Arte rupestre

a cultura corporal do movimento antes do Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/1982-8918.126910

Palavras-chave:

Flic Flac, Acrobacia, Pintura Rupestre, Cultura

Resumo

A investigação discute as relações entre duas artes rupestres – flic flac e a pirâmide humana –, admitidas na contemporaneidade como ginástica e acrobacia, localizadas no Parque Nacional Serra da Capivara – PNSC, no Estado do Piauí, Brasil, e a cultura corporal do movimento. Utilizou-se de um aparato teórico interdisciplinar fundamentado na Educação Física e suas relações com a Arqueologia e Antropologia na análise. Trata-se de inferências, pois nada garante que as mãos que retrataram as cenas tinham a intencionalidade dos autores da pesquisa. Uma das ilações entende que as habilidades motoras auxiliavam as demandas do cotidiano de adversidades para sobrevivência do grupo. Por outro prisma, a partir do conceito de Ilinx, o flic flac atende a busca de um transe/vertigem vital a liturgia ritualística, e, a pirâmide humana serve a imperiosa tarefa de consolidar os laços cooperativos e de confiança entre os seus membros em um ambiente hostil.

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Biografia do Autor

Marcial Cotes, Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)

Graduado eem Educação Física pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Especialista em Biologia de Florestas Tropicais e Mestre em Meio Ambiente ambas as formações pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e doutor pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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Publicado

2023-02-05

Como Citar

COTES, M.; PAIVA, L. .; DE ARAÚJO SOARES, A. .; JUSTAMAND, M. .; OLIVEIRA, G. .; JOSÉ RAMPANELI DE ALMEIDA, V. . Arte rupestre: a cultura corporal do movimento antes do Brasil. Movimento, [S. l.], v. 29, p. e29002, 2023. DOI: 10.22456/1982-8918.126910. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/article/view/126910. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Ensaios