Entre inferno e sertão: discutindo os espaços construídos na literatura de cordel
DOI:
https://doi.org/10.22456/1981-4526.43335Palavras-chave:
Diabo, Sertão, Inferno, Religiosidade, Popular.Resumo
Neste artigo pretende-se analisar, traçando comparações, as representações dos espaços do Sertão e do Inferno, elementos esses encontrados nas narrativas dos folhetos A chegada de Lampião no Inferno, de José Pacheco, e Peleja de Manoel Riachão com o Diabo, de Leandro Gomes de Barros. Os folhetos supracitados trazem pelejas do Diabo com os moradores do Sertão e também deixam transparecer que apetrechos de identificação desses espaços se tecem nas linhas das obras. Nessa conjuntura, a religiosidade popular se encena como fator religioso preponderante e arraigado no interior dessas narrativas, pois o Diabo, ao “pelejar” com os personagens do sertão, é vencido por não resistir às artimanhas de entidades como Nossa Senhora, santos e beatos, que representam a imagem de Deus e suas forças. Para a tessitura desse trabalho, utiliza-se como aporte teórico: Santos (2007), diferenciando espaço e território da cultura; Balandier (1976), para a discussão de tradição e continuidade cultural, pelo viés das dinâmicas sociais; Albuquerque Jr. (1999), que traz a invenção do Nordeste num contexto literário; dentre outros. Adota-se como método a análise comparativa para demonstrar que os preceitos cristãos estão bastante enraizados no cotidiano nordestino e que as características presentes na composição do Inferno cristão se misturam com as peculiaridades do Sertão brasileiro, causando um processo de simbiose religiosa e cultural, que engendra a caracterização da coragem e resistência do sertanejo, frente às adversidades rotineiras da vida. Nessa perspectiva, as manifestações e valores e crenças dos sertanejos são expostas e contribuem para a constituição do mosaico cultural do Brasil.Downloads
Não há dados estatísticos.
Downloads
Publicado
2013-12-01
Como Citar
Nascimento, A. R. N., & Nau Literária, C. E. (2013). Entre inferno e sertão: discutindo os espaços construídos na literatura de cordel. Nau Literária, 9(2). https://doi.org/10.22456/1981-4526.43335
Edição
Seção
Dossiê
Licença
Direitos AutoraisAutores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos: a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License 3.0, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista. Isenção editorial
O conteúdo dos artigos publicados é de inteira responsabilidade de seus autores, não representando a posição oficial da Revista Nau Literária ou do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul ou das instituições parceiras.