TREINO COGNITIVO EM IDOSOS PARTICIPANTES DE UMA OFICINA GERONTOLÓGICA: MELHORIAS NO TEMPO DE REAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.22456/2316-2171.95303Palavras-chave:
Gerontologia, Idosos, Cognição, Envelhecimento CognitivoResumo
Frente ao crescente aumento da prevalência de doenças crônicas na população, demência e comprometimento cognitivo tornam-se demandas preocupantes em saúde pública. Estudos sugerem que a prática de atividades cognitivas contribui para preservar e proteger as funções cognitivas de idosos, entretanto poucos estudos brasileiros avaliam tais efeitos por meio de testes digitais. Objetivo: avaliar os efeitos do treino cognitivo em idosos participantes de uma oficina gerontológica por meio de um teste cognitivo digital e um teste tradicional. Métodos: trata-se de um estudo quase experimental, cuja amostra foi composta por 10 participantes (poder amostral = 0,89). O estudo teve duração de 20 semanas, cada uma com uma hora de treino cognitivo, e realizaram-se avaliações pré- e pós-intervenção. Além de um questionário sociodemográfico, o Addenbrooke’s Cognitive Examination – Revised e um teste digital de detecção de mudanças foram utilizados. Resultados: nove idosas eram do sexo feminino, a média de idade foi de 71,5 anos (± 8,2) e de escolaridade de 11,3 anos de estudo (±4,8). Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas, quando comparadas as avaliações pré- e pós-intervenção, para o ACE-R (t=2,083/ p=0,067) nem para o número de acertos no teste digital (t=0,335; p=0,745). Contudo, observou-se uma diferença significativa no tempo de reação dos idosos (t=2,597; p=0,029), cuja média reduziu de 5,9s (±3,35) para 3,7s (±1,18). Conclusão: Os resultados sugerem que o teste digital de detecção de mudanças tem potencial para monitoramento das mudanças longitudinais advindas de treino cognitivo.Downloads
Referências
AMENEDO, Elena; LORENZO-LOPEZ, Laura; PAZO-ÁLVAREZ, Paula. Response processing during visual search in normal aging: the need for more time to prevent cross talk between spatial attention and manual response selection. Biological Psychology, v.91, p.201-11, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.biopsycho.2012.06.004. Acesso em: 23 jan. 2019.
BJORKLUND, Barbara . The journey of adulthood. 8ª ed. Florida: Pearson. p. 204-239. 2015
BAUMGART, Matthew; SNYDER, Heather; CARRILLO, Maria et al. Summary of the evidence on modifiable risk factors for cognitive decline and dementia: a population-based perspective. Alzheimer’s and Dementia, v. 11, n. 6, p. 718-726. 2015. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jalz.2015.05.016. Acesso em: 23 jan. 2019.
CAMARANO, Ana Amélia; KANSO, Solange. Envelhecimento da população brasileira: uma contribuição demográfica. In: FREITAS, Elizabete Viana; PY, Lígia (org.). Tratado de Geriatria e Gerontologia. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
CARVALHO, Viviane Amaral; BARBOSA, Maira Tonidandel; CARAMELLI, Paulo. Brazilian version of Addenbrooke’s Cognitive Examination in the diagnosis of mild Alzheimer Disease. Cognitive and Behavioral Neurology, v. 23, n. 1, p. 8-13, 2010. Disponível em: https://insights.ovid.com/crossref?an=00146965-201003000-00002. Acesso: 23 jan. 2019.
CASEMIRO, Francine Golghetto; RODRIGUES, Isabela Azevedo; DIAS, Juliane Cristine et al. Impact of cognitive stimulation on depression, anxiety, cognition and functional capacity among adults and elderly participants of an open university for senior citizens. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 19, n. 4, 2016. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/1809-98232016019.150214. Acesso em: 23 jan. 2019.
