Associação entre os fatores sociodemográficos e bucais com o bem-estar psicológico em adolescentes escolares

Autores

  • Melaine Czerminski Larré Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Vanessa Souza Gigoski de Miranda Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
  • Rafaela Soares Rech Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Helenita Correa Ely Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Claides Abegg Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.22456/2177-0018.94870

Palavras-chave:

Qualidade de vida, Dentição, Saúde bucal, Adolescente

Resumo

Objetivo: Investigar a relação entre fatores sociodemográficos e o desempenho de atividades relacionadas à função oral, com o bem-estar psicológico em adolescentes escolares. Materiais e Métodos: Estudo transversal, de base escolar, realizado em 36 municípios de até 50 mil habitantes da região sul do Brasil. A amostra foi composta por 1.760 acadêmicos, selecionados por amostragem sistemática completa. Os dados foram coletados por meio de um questionário estruturado, contendo informações sobre situação socioeconômica, impacto oral nas atividades diárias (OIDP) e Bem-Estar (Escala de Andrews). Regressão de Poisson foi usada para conduzir as análises de dados. Resultados: A dificuldade para sorrir foi quase duas vezes maior para os estudantes que não apresentaram bem-estar, RP = 1,9 (IC95% = 1,30-2,80). Além disso, dificuldade para falar, RP = 1,57 (IC95% IC = 1,02-2,40) e desconforto para escovar os dentes, RP = 1,93 (IC = 1,29-2,91), também foram associados ao bem-estar. A dificuldade para comer PR = 1,1 (IC 95% = 0,75-1,65), não foi associada a ele. A renda familiar média foi a única variável sociodemográfica associada ao bem-estar dos adolescentes, RP = 0,65 (IC95% = 0,45-0,96). Conclusão: Os resultados deste estudo mostraram a influência das atividades relacionadas à saúde bucal, sorriso, fala e dentes no bem-estar de adolescentes escolares no estado do Rio Grande do Sul. Além disso, apontaram a renda média da família como fator de proteção para o bem-estar dessa população.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Veenhoven, R. Questions on happiness; classical topics, modern answers, blidspots. In: Strack F, Argyle M, Schwarz N, editors. Subjective well being: an interdisciplinary perspective. Oxford: Pergamon Press; 1991; 7-26.

Galinha I, Ribeiro JLP. História e evolução do conceito de bem-estar subjetivo. Psicologia, Saúde e Doenças, 2005; 6(2): 203-214.

Sparrenberger F, Santos I, Lima RC. Associação de eventos de vida produtores de estresse e mal-estar psicológico: um estudo de base populacional. Cad Saúde Pública 2004; 20:249-58.

Souza LSDM, Maragalhoni TC, Quincoses MT, Jansen K, Cruzeiro ALS, Ores L, et al. Bem-estar psicológico de jovens de 18 a 24 anos: fatores associados. Cad. Saúde Pública. 2012; 28 (6):1167-1174.

Silva RA, Horta BL, Pontes LM, Faria AD, Souza LDM, Cruzeiro ALS, et al. Bem-estar psicológico e adolescência: fatores associados. Cad. Saúde Pública. 2007; 23 (5):1113-1118.

Palazzo LS, Bérla JU, Tomasi E. Adolescentes que utilizan servicios de atención primaria: ¿Cómo viven? ¿Por qué buscan ayuda y cómo se expresan? Cad Saúde Pública. 2003; 19(6): 1655-1665.

Vettore MV, Marques RAA, Peres MA. Desigualdades sociais e doença periodontal no estudo SBBrasil 2010: abordagem multinível. Rev. Saúde Pública. 2013; 47(3):29-39.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretária de Vigilância em Saúde. SB Brasil 2010: Pesquisa Nacional de Saúde Bucal: resultados principais / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde – Brasília: Ministério da Saúde, 2012.

Wolf N. O mito da beleza: como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres. Rio de Janeiro: Rocco. 1992.

Sheiham A. Oral health, general health and quality of life. Bulletin of the World Health Organization, 2005: 83.

Silva FAG, Freito SF, Cavassan AO. O hábito e sucção, elementos passíveis de intervenção. Estomat Cult. 1986; 4:61-71.

