COGNIÇÃO, ASPECTOS PSICOLÓGICOS E QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS COM COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE

Autores

  • Amanda de Oliveira Ferreira Leite Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Instituto de Geriatria e Gerontologia.
  • Ana Luiza Ferreira Universidade da Região da Campanha (URCAMP)
  • Bruna Seling Universidade da Região da Campanha (URCAMP)
  • Janaíne Mello Universidade da Região da Campanha (URCAMP).
  • Marla Vieira Universidade da Região da Campanha (URCAMP).
  • Mirna Wetters Portuguez Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

DOI:

https://doi.org/10.22456/2316-2171.60647

Palavras-chave:

Comprometimento Cognitivo Leve, Ansiedade, Depressão, Qualidade de Vida, Idoso

Resumo

O Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) é geralmente um estado intermediário entre a cognição normal e a demência em que as habilidades funcionais essenciais estão preservadas. Objetivos: caracterizar uma amostra de idosos com CCL residentes no sul do Brasil quanto ao desempenho em instrumentos que avaliam cognição, aspectos psicológicos e qualidade de vida. Método: 96 idosas, entre 60 e 84 anos, foram avaliadas com os seguintes instrumentos: Exame Cognitivo de Addenbrooke-Revisado, Índice de Katz, Escala de Lawton& Brody, Escala de Depressão Geriátrica, Inventário de Ansiedade de Beck, Escala de Desenvolvimento Pessoal, WHOQOL-Bref e WHOQOL-Old. O diagnóstico de CCL foi feito a partir de entrevista semiestruturada, avaliação cognitiva e funcional. O desempenho cognitivo foi ajustado conforme a idade e a escolaridade dos sujeitos. Resultados: O grupo com CCL mostrou déficit nos cinco domínios cognitivos avaliados, apresentou sintomas de ansiedade, prejuízos no bem-estar psicológico e na qualidade de vida. Conclusões: A combinação dos instrumentos utilizados neste estudo não foi feita anteriormente e explicitou os danos diversos causados pelo CCL em relação a controles saudáveis. Em geral, as pesquisas da área avaliam idosos com histórico urbano e com escolaridade e renda mais altas. Esta amostra, entretanto, caracteriza-se por escolaridade e renda familiar predominantemente baixas, além de forte tradição rural, trazendo contribuições importantes se considerarmos a heterogeneidade característica da população brasileira. Considerando que a avaliação neuropsicológica é uma ferramenta essencial para mensurar prejuízo e declínio das funções cognitivas e que não há padrão-ouro para o CCL, a metodologia proposta neste trabalho pode ser um caminho. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Amanda de Oliveira Ferreira Leite, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Instituto de Geriatria e Gerontologia.

Bolsista CAPES de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Geriatria e Gerontologia. Mestre em Neurociências. Psicóloga Hospitalar do HE-UFPEL.

Ana Luiza Ferreira, Universidade da Região da Campanha (URCAMP)

Aluna do curso de Psicologia da Universidade da Região da Campanha (URCAMP).

Bruna Seling, Universidade da Região da Campanha (URCAMP)

Aluna do curso de Psicologia da Universidade da Região da Campanha (URCAMP).

Janaíne Mello, Universidade da Região da Campanha (URCAMP).

Aluna do curso de Psicologia da Universidade da Região da Campanha (URCAMP).

Marla Vieira, Universidade da Região da Campanha (URCAMP).

Aluna do curso de Psicologia da Universidade da Região da Campanha (URCAMP).

Mirna Wetters Portuguez, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Psicóloga, PhD, pesquisadora do InsCer, professora da Faculdade de Medicina e do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS.

Referências

ALMEIDA, Osvaldo P.; ALMEIDA, Shirley A. Confiabilidade da versão brasileira da Escala de Depressão em Geriatria (GDS) versão reduzida. Arq Neuropsiquiatr, v. 57, n. 2B, p. 421-6, 1999.

BANNINGH, Joosten-Weyn et al. Mild cognitive impairment: coping with na uncertain label. Int J GeriatrPsychiatry, v. 23, n. 2, p. 148-54, fev. 2008.

BARROS, Marilisa Berti de Azevedo et al. Social inequalities in health among the elderly. Cadernos de Saúde Pública, v. 27, p. 198-208, jan. 2011.

BATISTA, Nancy Nay Leite de Araújo Loiola et al. Caracterização de idosos participantes de atividade física em um centro de convivência de Teresina-PI. Enfermagem em Foco, v. 3, n. 1, fev. 2012.

BREDESEN, Dale E. Reversal of cognitive decline: A novel therapeutic program. Aging (Albany NY), v. 6, n. 9, p. 707-717, 2014.

______. Reversal of cognitive decline in Alzheimer's disease. Aging (Albany NY), v. 8, n. 6, p. 1250, 2016.

CARLOMANHO, Aline Murari Ferraz; SOARES, Edvaldo. Declínio cognitivo e depressão em idosos institucionalizados e não institucionalizados: possibilidades de correlação. Revista de Iniciação Científica da FFC, p. 01-23, 2013.

CARVALHO Viviane Amaral, Caramelli Paulo. Normative Data for Healthy Middle-Aged and Elderly Performance on the Addenbrooke Cognitive Examination – Revised. Cogn Behav Neurol,v. 25, n. 2, p. 72–76, 2012.

______. Brazilian adaptation of the Addenbrooke’s cognitive examination-revised (ACE-R). Dement Neuropsychol, v. 2, p. 212-216, 2007.

CONRAD, I. et al. Quality of life of individuals with mild cognitive impairment. Psychiatrische Praxis, v. 42, n. 3, p. 152-157, 2015.

