Neoliberalismo, Políticas de Gênero e feminicídio na América Latina

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/2178-8839.113519

Palavras-chave:

Neoliberalismo, Feminicídio, América Latina,

Resumo

 

Há 30 anos cresce exponencialmente o número de feminicídios na América Latina, paralelamente aos projetos e acordos neoliberais feitos nos países da região em benefício do Norte Global, sobretudo das potências dominantes na política internacional. No mesmo período, violência de gênero e direitos das mulheres ganham centralidade em programas originados ou mediados por organismos de cooperação internacional, especialmente a Organização das Nações Unidas – ONU, debatendo e institucionalizando nos países signatários medidas paliativas para as consequências decorrentes dos projetos que estes próprios organismos implantaram no Sul Global. Nesta conjuntura, evidencia-se e problematiza-se a crescente dos feminicídios na América Latina apesar das agendas humanitárias da cooperação internacional e países do Norte Global, a partir de teóricas/os do Sul Global, sob perspectiva decolonial e metodologia de análise regressiva-progressiva. Conclui-se que a combinação entre abordagem reformista de pautas feministas e políticas neoliberais implicam exploração e/ou morte de mulheres latino-americanas e perpetuam a dependência geopolítica moderna/colonial.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Kathleen Kate Dominguez Aguirre, Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS

Licenciada em História - FURG

Especialista em Ensino de Sociologia para o Ensino Médio - UFSM

Mestre em História - FURG

Doutoranda em Ciências Sociais - UNISINOS

 

Referências

ARCE, Yoselin Fernandéz; CHAUD, Isadora Castillo. Dossier informativo: 2019-2020. Violencia contra las mujeres en Chile. Coordinación Nacional Red Chilena contra la Violencia hacia las Mujeres, 2020. Disponível em http://www.nomasviolenciacontramujeres.cl/wp-content/uploads/2020/08/dossier-red-corre.pdf. Acesso em 28.04.2021.

BATISTA, Paulo Nogueira. Perspectivas da Rodada Uruguai: implicações para o Brasil. Estudos Avançados, São Paulo, v.6, n.16, p.103-116, 1992. Disponível em https://www.scielo.br/pdf/ea/v6n16/v6n16a09.pdf. Acesso em 28.04.2021.

BENEVIDES, Bruna G. NOGUEIRA, Sayonara Naider Bonfim (Orgs). Dossiê dos assassinatos e da violência contra travestis e transexuais brasileiras em 2019. São Paulo: Expressão Popular, ANTRA, IBTE, 2020.

BERNARDINO-COSTA, Joaze; MALDONADO-TORRES, Nelson; GROSFOGUEL, Ramón. Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.

BLANCO, Silvia. O paradoxo da Suécia, um paraíso da igualdade com uma enorme taxa de violência machista. El País, 11.03.2017. Disponível em https://brasil.elpais.com/brasil/2017/03/09/eps/1489066869_454079.html Acesso em 28.04.2021.

CAF. Banco de Desarrollo de América Latina. Modelos de gobernanza con enfoque de equidad de género e inclusión para las comisiones regionales de competitividad de los departamentos de Antioquia, Atlántico, Caldas, Cundinamarca (Bogotá D.C.), Magdalena, Meta, Santander y Valle del Cauca, y fortalecimiento de las capacidades de los miembros de estas comisiones en estructuración, seguimiento y evaluación de proyectos, formulación y análisis de indicadores, así como en equidad de género e inclusión para la competitividad, teniendo en cuenta las características particulares de cada departamento. Corporación Andina de Fomento, Banco de Desarrollo de América Latina, 2019. Disponível em https://www.caf.com/media/2244204/tdr-modelos-de-gobernanza-con-enfoque-de-equidad-de-genero.pdf. Acesso em 26.11.2020.

CONNELL, Raewyn. A iminente revolução na Teoria Social. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol.27, n.80, p.9-20, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092012000300001. Acesso em 27.04.2021.

CONNELL, Raewyn. Gênero em termos reais. São Paulo: nVersos, 2016.

CONNELL, Raewyn; PEARSE, Rebecca. Gênero: uma perspectiva global. São Paulo: nVersos, 2015.