Pastana SDG, Cantisano MH, Mariano BO, Bianchini EMG. Queixas orais e verificação da fala de indivíduos com síndrome da ardência bucal. Rev. CEFAC. 2013; 15(4):904-912.

Bandeira CM, Hutz CS. As implicações do bullying na autoestima de adolescentes. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, 14(1):131-138.

Cortes MIS, Marcenes W, Sheiham A. Prevalence and correlates of traumatic injuries to the permanente teeth of school children aged 9-14 years in Belo Horizonte, Brazil. Dent Traumatol 2001;17(1):22-6.

Berscheid E, Walster E, Bohrnstedt G. Body Image. Psychology Today. Del Mar. 1973; 7:119-131.

Oliveiro DC, Pereira PN, Ferreira FM, Paiva SM, Fraiz FC. Impacto relatado das alterações bucais na qualidade de vida de adolescentes: revisão sistemática. Redalyc. 2013; 13(1):123-29.

Shaw WC, Lewis HG, Robertson NRE. Perception of malocclusion. Br Dental J. 1975; 138(6):211-6.

Kerosuo H, Hausen H, Laine T, Shaw WC. The influence of incisal malocclusion on the social attractiveness of young adults in Finland. Eur J Orthod. 1995; 17(6):505-12.

Al Bitar ZB, Al Omari IK, Sonbol HN, Al-Ahmad HT, Cunningham SJ. Bullying among Jordanian schoolchildren, its effects on school performance, and the contribution of general physical and dentofacial features. American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics. 2013; 144(6): 872-878.

Haas MF, Bellato A, Alves SGG, Arossi G. Bullying na escola e fatores associados a saúde oral. Adolesc Saude. 2017;14(4):85-96.

Thomsen SR, McCoy JK, Gustafson R, Williams, H. Motivations for Reading beauty and fashion magazines and anorexic risk in college-age women. Media Psychology. 2002; (2):113-135.

Abegg C, Freeman R. Development of behaviours and habits conducive to oral health. In: Sheiham, A. et al. eds. Promoting the oral health of children. 2ed. São Paulo: Quintessence, 2014.

Chirkov VI, Ryan RM. Parent and teacher autonomy-support in Russian and U.S. adolescents: Common effects on well-being and academic motivation. Journal of Cross Cultural Psychology. 2001; 32:618-63.

Corsano P, Majorano M, Champretavy L. Psychological Well-Being in Adolescence: The Contribution Of Interpersonal Relations And Experience Of Being Alone. Adolescence; Roslyn Heights. 2006; 41(162):341-53.

Fernandes HM, Vaconcelos JR, Bertelli R, Almeida L. Satisfação escolar e bem-estar psicológico em adolescentes portugueses. Rev. Lusófona de Educação, Lisboa. 2011; 18:155-172.

Fonseca EP, Ferreira EF, Abreu MHN, Palmier AC, Vargas AMD. Relação entre condição gengival e fatores sociodemográficos de adolescentes residentes em uma região brasileira. Ciência e Saúde coletiva. 2015; 20(11):3375-3384.

Ely HC, Abegg C, Celeste RK, Patussi MP. Impacto das equipes de saúde bucal da Estratégia da Saúde da Família na saúde bucal de adolescentes do sul do Brasil. Ciência e Saúde Coletiva, 2016; 21:1607-1616.

WHO 2012. Health Behaviour In School-Aged Children (Hbsc) Study: International Report From the 2009/2010 Survey, relatório disponibilizado pela World Health Organization

Garbin CAS, Garbin AJI, Moimaz SAS, Gonçalves PE. A saúde na percepção do adolescente. Physis: Revista de Saúde Coletiva. 2009; 19(1).227-238.

Moyses ST, Watt RG, Sheiham A. Associations between health promoting schools policies on some indicators of oral health. Health Promotion International. 2003; (18):209-18.

Downloads

Publicado

2019-12-14

Como Citar

Larré, M. C., de Miranda, V. S. G., Rech, R. S., Ely, H. C., & Abegg, C. (2019). Associação entre os fatores sociodemográficos e bucais com o bem-estar psicológico em adolescentes escolares. Revista Da Faculdade De Odontologia De Porto Alegre, 60(2), 53–65. https://doi.org/10.22456/2177-0018.94870

Edição

Seção

Artigos originais