Do Nilo ao Tejo: o Egito em Orpheu
DOI:
https://doi.org/10.22456/1981-4526.54176Palavras-chave:
Orpheu, Egito, ritual, alquimia, metafísicaResumo
Dionísio Vila Maior chama a atenção para as relações dialógicas e intertextuais quando avalia a produção literária do Modernismo português. Dessa forma, o estudo do Modernismo em Portugal deve levar em consideração os discursos da tradição historiográfica portuguesa e da tradição simbolista. Tanto o Simbolismo como o Modernismo recusam uma concepção de arte vincada à tradição realista-naturalista, e buscam ultrapassar a realidade exterior, a partir de perquirições de estados inconscientes e paisagens oníricas. Os anseios metafísicos também se fazem presentes e expressam nos símbolos alquímicos a dimensão do sagrado, na tentativa do sujeito de regresso a uma unidade mítica perdida. Nos poemas “Chuva Oblíqua III”, de Fernando Pessoa, publicado no segundo número da Orpheu, e “Sonho egípcio”, de Alfredo Pedro Guisado, publicado no primeiro número da revista, poetizam-se rituais esotéricos que visam a uma síntese alquímica. Os dois poemas dialogam com uma tradição milenar, o Egito dos faraós, e toda a simbologia que essa civilização encerra na celebração de cultos mortuários, cuja pirâmide é o símbolo supremo. A partir da técnica de desmontagem dos poemas em campos lexicais, o presente artigo analisa as figurações do ritual esotérico egípcio presente nas poéticas de Pessoa e Guisado, mostrando como a cultura egípcia se faz presente no desejo da síntese alquímica desejada pelos enunciadores dos dois poemas.Downloads
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Publicado
2015-06-30
Como Citar
Gebra, F. de M. (2015). Do Nilo ao Tejo: o Egito em Orpheu. Nau Literária, 11(1). https://doi.org/10.22456/1981-4526.54176
Edição
Seção
Dossiê
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