Vozes Insurgentes: a mulher negra na escrita de Conceição Evaristo

Autores

  • Elen Karla Sousa da Silva

DOI:

https://doi.org/10.22456/1981-4526.105875

Palavras-chave:

Mulher negra, Resistência, Conceição Evaristo.

Resumo

Em Insubmissas Lágrimas de Mulheres (2011), de Conceição Evaristo, a imagem da mulher negra e a escrita de resistência são marcantes. A obra literária dessa autora inclina-se para a ressignificação identitária, sobretudo étnica. Em suas produções, os afrodescendentes são o centro de sua escrita questionadora, trazendo recordações que nos possibilitam refletir sobre os espaços de representação aos quais os negros são e estão proscritos no contexto social. As narrativas de Evaristo são intensamente desenvolvidas com o intuito de conceder uma maior visibilidade às personagens negras do que às histórias narradas. Dessa forma, deduz-se que os contos de Evaristo são contos-personagens, acessados pelas falas das personagens no ato de recordar a prática do dia a dia, referindo-se às condições étnicas e de gênero. Isto posto, com base em questões de raça, negritude, discriminação, opressão, silenciamento e representação, este artigo objetiva compreender como são construídas as personagens femininas na narrativa de Conceição Evaristo. Além disso, serão consideradas as questões que abrangem a escrita de autoria feminina e o trânsito entre o silêncio e a fala. Sobre o silêncio, bell hooks afirma que ele se manifesta como uma “estratégia de sobrevivência”, pois “muitos indivíduos de grupos oprimidos aprendem a reprimir ideias, especialmente aquelas consideradas opositoras. Da escravidão em diante, as pessoas negras, nos Estados Unidos, aprenderam a resguardarem-se em suas falas. Dizer a coisa errada podia levar à punição severa ou à morte” (HOOKS, 2019, p. 327). Portanto, erguer a voz se torna uma maneira de passarmos da condição de objetos para sujeitos, de nos libertarmos.

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Publicado

2020-08-03

Como Citar

Silva, E. K. S. da. (2020). Vozes Insurgentes: a mulher negra na escrita de Conceição Evaristo. Nau Literária, 16(2), 136–153. https://doi.org/10.22456/1981-4526.105875