Potencialidade de utilização da ilha do terrapleno de leste para a disposição de sedimentos dragados no Porto de Rio Grande, Brasil

Autores

  • Bernardo Jorge Villwock Universidade Federal de Rio Grande. Programa de Pós Graduação em Gerenciamento Costeiro
  • Joao Luiz Nicolodi Universidade Federal de Rio Grande - FURG. Instituto de Oceanografia. http://orcid.org/0000-0003-3413-9863
  • Lauro Julio Calliari Instituto de Oceanografia da FURG

DOI:

https://doi.org/10.22456/1807-9806.106479

Palavras-chave:

Dragagem de Portos, Gestão de Sedimentos, Porto de Rio Grande

Resumo

O descarte de sedimentos dragados em portos e hidrovias é uma das questões mais críticas para o gerenciamento de portos costeiros. O descarte em mar aberto continua sendo uma das alternativas mais amplamente utilizadas no Brasil, embora possa gerar impactos ambientais significativos. O descarte em terra tem sido utilizado em várias partes do mundo, pois, quando feito corretamente, fornece um uso benéfico para esses sedimentos. Neste estudo, o histórico da atividade de dragagem no Porto de Rio Grande/ RS é exposto para apoiar a análise de um uso alternativo para os produtos de dragagem. Com base neste histórico, em análises sedimentológicas, em estudos de mudanças na linha costeira e em estimativas de volumes de sedimentos, a Ilha Terrapleno de Leste foi definida como uma área prioritária para o local de disposição. O descarte de sedimentos nesta ilha reduziria a quantidade de sedimentos finos lançados no oceano e contribuiria para a estabilização de sua margem leste, que possui taxas de erosão de 1 metro/ano. Além disso, os sedimentos amostrados na ilha são compatíveis com o material dragado e os volumes que poderiam ser liberados seriam da ordem de 3,9 milhões de m cúbicos.

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Publicado

2021-09-30

Como Citar

Villwock, B. J., Nicolodi, J. L., & Calliari, L. J. (2021). Potencialidade de utilização da ilha do terrapleno de leste para a disposição de sedimentos dragados no Porto de Rio Grande, Brasil. Pesquisas Em Geociências, 48(3). https://doi.org/10.22456/1807-9806.106479