DEMNITZ, Naiara; HOGAN, David; DAWES, Helen et al. Cognition and mobility show a global association in middle- and late-adulthood: analyses from the Canadian longitudinal study on aging. Gait & Posture, v. 64, p. 238-243, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.gaitpost.2018.06.116. Acesso em: 23 jan. 2019.
GORENSTEIN, Clarice; WANG, Yuan-Pang. O uso de escalas de avaliação de sintomas psicométricos. In: MALLOY-DINIZ, Leandro et al. (org). Neuropsicologia: aplicações clínicas. Porto Alegre: Artmed, p. 81-92, 2016
HUANG, Feifei; ZHANG, Minqiang; WANG, Shaojie. Changes in cognitive function among older adults: a latent profile transition analysis. Achives of Gerontology and Geriatrics, v.80, p. 12-19, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.archger.2018.09.006. Acesso em: 23 jan 2019.
HULTSCH, David F.; MACDONALD, Stuart W. S.; DIXON, Roger A. Variability in reaction time performance of younger and older adults. The Journals of Gerontology Series B: Psychological Sciences and Social Sciences, v. 57, n. 2, p. P101-P115, 2002. Disponível em: https://doi.org/10.1093/geronb/57.2.P101. Acesso em: 23 jan. 2019.
INOUYE, Keika; PEDRAZZANI, Elisete Silva; PAVARINI, Sofia Cristina Iost. Octogenários e cuidadores: perfil sócio-demográfico e correlação da variável qualidade de vida. Texto contexto – Enfermagem, Vol. 17, n. 2, Florianópolis, 2008. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-07072008000200018. Acesso em: 23 jan. 2019.
LIU, Xin Yan; LI, Li; XIAO, Jia Qing et al. Cognitive training in older adults with mild cognitive impairment. Biomedical and Environmental Sciences, v. 29, n. 5, p. 356-364, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.3967/bes2016.046. Acesso em 23 jan. 2019.
OLIVEIRA, Aline Sant’ Ana; SILVA, Vivian Cristina Luiz; CONFORT, Marilene Ferreira. Benefícios da estimulação cognitiva aplicada ao envelhecimento. Episteme Transversalis, v. 8, n. 2, 2018. Disponível em: <http://revista.ugb.edu.br/index.php/episteme/article/view/866>. Acesso em: 23 jan. 2019.
UNITED NATIONS. Department of Economic and Social Affairs, Population Division (2017). World Population Ageing 2017 – Highlights, 2017. Disponível em: https://www.un.org/en/development/desa/population/publications/pdf/ageing/WPA2017_Highlights.pdf acesso em: 06/08/2019.
VANZELLA, Elídio; NASCIMENTO, João Agnaldo; SANTOS, Sérgio Ribeiro. O envelhecimento, a transição epidemiológica da população brasileira e o impacto nas hospitalizações. Revista Eletrônica Estácio Saúde, v. 7, n.1, 2018. Disponível em http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/article/viewFile/3803/2033. Acesso em 23 jan. 2019.
VERAS, Renato Peixoto; OLIVEIRA, Martha. Envelhecer no Brasil: a construção de um modelo de cuidado. Ciência e Saúde coletiva, v. 23, n. 6, 2018. Disponível em https://doi.org/10.1590/1413-81232018236.04722018. Acesso em 23 jan. 2019.
WORLD HEALTH ORGANIZATION; GONTIJO, Suzana (tradução). Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Brasília: Organização Pan-americana da Saúde, 2005. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/envelhecimento_ativo.pdf. Acesso em: 23 jan. 2019.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (OMS). The epidemiology and impact of dementia: current state and future trends. 2015. Disponível em https://www.who.int/mental_health/neurology/dementia/dementia_thematicbrief_epidemiology.pdf. Acesso em 23 jan. 2019.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. World report on ageing and health (summary). Geneva: World Health Organization, 2015. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/186468/WHO_FWC_ALC_15.01_eng.pdf?sequence=1. Acesso em: 23 jan. 2019.