le Goff) estão fundamentadas unicamente na cultura carolíngia, na ascensão do cristianismo e no estabelecimento dos reinos “bárbaros”, pois, como recentes trabalhos da historiografia alemã têm ressaltado, devemos falar de “culturas” medievais e não de “uma cultura medieval”, a considerar as profundas trocas culturais (em alemão Kulturaustausch) entre cristãos, judeus e muçulmanos na Idade Média. (BORGOLTE, Christen, Juden, Muselmanen, 2006).
Diante do contexto social e político da atual Europa, algumas obras acadêmicas ainda enfatizam o conservadorismo centro-europeu, o qual defende uma uniformidade da cultura europeia baseada no cristianismo e na ideia de uma “Civilização ocidental” em contraponto a “uma Civilização oriental”. Outros trabalhos, por outro lado, destacam-se por reivindicar o reconhecimento das trocas culturais como força motriz na formação das culturas europeias. Desta forma, o Oriente aparece cada vez mais como tema de livros, congressos e teses. Afinal, considerando os 800 anos de presença muçulmana na Península Ibérica e as trocas culturais na região mediterrânica, bem como a presença judaica, o Oriente cultural situa-se muito mais próximo que o geográfico. Consciente deste fato, a pesquisa medieval alemã, por exemplo, ocupou-se, principalmente nos últimos cinco anos, dos assuntos mediterrânicos, e passou a comungar com os especialistas da História Oriental, com a Arqueologia e a Filosofia, bem como com a historiografia espanhola.
Esta nova tendência na medievalística alemã tem uma razão clara para todos que trabalham com o tema: a Península Ibérica é o melhor espaço histórico para estudar a convivência, trocas culturais, relações de tolerância e intolerância e heranças culturais entre as religiões monoteístas dentro da Europa. A partir desta evidência, trabalhos historiográficos recentes na Alemanha e na Espanha posicionam-se contra a ideia de centro e periferia dentro da própria Europa. A seguir, citamos alguns exemplos destes trabalhos.
O programa interdisciplinar e interinstitucional Integration und Desintegration der Kulturen im europäischen Mittelalter (em português: Integração e Desintegração das Culturas na Idade Média Europeia) 3; o Institut für vergleichende Geschichte Europas im Mittelalter (em português: Instituto de História Comparada da Europa Medieval) da Universidade Humboldt em Berlim 4; o Seminário em Frankfurt (julho, 2007) Christlicher Norden – Muslimischer Süd. Die Iberische Halbinsel im Kontext kultureller, religiöser und politischer Veränderungen zwischen dem 11. und 15. Jahrhundert (em português: Norte Cristão – Sul Muçulmano: a Península Ibérica em contexto das mudanças culturais, religiosas e políticas entre os séculos XI e XV), este Seminário contou também com a apresentação de pesquisas na área da medievalística espanhola e inglesa; a obra de Michael Borgolte, Christen, Juden, Muselmanen – Die Erben der Antike und der Aufstieg des Abendlandes 300 bis 1400 n. Chr. (em português: Cristãos, Judeus e Muçulmanos – As Heranças da Antigüidade e o Nascimento do Ocidente de 300 a 1400 a.C.). A tendência destes trabalhos é destacar a importância do conhecimento cristão, árabe e judeu, não só como uma influência ou recepção na Idade Média, mas como constituidor dos valores da Europa.
Um exemplo de tema abordado nestes trabalhos é o trânsito de intelectuais pertencentes às três religiões na Idade Média e seu trabalho conjunto nas traduções (BORGOLTE, 2006, p. 562-584). Séculos antes da obra de Aristóteles ser discutida na Paris do século XIII, muçulmanos, cristãos e judeus já trabalhavam em conjunto na tradução e interpretação de textos aristotélicos na escola de tradução de Bagdá (séculos VII-IX d. C.). A mesma colaboração é documentada na escola de tradução de Toledo (século XII-XIII), a qual traduziu os trabalhos do árabe para o latim. A necessidade de utilizar intelectuais de diferentes idiomas no trabalho de tradução formou uma comunidade de tradutores e comentadores multicultural ao longo destes quatrocentos anos na área mediterrânica. Estes intelectuais escreveram os comentários das obras traduzidas e empreenderam discussões entorno das fontes helenísticas, cristãs, judaicas e islâmicas.
Ou seja, quando Michael Scotus chega à Paris em 1230 com as traduções da obra de Aristóteles feitas em Palermo e Toledo, essas já configuram um produto da intensa troca cultural entre cristãos, judeus e muçulmanos na Idade Média. (ENDRESS, 2004, p.2). Este é um bom exemplo da importância das culturas mediterrânicas na formação cultural da Europa e de como é errôneo explicar a Idade Média a partir de modelos generalizantes, a exemplo do conceito de “Europeização da Espanha” (UBIETO, REGLÁ, JOVER, 1965), o qual considera a “Civilização” carolíngia como o gênese da “Civilização ocidental”.
O conceito de europeização da Espanha aparece pela primeira vez na obra de Antonio Ubieto Arteta Introducción a la Historia de España publicada em 1965. Ubieto fundamenta este conceito a partir da introdução de costumes “europeus” no âmbito religioso e cultural da Península Ibérica. Por exemplo, a troca da liturgia visigótica pela romana, a execução das decisões oriundas do sínodo de Latrão (1059), e expansão da regra beneditina, especificamente da cluniacense, no Norte da Espanha. 
O historiador alemão Klaus Herbers percebe no trabalho de Antonio Ubieto uma resposta espanhola às interpretações de pesquisadores franceses, os quais explicam a transição do século XI para o século XII na Espanha unicamente pela influência francesa. (HERBERS, 2002, p. 20). Herbers toma como exemplo de tais interpretações o livro de Marcelin Defourneaux (1949) Les Français en Espagne au XIe et XIIe siècles. Neste trabalho, aparecem quase todas as inovações espanholas daquele período como sendo repercussões da cultura da “Grande Nation”. No entanto, a crítica do historiador alemão evidencia que tanto os processos exemplificados na obra de Defourneaux, quanto suas citações, não poderiam simplesmente ser vinculados à atual França, pois denominações como itali, theutoni, Burgundi e Lotharingi, a influência papal ou os costumes romanos não deveriam ser encerrados unicamente na designação “Les Français en Espagne”. (HERBERS, 2002, p. 20).
