TY - JOUR AU - Valandro, Letícia PY - 2010/03/10 Y2 - 2024/03/29 TI - Diferentes origens, distintas (re)visões JF - Nau Literária JA - NL VL - 5 IS - 2 SE - Dossiê DO - 10.22456/1981-4526.11146 UR - https://seer.ufrgs.br/index.php/NauLiteraria/article/view/11146 SP - AB - Resumo: O presente trabalho parte da idéia de que as narrativas constituem um relevante e singular meio de análise e revisão histórica. Como característica da contemporaneidade, revisitar o passado com olhar crítico e analítico ajuda a compreender o presente. Essa revisão mostra-se ainda mais importante quando se volta para um acontecimento de grande violência e desumanidade, como o colonialismo das nações européias na África e, aqui, mais especificamente àquele relacionado às práticas portuguesas. Assim, o presente estudo volta-se para o colonialismo luso através da análise de duas narrativas de retomada histórica do período: Equador, do escritor português Miguel de Sousa Tavares e A Última Tragédia, do guineense Abdulai Sila. O que se percebe por meio dessas é que, tanto as ações e visões, quanto as revisões são fortemente determinadas pelo lugar de onde a voz se origina, ainda que, à primeira vista, essa leitura não seja tão límpida. Nesse sentido, Equador apresenta, acima de tudo, a (re)visão de um português acerca do processo de colonização luso na África. Logo, a ideologia que norteou as ações colonialistas portuguesas, amparada na suposta superioridade racial do branco, no seu dever civilizatório e em uma exploração violenta, orientada para o lucro, faz-se presente, mesmo que pareça sofrer críticas. Em contrapartida, A Última Tragédia (re)conta a História a partir da óptica do colonizado, sob uma crença humanitária e de igualdade racial legítima e verdadeira, cujo norte é a construção de um futuro melhor, mais justo e mais digno para essa recente nação. ER -