DIÁLOGOS NÓRDICOS. Brasil. Disponível em https://www.dialogosnordicos.com/. Acesso em 28.04.2021.

DIAS, Cláudia Sérvulo da Cunha [coord.]. Tráfico de pessoas para fins de exploração sexual. Brasília: OIT, 2005.

FIDELES, Soraya. Mulheres e Reforma da Previdência. UFMG, Belo Horizonte, 08.05.2019. Disponível em https://ufmg.br/comunicacao/noticias/mulheres-e-reforma-da-previdencia. Acesso em 28.04.2021.

FEDERICI, Silvia. O ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista. São Paulo: Elefante, 2019.

GONÇALVES, Rafaella Dias. Abordagem Crítica sobre o Acordo TRIPS e o acesso a medicamentos. In.: PIDCC, Aracaju, v.12, n.1, p.91-110, 2018. Disponível em http://www.pidcc.com.br/artigos/022018/04022018.pdf. Acesso em 28.04.2021.

GROSFOGUEL, Ramón. Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 80, p.115-147, 2008. Disponível em: https://journals.openedition.org/rccs/697#article-697. Acessado em 27.04.2021.

IPEA/FBSP. Atlas da Violência. Homicídio de Mulheres. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada / Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2021. Disponível em https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/dados-series/40. Acesso em 28.04.2021.

IPEA; FBSP. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; Fórum Brasileiro de Segurança Pública (org.). Atlas da violência 2019. Brasília; Rio de Janeiro; São Paulo: IPEA; FBSP, 2019.

JESUS, Jaqueline Gomes de. Transfobia e crimes de ódio: Assassinatos de pessoas transgênero como genocídio. História Agora, v.16, n.2, p.101-123, 2013. Disponível em http://jaquejesus.blogspot.com/2015/08/transfobia-e-crimes-de-odio.html. Acesso em 28.04.2021.

KRAWCSUN, Natália Branco Lopes; GOMES, Magno Rogério; SOUZA, Solange de Cassia Inforzata de. Reforma Trabalhista e Desigualdade de Gênero no Brasil: uma perspectiva jurídica e econômica. In.: Revista Brasileira de Políticas Públicas, v.10, n.2, p.546-562, 2020. Disponível em https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/RBPP/article/view/6488. Acesso em 28.04.2021.

LAGATA, Carla; BALZER, Carsten; BERREDO, Lukas. 2.190 asesinatos son sólo la punta del iceberg – una introducción al proyecto Observatorio de Personas Trans Asesinadas. Informe anual del TMM, Série de Publicações TVT [online]. Berlin, TGEU, vol.15, 2016. Disponível em https://transrespect.org/wp-content/uploads/2016/11/TvT-PS-Vol15-2016.pdf. Acesso em 28/09/2020.

LOZANO LERMA, Betty Ruth. Asesinato de mujeres y acumulación global: el caso del bello puerto del mar mi Buenaventura. In: GRUNER, Sheila et al. Des/dibujando el pais/aje. Aportes para la paz con los pueblos afrodescendientes e indigenas: territorio, autonomia y buen vivir. Medelín, Colômbia: CEPRAFO, 2016, p.73-86.

MALDONADO-TORRES, Nelson. Analítica da colonialidade e da decolonialidade: algumas dimensões básicas. In.: BERNARDINO-COSTA, Joaze; MALDONADO-TORRES, Nelson; GROSFOGUEL, Ramón. Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019, cap.2, p.27-54.

MENEGHEL, Stela Nazareth; LOZANO LERMA, Betty Ruth. Feminicídios em grupos étnicos e racializados: síntese. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v.22, n.1, p.117-122, 2017. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 81232017000100117&lng=pt&nrm=iso&tlng=PT. Acesso em 15.10.2020.

MOTTA, Filipe; CAMPOS, Bárbara Lopes. Estado de bem-estar social e políticas públicas para mulheres nos países nórdicos e na América Latina: Da sociedade civil à institucionalização. Sex., Salud Soc., Rio de Janeiro, n. 33, p.158-179, 2019. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-64872019000300158&lng=en&nrm=iso. Acesso em 11.11.2020.

NOGUEIRA, Sayonara Naider Bonfim; AQUINO, Tathiane Araújo; CABRAL, Euclides Afonso. Dossiê: a geografia dos corpos das pessoas trans. Rede Trans Brasil: 2017.