Herbers reconhece que, os reinos cristãos do norte da Península Ibérica necessitavam de reformas legislativas de base, a considerar o contexto do repovoamento das regiões conquistadas e da organização de novos governos. Para tanto, os reinos ibéricos poderiam ter utilizado modelos legislativos do outro lado dos Pireneus. O problema, ressalta o autor, está em caracterizar este processo e desenvolvimento com a problemática denominação “europeização da Espanha” (Europäisierung Spaniens), como se a Espanha ou a Península Ibérica não pertencessem à Europa anteriormente.
Para além desta questão, ainda permanece a pergunta, em qual pressuposto teórico ou ideológico poderiam se basear os paradigmas de uma europeização? Frequentemente, é utilizado o termo europeização como sinônimo de modernização ou ocidentalização. Com isso, europeização designa, muitas vezes, a expansão europeia, como no tempo da colonização, mas também, em consequência desta expansão, o processo de europeização do planeta. Neste último caso, estão incluídos, por exemplo, os processos de modernização na Rússia durante o século XIX, os quais são caracterizados e explicados sob o estigma da Europeização. Em crítica a tal categorização, Herbers (2002, p. 21) coloca que o objetivo atrás destas “etiquetas” seria a exaltação da própria identidade e da função intermediária dos países “periféricos”.
Uma alternativa para tais discursos seria uma orientação metodológica, que tratasse do contexto medieval ibérico em seus diferentes níveis e intercâmbios culturais. Tal orientação foi desenvolvida em outros idiomas sob os conceitos de transfer culturels, cultural exchange e, dentro da recente historiografia Alemã, sob o conceito de Kulturaustausch. (BURKE, 2000, p. 09). De acordo com estes conceitos, não se deveria falar de importação ou exportação de elementos culturais, mas do surgimento de novos sistemas em uma longa duração. A incorporação do conhecimento árabe nas traduções medievais feitas por cristãos não seria, por exemplo, “apenas” uma recepção, mas um processo, no qual o novo conhecimento é trabalhado de acordo com as premissas, convenções e percepções vigentes, para vir a expressar uma nova forma de conhecimento ao longo do tempo.
Atualmente, a historiografia espanhola também busca trabalhar as trocas culturais na Idade Média. Podemos citar como exemplo o Colóquio em Valladolid (2002), que reuniu pesquisadores da Espanha e da Alemanha sob a direção de Julio Valdeon Baruque. O referido Colóquio tratou das relações da Espanha com o Sacro Império desde o reinado de Otto I e o Califado de Córdoba até o século XIII, tendo em conta as relações entre muçulmanos, judeus e cristãos. Este Colóquio deu origem à obra bilíngue España y el Sacro Império”: procesos de cambios, influencias y acciones recíprocas en la época de la Europeización” (siglos XI-XIII). (VALDÉON, HERBERS, RUDOLF, 2002).
Tais iniciativas como a do Colóquio em Valladolid parecem buscar uma alternativa ou uma resposta para a tradição na historiografia francesa de utilizar o termo “Civilização” para designar a Idade Média ocidental, sendo que “Civilização” neste caso tem seus fundamentos na cultura carolíngia e na ascensão do cristianismo das ordens beneditinas. A partir desta “Civilização do Ocidente Medieval” seriam desenvolvidas as “raízes” da cultura europeia.
Quando a “Civilização” medieval é atribuída apenas ao desenvolvimento das instituições carolíngias, torna-se evidente a concepção de centro e periferia dentro da própria Europa. Exemplos desta interpretação podem ser encontrados nas obras dos franceses Lucien Febvre, A Europa: gênese de uma Civilização (obra constituída de textos dos seminários de Febvre entre 1944-1945) e Marcelin Defourneaux, Les Français en Espagne au XIe et XIIe siècles (1949), obra referida anteriormente. Tais obras refletem a atmosfera pós-guerra de reconstrução da Europa e a busca de uma uniformidade cultural que amenizasse as diferenças. Uma uniformidade projetada a partir da Europa centro-ocidental (França e Alemanha).
De fato, grande parte das interpretações sobre a Idade Média, que se estabeleceram como “cânones” até os dias atuais, como o modelo de feudalismo, de uma Europa formada fundamentalmente pela ascensão do cristianismo e pelo estabelecimento dos reinos “bárbaros”, também é calcada na ideia (ou convicção) de centro e periferia. Por este motivo, a História medieval da Península Ibérica entre os séculos IX-XI (época do Emirado e Califado Omíada de Córdoba) não é incluída nesta “História da Civilização Ocidental”, pois esta é considerada a história do outro, do muçulmano 5. Possivelmente, é este o motivo pelo qual a história medieval da Península Ibérica não é considerada com relevância na obra de Jacques Le Goff, intitulada As Raízes Medievais da Europa, como também foi desconsiderada em outra famosa obra do autor, A Civilização do Ocidente Medieval.
O desafio para a medievalística brasileira é menos o de seguir tendências temáticas e mais o de posicionar-se criticamente perante este debate, identificando as questões ideológicas subliminares, como o posicionamento de medievalistas franceses e alemães perante a entrada da Turquia, enquanto país muçulmano, para a União Europeia (LE GOFF, 2008; BORGOLTE, 2002), ou a ideologia por trás da ênfase da Península Ibérica como periferia europeia, da qual os 800 anos de presença muçulmana não teriam influenciado na formação cultural da Europa.
Apesar do desenvolvimento qualitativo e quantitativo dos estudos medievais no Brasil, ainda permanece a pergunta, dentro e fora do país, em torno da legitimidade de estudar um período histórico que, a priori, não ocorreu em solo brasileiro. Mesmo para aqueles europeus que falam de uma longa Idade Média, as origens da “civilização ocidental” parece ser bem definida e geograficamente limitada, finalmente, um assunto para europeus cristãos e ocidentais. No entanto, os trabalhos recentes da historiografia alemã e ibérica abrem o debate para uma Europa formada tanto por valores ocidentais como orientais. Uma Idade Média que não é dividida em oriental e ocidental, mas definida pelos encontros e pelas trocas culturais, pelo trabalho conjunto nas traduções e pela identificação do “outro” como o “nosso” 6. Por esta perspectiva, o olhar do medievalista brasileiro, o olhar do outro, é legítimo e pode contribuir com sua imparcialidade na desconstrução dos modelos de centro e periferia cultural, propondo novas análises para o estudo das trocas culturais.

