Pandora hesiódica
DOI:
https://doi.org/10.22456/1981-4526.105768Palavras-chave:
Pandora, mulher, mal, Hesíodo, poesia grega.Resumo
Estudo a figura de Pandora, a mulher original nos poemas hesiódicos Theogonia e Os trabalhos e os dias, datados de aproximadamente 700 a. C. Faço considerações sobre a dimensão etiológica das narrativas míti-cas e sobre a configuração sociocultural do mito enquanto definidor de verdades fundamentais do mundo. Apre-sento uma tradução comentada de ambas as versões do mito: Theogonia, v. 507-616 e Os trabalhos e os dias, v. 42-105. Comento os episódios visando a uma compreensão interpretativa do papel de Pandora na cosmologia grega arcaica enquanto arquétipo da mulher-esposa e sobre as interfaces dos planos imortal e mortal no contexto da partilha divina. Desenvolvo em seguida um estudo comparativo dos momentos de criação da mulher original, observando o destaque dado ao corpo e aos adornos de Pandora como pressupostos da feminilidade e do artifí-cio, somados às associações da figura feminina à procriação e à fertilidade. Finalizo com considerações sobre Hesíodo enquanto poeta épico didático, bem como sobre o papel da poesia na educação dos meninos e no cultivo da vida social dos homens, entendendo o caso da Pandora hesiódica como derivação da dominação social mascu-lina para um plano ontológico, reafirmada a partir da materialização poética do mito que converge, desde o plano divino, para uma cosmologia patriarcal.Downloads
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Publicado
2020-08-03
Como Citar
Palavro, B. (2020). Pandora hesiódica. Nau Literária, 16(2), 22–52. https://doi.org/10.22456/1981-4526.105768
Edição
Seção
Dossiê
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