As produções de infância na poesia de Herberto Helder: Territórios sem altura, desobediência da linguagem
DOI:
https://doi.org/10.22456/1981-4526.124983Palavras-chave:
Poesia portuguesa, Infância, Herberto Helder, Ezra Pound, Gilles DeleuzeResumo
Este artigo se concentra em explorar as múltiplas aparições da ideia de infância na poesia do escritor português Herberto Helder (1930-2015), considerando como corpus literário o livro O corpo o luxo a obra, coletânea editada no Brasil pela Iluminuras, em 2000. Para tanto, nos apoiaremos em duas bases teóricas: 1. Do poeta e crítico literário americano Ezra Pound, a partir do qual proporemos aproximações entre sua conceituação de logopeia (“a dança do intelecto”) e as imagens de infância na poética de Helder; e 2. Do filósofo francês Gilles Deleuze, do qual tomaremos emprestado o conceito de devir, a fim de conectá-lo ao imaginário infantil presente nos poemas de Helder. O desejo que move essas aproximações é o de esquadrinhar os ideários de infância nos poemas de Herberto Helder a partir de dois registros: o da forma (enquanto materialidade), e por isso trataremos de trazer à tona a dimensão racional da poesia do autor; e o do pensamento, no qual sondaremos a dimensão filosófica contida em tais produções.
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