 

Christians, muslims and jews in the medieval studies in Germany: reflections “for a new concept of Middle Age".

Abstract:This paper proposes a reflection on the thematic and methodological tendency in the medieval studies in Germany in the recent years, which deals with relations between Christians, Muslims and Jews in the Middle Ages. The presented reflection criticizes the idea that "medieval roots of Europe" are based solely on the rise of Christianity and the establishment of "barbarian" kingdoms. Instead of that, as recent works of germane historiography has emphasized, we should talk about "medieval cultures", in order to consider the intensive cultural exchanges (in German: Kulturaustausch) between Christians, Jews and Muslims in the Middle Ages.

Keywords:Medieval Studies in Germany. Cultural exchanges. Relations between Christians, Muslims and Jews in the Middle Ages.

 

Doutora pela Universidade Humboldt de Berlim. Email: noctiluca_br@yahoo.com.br.

Em inglês “Clash of Civilizations”. Esta expressão foi proposta nos anos noventa pelo cientista político Samuel P. Huntington. Segundo o autor, as identidades culturais e religiosas dos povos seriam as principais fontes de conflito no mundo pós Guerra Fria. Tal teoria foi publicada pela primeira vez na Revista Foreign Affairs, verão de 1993, exatamente sob o título The Clasch of Civilizations? (HUNTINGTON, 1993, p.22-49).