COOPER, Claudia et al. Treatment for mild cognitive impairment: systematic review. The British Journal of Psychiatry, v. 203, n. 4, p. 255-264, 2013.

CUNHA, Jurema Alcides. Psicodiagnóstico V. Porto Alegre: Artmed, 2000.

DENNIS, Michael; KADRI, Adil; COFFEY, John. Depression in older people in the general hospital: a systematic review of screening instruments. Age and ageing, v. 41, n. 2, p. 148-154, jul. 2012.

FLECK, Marcelo et al. Aplicação da versão em português do instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida "WHOQOL-bref".Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 34, n. 2, p. 178-183, abr. 2000.

GATES, Nicola J. et al. Cognitive and memory training in adults at risk of dementia: a systematic review. BMC geriatrics, v. 11, n. 1, p. 55, set. 2011.

GOLD, David A. Na examination of instrumental activities of daily living assessment in older adults and mild cognitive impairment. Journal of clinical and experimental neuropsychology, v. 34, n. 1, p. 11-34, jul. 2012.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Projeção da população do Brasil e das unidades da Federação. 2013. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/ Acesso em: mai. 2015.

IRIGARAY, Tatiana Quarti. Efeitos de um treino de atenção, memória e funções executivas na cognição, na qualidade de vida e no bem-estar psicológico de idosos saudáveis. Tese (Doutorado em Gerontologia Biomédica) – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. 2009.

LINO, Valéria Teresa Saraiva et al. Adaptação transcultural da Escala de Independência em atividades da vida diária (Escala de Katz). Cad. Saúde Pública, v. 24, n. 1, p. 103-112, jan. 2008.

MAH, Linda et al. Anxiety Symptoms in Amnestic Mild Cognitive Impairment Are Associated with Medial Temporal Atrophy and Predict Conversion to Alzheimer Disease. The American Journal of Geriatric Psychiatry, v. 23, n. 5, p. 466-476, mai. 2015.

MENDES, Gisele Soares; MORAES, Clayton Franco; GOMES, Lucy. Prevalência de hipertensão arterial sistêmica em idosos no Brasil entre 2006 e 2010. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, v. 9, n. 32, p. 273-278, jul-set. 2014.

NERI, Anita Liberalesso. Palavras-chave em Gerontologia. Campinas: Alínea, 2001.

ORGETA, Vasiliki et al. Psychological treatments for depression and anxiety in dementia and mild cognitive impairment. The Cochrane Library, 2014.

PELLEGRINO, Laurel D. et al. Depression in cognitive impairment. Current psychiatry reports, v. 15, n. 9, p. 1-8, 2013.

PEREIRA, Renata Junqueira et al. Contribuição dos domínios físico, social, psicológico e ambiental para a qualidade de vida global de idosos. Rev Psiquiatr Rio Gd Sul, v. 28, n. 1, p. 27-38, jan-abr. 2006.

PETERSEN, Ronald et al. Mild cognitive impairment: a concept in evolution. Journal of internal medicine, v. 275, n. 3, p. 214-228, mar. 2014.

POWER, Mick et al. Development of the WHOQOL-old module. Quality of Life Research, v. 14, n. 10, p. 2197-2214, mai. 2005.

REIS, Luciana Araújo; REIS, Luana Araújo; TORRES, Gilson Vasconcelos. Impacto das variáveis sociodemográficas e de saúde na capacidade funcional de idosos de baixa renda. Ciência, Cuidado e Saúde, v. 14, n. 1, p. 847-854, jan-mar. 2015.

ROSSO KRUG, Rodrigo; LOPES, Marize Amorim; MAZO, Giovana Zarpellon. Características sociodemográficas e condições de saúde de idosas longevas inativas fisicamente participantes de grupos de convivência para idosos. Kinesis, v. 32, n. 1, jan-jun. 2014.

RUSS, Tom C.; MORLING, Joanne R. Cholinesterase inhibitors for mild cognitive impairment. Cochrane Database Syst Rev, v. 9, n. 10, 2012.

SANTOS, Roberto Lopes; JÚNIOR, Jair Sindra Virtuoso. Confiabilidade da versão brasileira da escala de atividades instrumentais da vida diária. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, v. 21, n. 4, p. 290-296, 2008.

SMAGULA, Stephen F. et al. Risk factors for sleep disturbances in older adults: evidence from prospective studies. Sleep Medicine Reviews, In Press, jan. 2015.

STOKIN, Gorazd B. et al. Mild Neurocognitive Disorder: Na Old Wine in a New Bottle. Harvard review of psychiatry, v. 23, n. 5, p. 368-376, set-out. 2015.

WORLD HEALTH ORGANIZATION et al. The Heidelberg guidelines for promoting physical activity among older persons. 1996. Disponível em: www.who.dk/document/e75205.pdf Acesso em: set. 2015.

ZAVATINI, Márcia Adriana; OBRELI-NETO, Paulo Roque; CUMAN, Roberto Kenji Nakamura. Estratégia saúde da família no tratamento de doenças crônico-degenerativas: avanços e desafios. Rev Gaúcha Enferm, v. 31, n. 4, p. 647-54, dez. 2010.

Downloads

Publicado

2016-11-09

Como Citar

Leite, A. de O. F., Ferreira, A. L., Seling, B., Mello, J., Vieira, M., & Portuguez, M. W. (2016). COGNIÇÃO, ASPECTOS PSICOLÓGICOS E QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS COM COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE. Estudos Interdisciplinares Sobre O Envelhecimento, 21(2). https://doi.org/10.22456/2316-2171.60647

Edição

Seção

Artigos originais