À sombra da cachoeira

Autores

  • Manoela Cavalinho UFRGS

Resumo

Em 2021 viajei com Kevin Nicolai e Daniela Prates para o oeste do Paraná, local de morte e desaparecimento de um grupo de militantes brasileiros e um estudante argentino durante a ditadura civil- militar. Nas margens do Lago Itaipu e dentro da Mata Nacional do Iguaçu depositamos fêmures de barro e, ao lado, escrevemos os nomes dos desaparecidos com letras de bronze. Em 2022, durante a montagem da instalação "Folha de Papel" no Museu Paranaense, encontrei algumas reverberações daquela viagem, seja numa ossada que ficava próxima ao trabalho, nos amuletos do povo Xetá para os espíritos dos mortos ou no vitral de parede inteira das Cataratas. Também em "Folha de papel", diante dos nomes de todos desaparecidos políticos brasileiros agitando- se no vento, lembrei-me do rumor da grande cachoeira que, entre névoas, oculta o que buscávamos à sombra.

 

Palavras-chave: Desaparecidos políticos. Parque Nacional do Iguaçu. Cataratas do Iguaçu. Litoral do Paraná.

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Biografia do Autor

Manoela Cavalinho, UFRGS

É artista visual, mestre em Psicologia pela PUC- SP e mestre em Artes Visuais pelo PPGAV- URGS, com a dissertação "Não vê nomeio da sala as relíquias do Brasil". Seu trabalho aborda a memória pessoal e suas intersecções com a memória social e histórica ou, no sentido inverso, um fato histórico cruza parte da sua biografia, como é o caso deste ensaio visual. Ex-produtora do Folhetim, programa de literatura da Rádio UFRGS, também se interessa por autoficção e literatura. Propõe intervenções urbanas, a exemplo dos Epigramas (@ epigramas_). Recebeu Destaque Artista no XIV Prêmio Açorianos (2021) pela Prefeitura de Porto Alegre. Possui trabalhos nos acervos do MAC- PR, da Fundação Vera Chaves Barcellos e do Museu das Memórias (in) possíveis.

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Publicado

2023-01-22

Edição

Seção

Dossiê