O programa interdisciplinar e interinstitucional Integration und Desintegration der Kulturen im europäischen Mittelalter tem como tese condutora a de que o encontro das diferentes culturas europeias na Idade Média conduziu todos a processos contínuos de integração e desintegração, os quais formaram a dinâmica específica da história europeia. É defendido que a Europa nunca foi constituída por uma unidade cultural. Mais informações no sítio: http://ivgem.geschichte.hu-berlin.de/site/lang__de-DE/4166/default.aspx. Acesso em: 15 mar. 2009.

Sítio na Internet: http://ivgem.geschichte.hu-berlin.de/site/lang__de-DE/3367/default.aspx. Acesso em: 15 mar. 2009.

CARDINI: “Não comentei estudos da História bizantina ou dos países muçulmanos já que, por sua própria natureza, a Idade Média diz respeito aos povos de tradição latina e ocidental. Como já disse, é no quadro geral dessa História ocidental que se elaboraram os conceitos de “Idade Média” e de “Renascimento”. Mesmo que importantes seus contatos com a nossa Idade Média, o mundo bizantino e o mundo muçulmano não têm conceitualmente nada a ver com ela.” Cf. FRANCO JÚNIOR, 2008, p. 197.

Como de fato é representado na obra do Arcebispo de Toledo Rodrigo Jiménez de Rada (século XII), que identifica a época do Califado de Córdoba, como a dos “nossos muçulmanos”. Rodrigo Jiménez de Rada (1170-1247) escreveu, entre outras, a obra Historia Arabum, na qual foram utilizadas fontes árabes. Nesta obra, os almorávidas e os almohadas são descritos como rudes estrangeiros em contraste com os cultos muçulmanos da Espanha.

 

Referências:

BORGOLTE, M. Wie Europa seine Vielfalt fand. In: JOAS, H., WIEGANDT, K. (Coord.). Die kulturellen Werte Europas. 2ª ed. Frankfurt am Main: Fischer, 2005. p. 117-163.

______. Türkei ante portas. Osman, Osman, gib uns deine Legionen zurück: Mit dem Beitritt zur Europäischen Union wäre die im frühen Mittelalter begonnene Westwanderung abgeschlossen. Frankfurter Allgemeine vom 21.2.2004, S. 39.

______. Christen, Juden, Muselmanen – Die Erben der Antike und der Aufstieg des Abendlandes 300 bis 1400 n. Chr.. (Siedler Geschichte Europas.) München: Sidler, 2006.

BURKE, Peter. Kultureller Austausch. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 2000.

DEFOURNEAUX, M. Les Français en Espagne au 11e et 12e siècles. Paris: Pr. Univ. de France, 1949.

ENDRESS, G. Der arabische Aristoteles und sein Leser. Physik und Theologie im Weltbild Alberts des Großen. (Lectio Albertina, Bd. 6.) Munster, 2004.

FRANCO JÚNIOR, H. Franco Cardini entrevistado por Hilário Franco Júnior. Signum, n. 10, p. 191-206, 2008.

FEBVRE, Lucien. A Europa: gênese de uma Civilização. Trad. Ilka Stern Cohen, Bauru: Edusc, 2008.

HERBERS, K.. “Europäisierung” und “Afrikanisierung”. Zum Problem zweier wissenschaftlicher Konzepte und zu Fragen kulturellen Transfers. In: VALDEÓN B.; J., HERBERS, K.; RUDOLF, K. (Coord.). España y el Sacro Imperio: procesos de cambios, influencias y acciones recíprocas en la época de la Europeización (siglo XI-XIII). (Historia y Sociedad, Bd. 97.) Valladolid: Secretariado de Publ. e Intercambio Editorial, 2002. p.11-31.

HUNTINGTON, P. The Clasch of Civilizations?. Foreign Affairs, vol. 72, n. 3, p.22-49, verão 1993.

LE GOFF, J. Para um Novo Conceito de Idade Média. Trad. Maria Helena da Costa Dias. Lisboa: Editora Estampa, 1980.

LE GOFF, J. A Civilização do Ocidente Medieval. Trad. de José Rivair Macedo. São Paulo: Edusc, 2005.

LE GOFF, J. As Raízes Medievais da Europa. Trad. de Jaime A. Clasen. Rio de Janeiro, Vozes, 2007.

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UBIETO A.; A., REGLÁ, J.; JOVER, J. M.. Introducción a la Historia de la España. 2ª ed. New York: Las Americas Publ. Co., 1965.

VALDEÓN B., J.; HERBERS, K.; RUDOLF, K. (Coord.). España y el Sacro Imperio: procesos de cambios, influencias y acciones recíprocas en la época de la Europeización (siglo XI-XIII). (Historia y Sociedad, Bd. 97.) Valladolid: Secretariado de Publ. e Intercambio Editorial, 2002.