TREINO COGNITIVO EM IDOSOS PARTICIPANTES DE UMA OFICINA GERONTOLÓGICA: MELHORIAS NO TEMPO DE REAÇÃO

Autores

  • Lucas Nogueira de Carvalho Pelegrini Universidade de São Paulo/ Universidade Federal de São Carlos http://orcid.org/0000-0002-5027-2042
  • Francine Golghetto Casemiro Universidade de São Paulo
  • Márcia Regina Cominetti Universidade Federal de São Carlos
  • Paula Costa Castro Universidade Federal de São Carlos
  • Aline Cristina Martins Gratão Universidade Federal de São Carlos

DOI:

https://doi.org/10.22456/2316-2171.95303

Palavras-chave:

Gerontologia, Idosos, Cognição, Envelhecimento Cognitivo

Resumo

Frente ao crescente aumento da prevalência de doenças crônicas na população, demência e comprometimento cognitivo tornam-se demandas preocupantes em saúde pública. Estudos sugerem que a prática de atividades cognitivas contribui para preservar e proteger as funções cognitivas de idosos, entretanto poucos estudos brasileiros avaliam tais efeitos por meio de testes digitais. Objetivo: avaliar os efeitos do treino cognitivo em idosos participantes de uma oficina gerontológica por meio de um teste cognitivo digital e um teste tradicional. Métodos: trata-se de um estudo quase experimental, cuja amostra foi composta por 10 participantes (poder amostral = 0,89). O estudo teve duração de 20 semanas, cada uma com uma hora de treino cognitivo, e realizaram-se avaliações pré- e pós-intervenção. Além de um questionário sociodemográfico, o Addenbrooke’s Cognitive Examination – Revised e um teste digital de detecção de mudanças foram utilizados.  Resultados: nove idosas eram do sexo feminino, a média de idade foi de 71,5 anos (± 8,2) e de escolaridade de 11,3 anos de estudo (±4,8). Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas, quando comparadas as avaliações pré- e pós-intervenção, para o ACE-R (t=2,083/ p=0,067) nem para o número de acertos no teste digital (t=0,335; p=0,745). Contudo, observou-se uma diferença significativa no tempo de reação dos idosos (t=2,597; p=0,029), cuja média reduziu de 5,9s (±3,35) para 3,7s (±1,18). Conclusão: Os resultados sugerem que o teste digital de detecção de mudanças tem potencial para monitoramento das mudanças longitudinais advindas de treino cognitivo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lucas Nogueira de Carvalho Pelegrini, Universidade de São Paulo/ Universidade Federal de São Carlos

Gerontólogo (UFSCar), mestre em ciências da saúde (PPGEnf/UFSCar), doutorando em ciências (EERP/USP). Atualmente atua como professor temporário no Departamento de Gerontologia da Universidade Federal de São Carlos (DGero/UFSCar).

Francine Golghetto Casemiro, Universidade de São Paulo

Gerontóloga, Mestre em Ciências da Saúde, Doutoranda em Ciências, EERP/USP.

Márcia Regina Cominetti, Universidade Federal de São Carlos

Doutora em Ciências, Professora Associada do Departamento de Gerontologia/UFSCar, Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia/UFSCar.

Paula Costa Castro, Universidade Federal de São Carlos

Doutora em Fisioterapia, Professora Adjunta do Departamento de Gerontologia/UFSCar, docente e orientadora no Programa de Pós-Graduação em Gerontologia/UFSCar

Aline Cristina Martins Gratão, Universidade Federal de São Carlos

Doutora em Ciências, Professora Adjunta do Departamento de Gerontologia/UFSCar, docente e orientadora no Programa de Pós-Graduação em Gerontologia/UFSCar.

Referências

AMENEDO, Elena; LORENZO-LOPEZ, Laura; PAZO-ÁLVAREZ, Paula. Response processing during visual search in normal aging: the need for more time to prevent cross talk between spatial attention and manual response selection. Biological Psychology, v.91, p.201-11, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.biopsycho.2012.06.004. Acesso em: 23 jan. 2019.

BJORKLUND, Barbara . The journey of adulthood. 8ª ed. Florida: Pearson. p. 204-239. 2015

BAUMGART, Matthew; SNYDER, Heather; CARRILLO, Maria et al. Summary of the evidence on modifiable risk factors for cognitive decline and dementia: a population-based perspective. Alzheimer’s and Dementia, v. 11, n. 6, p. 718-726. 2015. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jalz.2015.05.016. Acesso em: 23 jan. 2019.

CAMARANO, Ana Amélia; KANSO, Solange. Envelhecimento da população brasileira: uma contribuição demográfica. In: FREITAS, Elizabete Viana; PY, Lígia (org.). Tratado de Geriatria e Gerontologia. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

CARVALHO, Viviane Amaral; BARBOSA, Maira Tonidandel; CARAMELLI, Paulo. Brazilian version of Addenbrooke’s Cognitive Examination in the diagnosis of mild Alzheimer Disease. Cognitive and Behavioral Neurology, v. 23, n. 1, p. 8-13, 2010. Disponível em: https://insights.ovid.com/crossref?an=00146965-201003000-00002. Acesso: 23 jan. 2019.

