Razões de isótopos estáveis em um testemunho de firn do manto de gelo da Antártica Oriental

Autores

  • Flavia A. TAVARES Programa de Pós-graduação em Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Centro Climático e Polar, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Jefferson C. SIMÕES Programa de Pós-graduação em Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Centro Climático e Polar, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Climate Change Institute, University of Maine. Orono, ME 04469-5790, EUA
  • Ronaldo T. BERNARDO Centro Climático e Polar, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
  • Nicoli P. GERHARD Programa de Pós-graduação em Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Centro Climático e Polar, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Gino CASASSA Universidad de Magallanes. Av. Pdte. Manuel Bulnes 01855, Punta Arenas, Chile
  • Luciano MARQUETTO Programa de Pós-graduação em Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Centro Climático e Polar, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.22456/1807-9806.108585

Palavras-chave:

Antártica, Testemunho de Firn, Isótopos Estáveis

Resumo

O testemunho de firn IC-02 (88°01’21,3"S e 82°04’21,7"W), atingindo 41,82 m de profundidade, foi coletado no manto de gelo da Antártica Oriental, durante uma travessia científica chileno-brasileira no verão austral de 2004/2005. Este estudo visou à determinação da variabilidade sazonal das razões isotópicas de oxigênio e hidrogênio (ẟ18O e ẟD) e da taxa anual de acumulação de neve. O testemunho foi subamostrado em um sistema de fusão contínua e o conteúdo isotópico determinado por espectrometria a laser de cavidade ressonante do tipo ring-down (WS-CRDS, sistema Picarro). A série de ẟ18O varia entre ‑50,77‰ e ‑41,40‰ (média -46,39 ± 1,37‰), enquanto o ẟD varia entre -408,18‰ e ‑323,85‰ (média -367,43 ± 12,51‰). O excesso de deutério (d) tem média de 4,36 ± 2,66‰. O testemunho representa 85 ± 3 anos de acumulação de neve, ou seja, uma taxa média de 152 ± 64 mm ano‑1 em equivalente d'água. A partir da década de 1990 ocorreu a diminuição da média anual de δD concomitante com o aumento da taxa de acumulação de neve (17% entre 1974 e 2003). O aumento desta acumulação poderia estar associado à maior mobilização de neve à deriva (drift snow) até o sítio de deposição, associada à maior advecção de massas de ar oceânicas vindas dos mares antárticos (Amundsen, Bellingshausen, Weddell e Lazarev). Tal interpretação é apoiada pelo aumento da velocidade dos ventos zonais, conforme observado nos campos de anomalias de altura geopotencial, vento zonal e temperatura em 500 mb da reanálise NCEP/NCAR.

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Publicado

2020-10-22

Como Citar

TAVARES, F. A., SIMÕES, J. C., BERNARDO, R. T., GERHARD, N. P., CASASSA, G., & MARQUETTO, L. (2020). Razões de isótopos estáveis em um testemunho de firn do manto de gelo da Antártica Oriental. Pesquisas Em Geociências, 47(2), e094026. https://doi.org/10.22456/1807-9806.108585