Interesses e discursos sobre a ciência
a expectativa da população que não frequenta museus de ciência
DOI:
https://doi.org/10.19132/1808-5245274.413-437Palavras-chave:
Estudos públicos. Público potencial. Acesso cultural. Museus de ciência e tecnologia. Divulgação científica.Resumo
Uma boa oferta cultural não é suficiente para atrair os visitantes. Socialmente, esta é uma questão induzida pela distribuição do capital cultural e científico. Esse trabalho investigou o interesse por temas científicos, expectativas sobre museus de ciência e diferentes visões sobre a própria ciência mediante entrevistas com 108 sujeitos que nunca visitaram o Museu da Vida. A metodologia baseou-se na Análise de Conteúdo e no Discurso do Sujeito Coletivo. Os resultados indicam expectativas relacionadas a temas das ciências da saúde, biológicas e exatas, e pouca adesão às ciências humanas e sociais. Além disso, identificou-se uma percepção do museu como espaço de construção de cidadania e formação da geração futura, e uma visão da ciência relacionada ao seu valor e ao seu papel no futuro. Conhecer essas expectativas contribui para que os museus de ciência desenvolvam ações capazes de atrair o público potencial e oportunizar sua participação nesses espaços.Downloads
Referências
M. State of Science Index Survey. 2020.
ARAÚJO, I. Materiais Educativos e a Produção de Sentidos na Intervenção Social. In: MONTEIRO, S.; VARGAS, E. (Org.). Educação, comunicação e tecnologia educacional: interfaces com o campo da saúde. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2006.
ARCHER, L.; DAWSON, E.; DEWITT, J.; SEAKINS, A.; WONG, B. ‘‘Science Capital’’: A Conceptual, Methodological, and Empirical Argument for Extending Bourdieusian Notions of Capital Beyond the Arts. Journal of Research in Science Teaching, Chapel Hill, v. 52, n. 7, p. 922-948, 2015.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2002.
BEVILAQUA, D.; GONZALEZ, A.; MANO, S.; GUIMARÃES, V.; ALMEIDA, W. S. Museu da Vida e seus públicos: reflexões sobre a zona de influência e o papel social de um museu de ciência. Em Questão, Porto Alegre, v. 26, n. 3, p. 1–22, 2020.
BOURDIEU, P. O poder simbólico. Lisboa: Difel, 1989.
BOURDIEU, P. Escritos de Educação. Petrópolis: Editora Vozes, 1998.
BOURDIEU, P. A distinção: crítica social do julgamento. São Paulo: EDUSP, 2007.
CARVALHO, M. S; LIMA, L. D.; COELI, C. M. Fast-track COVID-19 em CSP. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.36, n. 8, e00204820. 2020.
CAZELLI, S; KÖPCKE, L. S; MANO, S; COSTA, A F. Do observatório de museus e centros culturais ao observatório de museus e centros de ciência e tecnologia: caminhos percorridos. In: COSTA, A. F.; RANGEL, A. M.; CASTRO, F.; HENZE, I. A.; VALENTE, M. E.; SOARES, O. J. (Org.). A colaboração entre museus: ações educativas, pesquisa e produção de conhecimento. Rio de Janeiro: Museus Castro Maya (Museu de Ideias; n. 4). 2019. p. 43-61.
CGEE – Centro de Gestão e Estudos Estratégicos. Percepção pública da C&T no Brasil – 2019. Resumo executivo. Brasília, DF: 2019.
CASTELFRANCHI, Y. et al. As opiniões dos brasileiros sobre ciência e tecnologia: o ‘paradoxo’ da relação entre informação e atitudes. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, vol. 20, supl., p. 1163-1183. 2013.
CZERESMA, D. O conceito de saúde e a diferença entre prevenção e promoção. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, vol.15, n.4, p.701-709. 1999.
DAWSON, E. “Not Designed for Us”: How Science Museums and Science Centers Socially Exclude Low-Income, Minority Ethnic Groups. Science Education, [s.l.], v. 98, n. 6, p. 981-1008, 2014.
FALK, J.H.; DIERKING, L. D. The Museum Experience Revisited. Walnut Creek, CA: Left Coast Press, 2013.
FALK, J. H. et al. Correlating science center use with adult science literacy: an international, cross-institutional study. Science Education, [s.l.], v. 100, n. 5, p. 849-876, 2016.
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Casa de Oswaldo Cruz. Museu da Vida. Plano Museológico do Museu da Vida 2017 – 2021. Rio de Janeiro: Museu da Vida / Casa de Oswaldo Cruz, 2017.
INSTITUTO NACIONAL DE COMUNICAÇÃO PÚBLICA DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Como brasileiros e brasileiras veem a Fiocruz: um estudo em 12 cidades do país. Sumário Executivo. 2020.
LÈFEVRE, F. Discurso do Sujeito Coletivo. Nossos modos de pensar, nosso eu coletivo. 1ª. Ed. São Paulo: Andreoli, 2017.
LÈFEVRE, F; LÈFEVRE, A M C. Pesquisa de representação social: um enfoque Qualiquantitativo: a metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo. Brasília: Liber livro Editora, 2012.
LEIVA, J.; MEIRELLES, R. Cultura nas Capitais: como 33 milhões de brasileiros consomem diversão e arte. 1ª. Ed. Rio de Janeiro: 175 Street Produção Editorial, 2018.
LEMKE, J.L. Aprender a Hablar Ciência. Barcelona: Editora Paidós Ibérica SA, 1997.
MANO, S. et al. Museus de Ciência e seus Visitantes: estudo longitudinal - 2005, 2009, 2013. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz / Casa de Oswaldo Cruz / Museu da Vida, 2017.
MINAYO, M. C. S. Saúde-doença: uma concepção popular da etiologia. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 4, n. 4, pág. 363-381, 1988.
MOSCOVICI, S. A Representação social da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
TRAUTMANN, C. et al. Reaching New Audiences at Science Centers and Museums. Informal Learning Review, Denver, n. 149, p. 13-19, mar/abr. 2018
OMS – Organização Mundial da Saúde. Constitution. 2020. Disponível em https://www.who.int/about/who-we-are/constitution. Acesso em 11 out. 2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Sonia Maria Figueira Mano, Diego Vaz Bevilaqua, Vanessa Fernandes Guimarães, Ana Carolina de Souza Gonzalez, José Sergio Damico
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY 4.0), que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista, como publicar em repositório institucional, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Os artigos são de acesso aberto e uso gratuito. De acordo com a licença, deve-se dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Não é permitido aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.