Salve Santos Negros: curadoria, temporalidades e arte colonial

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/2179-8001.104511

Palavras-chave:

Exposição. Arte sacra. Curadoria. Regimes de Historicidade. Albert Eckhout.

Resumo

Este artigo examina as dimensões narrativas e os regimes temporais perceptíveis na exposição Salve Santos Negros, com curadoria compartilhada do Rinaldo Pereira dos Santos e Dió Diniz, e realizada pelo Museu de Arte Sacra de Pernambuco, entre 2018 e 2019. Tal exposição nos oferece a oportunidade de conhecer operadores da prática curatorial que ativam preceitos e relações étnico-raciais, artísticos e históricos importantes para calcular e narrar o passado em espaços museológicos. Elegemos um aspecto crucial da curadoria: sua capacidade de tencionar regimes de historicidade distintos num processo ênfase nas narrativas históricas voltadas para a arte colonial, arte europeia dos seiscentos e a arte contemporânea.

Abstract
This article examines the narrative dimensions and the perceived temporal re-gimes in the Salve Santos Negros exhibition, with shared curatorship by Rinaldo Pereira dos Santos and Dió Diniz, and held by the Museum of Sacred Art of Pernam-buco, between 2018 and 2019. This exhibition offers us the opportunity to meet operators of curatorial practice that activate important ethnic-racial, artistic and historical precepts and relations to calculate and narrate the past in museum spa-ces. We chose a crucial aspect of curation: its ability to intend distinct historicity regimes in a process that emphasizes historical narratives focused on colonial art, European art of the seventeenth century and contemporary art.

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Biografia do Autor

Emerson Dionisio Gomes de Oliveira, Universidade de Brasília

Pesquisador CNPq. Docente e pesquisador do Programa de  Pós-graduação em Artes Visuais e do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação, ambos da Universidade de Brasília. 

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Arquivos adicionais

Publicado

2020-06-21

Como Citar

Oliveira, E. D. G. de. (2020). Salve Santos Negros: curadoria, temporalidades e arte colonial. PORTO ARTE: Revista De Artes Visuais (Qualis A2), 25(43). https://doi.org/10.22456/2179-8001.104511

Edição

Seção

DOSSIÊ: Estudos curatoriais e expositivos: perspectivas históricas e metodológicas.