CASEMIRO, Francine Golghetto; RODRIGUES, Isabela Azevedo; DIAS, Juliane Cristine et al. Impact of cognitive stimulation on depression, anxiety, cognition and functional capacity among adults and elderly participants of an open university for senior citizens. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 19, n. 4, 2016. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/1809-98232016019.150214. Acesso em: 23 jan. 2019.

DEMNITZ, Naiara; HOGAN, David; DAWES, Helen et al. Cognition and mobility show a global association in middle- and late-adulthood: analyses from the Canadian longitudinal study on aging. Gait & Posture, v. 64, p. 238-243, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.gaitpost.2018.06.116. Acesso em: 23 jan. 2019.

GORENSTEIN, Clarice; WANG, Yuan-Pang. O uso de escalas de avaliação de sintomas psicométricos. In: MALLOY-DINIZ, Leandro et al. (org). Neuropsicologia: aplicações clínicas. Porto Alegre: Artmed, p. 81-92, 2016

HUANG, Feifei; ZHANG, Minqiang; WANG, Shaojie. Changes in cognitive function among older adults: a latent profile transition analysis. Achives of Gerontology and Geriatrics, v.80, p. 12-19, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.archger.2018.09.006. Acesso em: 23 jan 2019.

HULTSCH, David F.; MACDONALD, Stuart W. S.; DIXON, Roger A. Variability in reaction time performance of younger and older adults. The Journals of Gerontology Series B: Psychological Sciences and Social Sciences, v. 57, n. 2, p. P101-P115, 2002. Disponível em: https://doi.org/10.1093/geronb/57.2.P101. Acesso em: 23 jan. 2019.

INOUYE, Keika; PEDRAZZANI, Elisete Silva; PAVARINI, Sofia Cristina Iost. Octogenários e cuidadores: perfil sócio-demográfico e correlação da variável qualidade de vida. Texto contexto – Enfermagem, Vol. 17, n. 2, Florianópolis, 2008. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-07072008000200018. Acesso em: 23 jan. 2019.

LIU, Xin Yan; LI, Li; XIAO, Jia Qing et al. Cognitive training in older adults with mild cognitive impairment. Biomedical and Environmental Sciences, v. 29, n. 5, p. 356-364, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.3967/bes2016.046. Acesso em 23 jan. 2019.

OLIVEIRA, Aline Sant’ Ana; SILVA, Vivian Cristina Luiz; CONFORT, Marilene Ferreira. Benefícios da estimulação cognitiva aplicada ao envelhecimento. Episteme Transversalis, v. 8, n. 2, 2018. Disponível em: <http://revista.ugb.edu.br/index.php/episteme/article/view/866>. Acesso em: 23 jan. 2019.

UNITED NATIONS. Department of Economic and Social Affairs, Population Division (2017). World Population Ageing 2017 – Highlights, 2017. Disponível em: https://www.un.org/en/development/desa/population/publications/pdf/ageing/WPA2017_Highlights.pdf acesso em: 06/08/2019.

VANZELLA, Elídio; NASCIMENTO, João Agnaldo; SANTOS, Sérgio Ribeiro. O envelhecimento, a transição epidemiológica da população brasileira e o impacto nas hospitalizações. Revista Eletrônica Estácio Saúde, v. 7, n.1, 2018. Disponível em http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/article/viewFile/3803/2033. Acesso em 23 jan. 2019.

VERAS, Renato Peixoto; OLIVEIRA, Martha. Envelhecer no Brasil: a construção de um modelo de cuidado. Ciência e Saúde coletiva, v. 23, n. 6, 2018. Disponível em https://doi.org/10.1590/1413-81232018236.04722018. Acesso em 23 jan. 2019.

WORLD HEALTH ORGANIZATION; GONTIJO, Suzana (tradução). Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Brasília: Organização Pan-americana da Saúde, 2005. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/envelhecimento_ativo.pdf. Acesso em: 23 jan. 2019.

WORLD HEALTH ORGANIZATION (OMS). The epidemiology and impact of dementia: current state and future trends. 2015. Disponível em https://www.who.int/mental_health/neurology/dementia/dementia_thematicbrief_epidemiology.pdf. Acesso em 23 jan. 2019.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. World report on ageing and health (summary). Geneva: World Health Organization, 2015. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/186468/WHO_FWC_ALC_15.01_eng.pdf?sequence=1. Acesso em: 23 jan. 2019.

Downloads

Publicado

2022-09-07

Como Citar

Pelegrini, L. N. de C., Golghetto Casemiro, F., Cominetti, M. R., Costa Castro, P., & Martins Gratão, A. C. (2022). TREINO COGNITIVO EM IDOSOS PARTICIPANTES DE UMA OFICINA GERONTOLÓGICA: MELHORIAS NO TEMPO DE REAÇÃO. Estudos Interdisciplinares Sobre O Envelhecimento, 26(3), 255–272. https://doi.org/10.22456/2316-2171.95303

Edição

Seção

Artigos originais