PRATES, Jane Cruz. O método marxiano de investigação e o enfoque misto na pesquisa social: uma relação necessária. In.: Textos & Contextos, Porto Alegre, v.11, n.1, p.116-128, 2012. Disponível em https://repositorio.pucrs.br/dspace/bitstream/10923/7985/2/O_metodo_marxiano_de_investigacao_e_o_enfoque_misto_na_pesquisa_social_uma_relacao_necessaria.pdf. Acesso em 28.04.21.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In.: LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Colección Sur Sur, CLACSO: Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina, 2005, p.227-278.

SAGOT, Montserrat. Ruta critica de las mujeres afectadas por la violencia intrafamiliar en América Latina: estudios de caso de diez paises. Washington, D.C.: OPAS, 2000.

SANTOS, Roseniura. A reforma trabalhista sob a regência do projeto Doing Business do Banco Mundial: a investida ultraliberal do Governo Temer. In.: Cadernos do CEAS, Salvador/Recife, n.242, p.541-557, 2017. Disponível em https://cadernosdoceas.ucsal.br/index.php/cadernosdoceas/article/view/393. Acesso em 28.04.2021.

SANTOS, Beatriz Abreu dos; RINALDI, Patrícia Nogueira. Os impactos sociais, econômicos e internacionais do mercado global de cocaína nas Américas. In.: RINALDI, Patrícia Nogueira (cord.). A difusão de poder na economia globalizada: estados, empresas transnacionais e cartéis de drogas na América Latina. Campinas: [s.n.], 2011, cap.4, p.97-129. Disponível em http://dadosabertos.presidencia.gov.br/dataset/25fa81bb-c624-4bdb-a9af-6f28c7e868f4/resource/11f9884d-8fdd-420e-bcb0-2772a1cbe621/download/ofta_2011_etn_e_narcotrafico2011.pdf. Acesso em 28.04.2021.

SEGATO, Rita Laura. Território, soberania e crimes de segundo Estado: a escritura nos corpos das mulheres de Ciudad Juarez. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v.13, n.2, p.265-285, maio/ago. 2005. Disponível em https://www.scielo.br/pdf/ref/v13n2/26882.pdf. Acesso em 27/09/2020.

SOLBERG et al. Primeiros Ministros Nórdicos: Estamos comprometidos em proteger o direito das mulheres. Diálogos Nórdicos, 08.03.2020. Disponível em https://www.dialogosnordicos.com/post/primeiros-ministros-n%C3%B3rdicos-estamos-comprometidos-em-proteger-os-direitos-das-mulheres. Acesso em 28.04.2021.

TORRE, Ana Karen de la. No México, feminicídios subiram 137% nos últimos 5 anos. LexLatin, 08.03.2020. Disponível em https://br.lexlatin.com/reportagens/no-mexico-feminicidios-subiram-137-nos-ultimos-cinco-anos. Acesso em 28.04.2021.

UNICEF. The Millennium Development Goals Report 2015. UNITED NATIONS, 2015. Disponível em: http://mdgs.un.org/unsd/mdg/Resources/Static/Products/Progress2015/English2015.pdf. Acesso em: 24.04. 2021.

UNICEF/CEPAL. Feminicídio ou femicídio. Observatório de Igualdade de Gênero da América Latina e do Caribe, 2021. Disponível em https://oig.cepal.org/pt/indicadores/feminicidio-ou-femicidio. Acesso em 28.04.2021.

VISENTINI, Paulo Fagundes. Eixos do poder mundial no século XXI: Uma proposta analítica. Austral: Revista Brasileira de Estratégia e Relações Internacionais, vol. 8, n. 15, p.9-25, 2019. Disponível em https://www.seer.ufrgs.br/austral/article/viewFile/91767/52900. Acesso em 28.04.2021.

Downloads

Publicado

2021-11-29

Como Citar

Aguirre, K. K. D. (2021). Neoliberalismo, Políticas de Gênero e feminicídio na América Latina. Conjuntura Austral, 12(60), 66–74. https://doi.org/10.22456/2178-8839.113519

Edição

Seção

ARTIGOS