Variações na composição isotópica de oxigênio na neve superficial ao longo de uma travessia antártica

Autores

  • Luciano MARQUETTO Centro Polar e Climático, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
  • Jefferson C. SIMÕES Centro Polar e Climático, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
  • Gino CASASSA Centro de Estudios Cientificos, Av. Arturo Prat 514, Casilla 1469, Valdivia, Chile.
  • Douglas S. INTRONE Climate Change Institute, University of Maine, 303 Bryand Global Sciences Center, Orono, ME 04469-5790, EUA.
  • Elaine A. DOS SANTOS Laboratório de Radioecologia e Mudanças Globais, Instituto de Biologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

DOI:

https://doi.org/10.22456/1807-9806.78122

Palavras-chave:

isótopos de oxigênio, neve superficial, Antártica.

Resumo

Este trabalho apresenta a variabilidade das razões de isótopos de oxigênio na neve superficial ao longo de uma travessia do manto de gelo da Antártida ocidental realizada no verão austral de 2004/2005 por uma expedição conjunta entre pesquisadores chilenos e brasileiros. A travessia foi realizada entre a estação chilena Tenente Parodi, em Patriot Hills (80°18’S, 081°21’W) e o Polo Sul geográfico, cobrindo uma distância de mais de 1.205 km. Foram coletadas amostras de neve superficial (entre 0,05 a 0,2 m de profundidade) aproximadamente a cada 10 km (total de 104 amostras). A temperatura média anual foi obtida em seis pontos espaçados aproximadamente 220 km entre si, a uma profundidade entre 10 e 15 m. A razão isotópica do oxigênio (δ 18O) de cada amostra foi determinada por espectrometria de massas com fonte de gás (GSMS - Gas Source Mass Spectrometry) com precisão de 0,05 ‰. Os resultados indicam forte correlação entre δ 18O e temperatura local, latitude, altitude e distância da costa, sendo a primeira positiva e as outras negativas. Valores isotópicos relativamente altos são encontrados entre 87°30’S e 86°44’S, resultantes de processos pós-deposicionais devido à formação de glaze ice (esmalte de gelo) identificadas em campo. O gradiente δ18O/Elevação encontrado foi de -0,08‰ /100 m e o gradiente δ 18O/Temperatura de 0,743 ‰/°C. Com exceção das anomalias citadas, os resultados são concordantes com os encontrados por outros pesquisadores no manto de gelo antártico.

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Publicado

2015-02-27

Como Citar

MARQUETTO, L., SIMÕES, J. C., CASASSA, G., INTRONE, D. S., & DOS SANTOS, E. A. (2015). Variações na composição isotópica de oxigênio na neve superficial ao longo de uma travessia antártica. Pesquisas Em Geociências, 42(3), 227–238. https://doi.org/10.22456/1807-9806.78122